"Eu Quero é Sossego" é um chorinho delicioso de K- Ximbinho (Sebastião Barros) e Hianto de Almeida, ambos do Rio Grande do Norte, músicos que honram a tradição artístico-cultural da terra Potiguar, que tem em Câmara Cascudo sua expressão maior. Abaixo mais informações desses dois músicos pinçadas do Dicionário Cravo Albin de MPB.
K-Ximbinho (Sebastião de Barros)
20/1/1917 Taipu, RN
26/6/1980 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Clarinetista, compositor, arranjador e regente. Ainda menino, freqüentava os ensaios da banda de sua cidade natal, Taipu, da qual fez parte anos depois. Nessa época, iniciou-se na clarineta e em solfejo. Transferiu-se de Taipu para Natal (RN), com sua família, onde integrou a banda da Associação de Escoteiros do Alecrim. Nessa época, participou de um grupo de "jazz" (a Pan Jazz), formado por estudantes secundaristas. Durante o serviço militar, integrou a banda tocando saxofone. Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1942. No início dos anos 1950 passou a estudar harmonia e contraponto com Koellreutter.
Dados Artistícos
Segundo o maestro Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz", ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para instrumentos até então pouco utilizados nas pequenas formações." Foi ainda um importante divulgador do choro, por meio de obras como "Sonhando" e "Sonoroso". Em 1938, ingressou na Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, onde permaneceu até 1942. Nesse mesmo ano, passou a integrar a orquestra do maestro Fon-Fon. Na gravação da música "Maria Helena", feita por Francisco Alves na Odeon, fez o solo de clarineta. Em 1943, passou a atuar na orquestra de Napoleão Tavares. Em 1945, apresentou-se em vários shows na boate Night and Day. Ainda nesse ano, retornou à Orquestra Tabajara, onde ficou até 1949, como primeiro saxofonista. Fez parte do regional da Rádio Tabajara da Paraíba. Sua primeira composição gravada foi "Sonoroso", em parceria com Del Loro, lançada pela Orquestra Tabajara em 1946 na Continental. Em 1948, teve seu choro "Sonhando", gravada por Ademilde Fonseca com acompanhamento de seu conjunto. Em 1949 atuou na orquestra da Rádio São Paulo e no famoso Dancing Avenida, do Rio de Janeiro. Em 1950, fez uma excursão pelo Brasil como integrante de uma orquestra organizada pela norte americana Jovita Leiros. Em 1951, trabalhou na Rádio Nacional e logo depois na boate Casablanca. Em 1953 gravou ao clarinete pela Continental os choros "Perplexo" e "Tudo passa", ambos de sua autoria. Em 1954, gravou com seu conjunto o maxixe "Começou o baile" e o "Baião potiguar", de sua autoria. No mesmo ano, fez excursão à Europa. Ao retornar, passou a trabalhar como arranjador na gravadora Odeon, além de atuar na boate Sacha's. Em 1955, gravou com sua orquestra na Continental o samba "A fonte secou", de Monsueto Menezes, Tuffic Lauar e Marcléo e o choro "Gilka", de sua autpria. Em 1956, gravou com seu conjunto na Odeon, tocando clarinete, o fox "Ama-me ou esquece-me", de Donaldson e Kahn e o choro "Murmurando", do maestro Fon-Fon. No mesmo ano, gravou com seu conjunto melódico o samba "Jura", de Sinhô. Em 1958, lançou pela Polydor o LP "Em ritmo de dança". Em 1959 assinou contrato com a Polydor para trabalhar como arranjador e lançou na mesma gravadora o LP "O samba de Cartola", com músicas do compositor mangueirense. Em 1961 lançou o LP "K-Ximbinho e seus play boys", também pela Polydor. Em 1965 passou a integrar o conjunto Sete de Ouro, com o qual atuou até 1968. Nessa época, trabalhou como arranjador na TV Globo e integrou a Orquestra Sinfônica Nacional, da Rádio MEC. Em 1978 venceu um concurso de choros promovido pela TV Bandeirantes com "Manda brasa", sua última composição. Em 1980, participou da gravação do LP "Saudades de um clarinete", só com músicas suas, todas arranjadas por ele, interpretadas, sob sua regência, por um time de grandes instrumentistas, Rafael Rabelo, Paulo Sérgio Santos, Zé Bodega, Airton Barbosa, Carlos Rato, entre outros.
Obras
Autoplágio • Baião potiguar • Catita • Começou o baile • Dá-lhe garoto • Eu quero é sossego • Gilka • Ilusão demais • Juras de amor • Just walking • Mais uma vez (c/ Del Loro) • Manda brasa • Meiguice • Mora no balanço • Penumbra • Perplexo • Sempre • Simoninha na Barra • Sonhando • Sonoroso • Tá • Teleguiado • Ternura • Tô sempre aí • Tudo passa • Um clarinete a jato • Um tema novo • Velhos companheiros
Discografia
• Perplexo/Tudo passa (1953) Continental 78
•Começou o baile/Baião potiguar (1954) Continental 78
• Um clarinete à jato/Fim de semana em Paquetá (1954) Continental 78
• A fonte secou/Gilka (1955) Continental 78
• Ama-me ou esquece-me/Murmurando (1956) Odeon 78
• Le rififi/Jura (1956) Odeon 78
• Molambo/Arrasta a sandália (1956) Odeon 78
• Suba espuma/Esperando você (1956) Odeon 78
• Em Ritmo de dança (1958) Polydor LP
• O Samba de Cartola (1959) Polydor LP
• K-Ximbinho e Seus Play Boys (1961) Polydor LP
• K-Ximbinho-Saudades de um clarinete (1980) Estúdio Eldorado LP.
Hianto de Almeida (Hianto Ramalho de Almeida Rodrigues)
2/6/1923 Macau, RN
27/9/1964 Natal, RN
Biografia
Compositor. Cantor. Era filho de Fernando de Almeida Rodrigues, músico e compositor amador. Concluiu o curso primário em Macau. Aos nove anos, compôs suas primeiras músicas. Estudou piano desde pequeno, ainda em Macau. Quando a família se transferiu para Natal, passou a ter aulas com Clementino Câmara. Morreu prematuramente de câncer nos ossos, após longo e infrutífero tratamento, inclusive nos Estados Unidos.
Dados Artísticos
Aos 19 anos, começou a cantar num programa de calouros na Rádio Educadora de Natal. Em 1952, mudou para o Rio de Janeiro. Trabalhou na Companhia Comércio e Navegação e concluiu o Curso Técnico de Contabilidade. Ainda em 1952, teve a primeira composição gravada: o samba canção "Amei demais", parceria com o irmão Harolde de Almeida, pela cantora Vera Lúcia no selo Elite. Também no mesmo período, compôs o samba canção "Meia luz", parceria com João Luiz que foi incluído no primeiro disco gravado por João Gilberto. Em 1954, teve o samba canção "Conflito", parceria com Nazareno de Brito, gravado por Zilá Fonseca na Columbia. Em 1955, gravou na Odeon seu primeiro disco, interpretando o samba toada "É mió te aquietá", parceria com Francisco Anysio e o samba "E daí?", parceria com Roberto Silveira e que contou com arranjos e acompanhamento de Tom Jobim e seu conjunto. No mesmo ano, compôs com Francisco Anysio o samba "Mão na mão" e o samba canção "Fala beicinho" e os gravou na Odeon. No mesmo ano, Cauby Peixoto gravou a toada "Caju nasceu pra cachaça", parceria com Veríssimo de Melo. Em 1957, o Trio Marayá gravou "Segedo da meia noite", parceria com Francisco Anysio. Em 1958, compôs com Francisco Anysio o samba canção "Cadê a coragem?", gravado por Dircinha Batista na RCA Victor e, o samba "Eu vim morar no Rio", gravado pelo Trio Irakitan na Odeon e que fez parte da trilha sonora do filme "Quem roubou meu samba?". Em 1960, Dalva de Oliveira gravou com o coro da meninas da Casa de Lázaro a música "Natal da criança pobre", parceria com Macedo Netto e Nana Caymmi registrou "Nossos beijos", também parceria com Maccedo Netto. Em 1961, teve a composição "Brinquedo de você", parceria com Macedo Netto, gravada por Haroldo de Almeida. No ano seguinte teve o samba "Meu bem", gravado por Cyro Monteiro no LP "Senhor samba", lançado pela Columbia. Um de seus principais parcerios foi Francisco Aysio com quem compôs, entre outras, "Mudou pra mehor", "Muié de oio azul" e "Segredo da meia noite". Uma de suas principais composições foi o samba "Sincopado triste", parceria com Macedo Netto, gravada por Moacyr Silva e seu conjunto, Miltinho, Maysa e Elizeth Cardoso. Entre os artistas que registraram suas composições estão Dircinha Batista, Elizath Cardoso, Elza Soares, Miltinho, Cauby Peixoto, Raul de Barros, Jair Rodrigues, Anísio Silva, Anjos do Inferno, Dalva de Oliveira, Severino Araújo e Cyro Monteiro. Em 1983 a cantora Silvinha gravou o LP "Hianto de Almeida revivido" no qual interpretou entre outas composições, "Meia luz", parceria com João Luiz; "Mão na mão", parceria com Francisco Anysio, "Mudou para melhor", com, Francisco Anysio e "Encontrei afinal", parceria com Haroldo de Almeida. Como homenagem ao compositor foi dado o seu nome a uma rua no bairro de Santos Reis em Natal. Segundo alguns pesquisadores, teria sido um dos percursores da bossa nova. Em 1995 foi homenageado em Natal com o festival "Isso é bossa nova", realizado no teatro Alberto Maranhão com a aprticipação de, entre outros, Vanda Sá, Roberto Menescal, Os Cariocas e Alaíde Costa.
Obras
A carne • As polegadas da mulata (c/ Macedo Netto) • Amei demais (c/ Haroldo de Almeida) • Amor de mentira • Amor em video-tape (c/ Armando Cavalcanti) • Assim, assim (c/ Francisco Anysio) • Briguei com você (c/ Haroldo de Almeida) • Brinquedo de você (c/ Macedo Netto) • Cadê (c/ Macedo Netto) • Cadê a coragem? (c/ Francisco Anysio) • Caju nasceu pra cachaça (c/ Veríssimo de Melo) • Casa de turfista... cavalo de pau (c/ Macedo Netto) • Castiguei (c/ Haroldo de Almeida) • Coisa boa (c/ Veríssimo de Melo) • Conflito (c/ Nazareno de Brito) • Conversa de sofá • Deixa pra trás (c/ Ramalho Neto) • Diga adeu e vá (c/ Macedo Netto) • Dorme, mamãe • E daí? (c/ Roberto Silveira) • É mió te aquietá (c/ Francisco Anysio) • É noite de Natal • É tarde demais • Encontrei afinal (c/ Haroldo de Almeida) • Encontros (c/ Edel Ney) • Era bom (c/ Macedo Neto) • Eu gosto da vida (c/ Francisco Anysio) • Eu quero é sossego (c/ Sebastião Barros) • Eu vim morar no Rio (c/ Francisco Anísio) • Gosto da vida (c/ Francisco Anysio) • Jogadinho • Mão na mão (c/ Francisco Anysio) • Mais um traçado (c/ Jurandi Prates) 1953 • Marcha do tambor (c/ Evaldo Rui e Jurandi Prates) • Maria do Amparo (c/ Mutt) • Meia luz (c/ João Luiz) • Memórias (c/ Ewaldo Ruy) • Menos por você (c/ André Rosito) • Mentira (c/ Haroldo de Almeida) • Meu bem • Meu sambalanço • Mudou pra melhor (c/ Francisco Anysio) • Muié de oio azul (c/ Francisco Anysio) • Mulher de piancó (c/ Edel Ney) • Nasceu Jesus • Natal de criança pobre (c/ Macedo Neto) • Nêgo tu... nêgo vós... nêgo você (c/ Macedo Netto) • Neste mundo de Deus (c/ Macedo Netto) • Nossos beijos (c/ Macedo Netto) • Numa noite de lua • O lenço do Chiquinho (c/ Haroldo de Almeida) • O tema é solidão (c/ Edson Borges) • Pedaço de coisa gostosa • Porque, meu amor (c/ André Rosito) • Pra que vou esconder? • Pra você (c/ Meira Guimarães) • Qualquer madrugada (c/ Francisco Anysio) • Receita pra sofrer (c/ Octávio Teixeira) • Samba de pé no chão (c/ Macedo Neto) • Samba em tu (c/ Macedo Neto) • Saudadezinha (c/ Macedo Neto) • Segredo da meia-noite (c/ Francisco Anísio) • Seu rosto entre outras mãos (c/ Macedo Neto) • Seus defeitos (c/ Edson Borges) • Sincopado triste (c/ Macedo Neto) • Sôdade doida (c/ Francisco Anysio) • Ta? (c/ K-Ximbinho) • Todo só • Um tiquinho mais • Uma reza (c/ Macedo Neto) • Vai de mim (c/ Edson Borges) • Vai querer (c/ Fernando Lobo) • Vazio de você (c/ Haroldo de Almeida) • Vem amor (c/ Haroldo de Almeida) • Vem cá, xodó (c/ Mary Monteiro) • Vento vadio (c/ Evaldo Rui) • Vou-me embora de você (c/ Macedo Netto) • Vou pensar no seu caso (c/ Francisco Anysio) • Vou te contar (c/ Otávio Teixeira)
Discografia
• É mió te aquietá/E daí? (1955) Odeon 78
• Mão na mão/Fala beicinho (1955) Odeon 78
20/1/1917 Taipu, RN
26/6/1980 Rio de Janeiro, RJ
Biografia
Clarinetista, compositor, arranjador e regente. Ainda menino, freqüentava os ensaios da banda de sua cidade natal, Taipu, da qual fez parte anos depois. Nessa época, iniciou-se na clarineta e em solfejo. Transferiu-se de Taipu para Natal (RN), com sua família, onde integrou a banda da Associação de Escoteiros do Alecrim. Nessa época, participou de um grupo de "jazz" (a Pan Jazz), formado por estudantes secundaristas. Durante o serviço militar, integrou a banda tocando saxofone. Transferiu-se para o Rio de Janeiro em 1942. No início dos anos 1950 passou a estudar harmonia e contraponto com Koellreutter.
Dados Artistícos
Segundo o maestro Paulo Moura, K-Ximbinho foi "o mais original dentre os instrumentistas que se dedicaram à orquestra popular urbana". Dedicou-se ao "jazz", ao choro e ao conjunto regional. "Sua atuação no "jazz" do Brasil é marcada pela criação de formações camerísticas, orquestrando para instrumentos até então pouco utilizados nas pequenas formações." Foi ainda um importante divulgador do choro, por meio de obras como "Sonhando" e "Sonoroso". Em 1938, ingressou na Orquestra Tabajara, do maestro Severino Araújo, onde permaneceu até 1942. Nesse mesmo ano, passou a integrar a orquestra do maestro Fon-Fon. Na gravação da música "Maria Helena", feita por Francisco Alves na Odeon, fez o solo de clarineta. Em 1943, passou a atuar na orquestra de Napoleão Tavares. Em 1945, apresentou-se em vários shows na boate Night and Day. Ainda nesse ano, retornou à Orquestra Tabajara, onde ficou até 1949, como primeiro saxofonista. Fez parte do regional da Rádio Tabajara da Paraíba. Sua primeira composição gravada foi "Sonoroso", em parceria com Del Loro, lançada pela Orquestra Tabajara em 1946 na Continental. Em 1948, teve seu choro "Sonhando", gravada por Ademilde Fonseca com acompanhamento de seu conjunto. Em 1949 atuou na orquestra da Rádio São Paulo e no famoso Dancing Avenida, do Rio de Janeiro. Em 1950, fez uma excursão pelo Brasil como integrante de uma orquestra organizada pela norte americana Jovita Leiros. Em 1951, trabalhou na Rádio Nacional e logo depois na boate Casablanca. Em 1953 gravou ao clarinete pela Continental os choros "Perplexo" e "Tudo passa", ambos de sua autoria. Em 1954, gravou com seu conjunto o maxixe "Começou o baile" e o "Baião potiguar", de sua autoria. No mesmo ano, fez excursão à Europa. Ao retornar, passou a trabalhar como arranjador na gravadora Odeon, além de atuar na boate Sacha's. Em 1955, gravou com sua orquestra na Continental o samba "A fonte secou", de Monsueto Menezes, Tuffic Lauar e Marcléo e o choro "Gilka", de sua autpria. Em 1956, gravou com seu conjunto na Odeon, tocando clarinete, o fox "Ama-me ou esquece-me", de Donaldson e Kahn e o choro "Murmurando", do maestro Fon-Fon. No mesmo ano, gravou com seu conjunto melódico o samba "Jura", de Sinhô. Em 1958, lançou pela Polydor o LP "Em ritmo de dança". Em 1959 assinou contrato com a Polydor para trabalhar como arranjador e lançou na mesma gravadora o LP "O samba de Cartola", com músicas do compositor mangueirense. Em 1961 lançou o LP "K-Ximbinho e seus play boys", também pela Polydor. Em 1965 passou a integrar o conjunto Sete de Ouro, com o qual atuou até 1968. Nessa época, trabalhou como arranjador na TV Globo e integrou a Orquestra Sinfônica Nacional, da Rádio MEC. Em 1978 venceu um concurso de choros promovido pela TV Bandeirantes com "Manda brasa", sua última composição. Em 1980, participou da gravação do LP "Saudades de um clarinete", só com músicas suas, todas arranjadas por ele, interpretadas, sob sua regência, por um time de grandes instrumentistas, Rafael Rabelo, Paulo Sérgio Santos, Zé Bodega, Airton Barbosa, Carlos Rato, entre outros.
Obras
Autoplágio • Baião potiguar • Catita • Começou o baile • Dá-lhe garoto • Eu quero é sossego • Gilka • Ilusão demais • Juras de amor • Just walking • Mais uma vez (c/ Del Loro) • Manda brasa • Meiguice • Mora no balanço • Penumbra • Perplexo • Sempre • Simoninha na Barra • Sonhando • Sonoroso • Tá • Teleguiado • Ternura • Tô sempre aí • Tudo passa • Um clarinete a jato • Um tema novo • Velhos companheiros
Discografia
• Perplexo/Tudo passa (1953) Continental 78
•Começou o baile/Baião potiguar (1954) Continental 78
• Um clarinete à jato/Fim de semana em Paquetá (1954) Continental 78
• A fonte secou/Gilka (1955) Continental 78
• Ama-me ou esquece-me/Murmurando (1956) Odeon 78
• Le rififi/Jura (1956) Odeon 78
• Molambo/Arrasta a sandália (1956) Odeon 78
• Suba espuma/Esperando você (1956) Odeon 78
• Em Ritmo de dança (1958) Polydor LP
• O Samba de Cartola (1959) Polydor LP
• K-Ximbinho e Seus Play Boys (1961) Polydor LP
• K-Ximbinho-Saudades de um clarinete (1980) Estúdio Eldorado LP.
Hianto de Almeida (Hianto Ramalho de Almeida Rodrigues)
2/6/1923 Macau, RN
27/9/1964 Natal, RN
Biografia
Compositor. Cantor. Era filho de Fernando de Almeida Rodrigues, músico e compositor amador. Concluiu o curso primário em Macau. Aos nove anos, compôs suas primeiras músicas. Estudou piano desde pequeno, ainda em Macau. Quando a família se transferiu para Natal, passou a ter aulas com Clementino Câmara. Morreu prematuramente de câncer nos ossos, após longo e infrutífero tratamento, inclusive nos Estados Unidos.
Dados Artísticos
Aos 19 anos, começou a cantar num programa de calouros na Rádio Educadora de Natal. Em 1952, mudou para o Rio de Janeiro. Trabalhou na Companhia Comércio e Navegação e concluiu o Curso Técnico de Contabilidade. Ainda em 1952, teve a primeira composição gravada: o samba canção "Amei demais", parceria com o irmão Harolde de Almeida, pela cantora Vera Lúcia no selo Elite. Também no mesmo período, compôs o samba canção "Meia luz", parceria com João Luiz que foi incluído no primeiro disco gravado por João Gilberto. Em 1954, teve o samba canção "Conflito", parceria com Nazareno de Brito, gravado por Zilá Fonseca na Columbia. Em 1955, gravou na Odeon seu primeiro disco, interpretando o samba toada "É mió te aquietá", parceria com Francisco Anysio e o samba "E daí?", parceria com Roberto Silveira e que contou com arranjos e acompanhamento de Tom Jobim e seu conjunto. No mesmo ano, compôs com Francisco Anysio o samba "Mão na mão" e o samba canção "Fala beicinho" e os gravou na Odeon. No mesmo ano, Cauby Peixoto gravou a toada "Caju nasceu pra cachaça", parceria com Veríssimo de Melo. Em 1957, o Trio Marayá gravou "Segedo da meia noite", parceria com Francisco Anysio. Em 1958, compôs com Francisco Anysio o samba canção "Cadê a coragem?", gravado por Dircinha Batista na RCA Victor e, o samba "Eu vim morar no Rio", gravado pelo Trio Irakitan na Odeon e que fez parte da trilha sonora do filme "Quem roubou meu samba?". Em 1960, Dalva de Oliveira gravou com o coro da meninas da Casa de Lázaro a música "Natal da criança pobre", parceria com Macedo Netto e Nana Caymmi registrou "Nossos beijos", também parceria com Maccedo Netto. Em 1961, teve a composição "Brinquedo de você", parceria com Macedo Netto, gravada por Haroldo de Almeida. No ano seguinte teve o samba "Meu bem", gravado por Cyro Monteiro no LP "Senhor samba", lançado pela Columbia. Um de seus principais parcerios foi Francisco Aysio com quem compôs, entre outras, "Mudou pra mehor", "Muié de oio azul" e "Segredo da meia noite". Uma de suas principais composições foi o samba "Sincopado triste", parceria com Macedo Netto, gravada por Moacyr Silva e seu conjunto, Miltinho, Maysa e Elizeth Cardoso. Entre os artistas que registraram suas composições estão Dircinha Batista, Elizath Cardoso, Elza Soares, Miltinho, Cauby Peixoto, Raul de Barros, Jair Rodrigues, Anísio Silva, Anjos do Inferno, Dalva de Oliveira, Severino Araújo e Cyro Monteiro. Em 1983 a cantora Silvinha gravou o LP "Hianto de Almeida revivido" no qual interpretou entre outas composições, "Meia luz", parceria com João Luiz; "Mão na mão", parceria com Francisco Anysio, "Mudou para melhor", com, Francisco Anysio e "Encontrei afinal", parceria com Haroldo de Almeida. Como homenagem ao compositor foi dado o seu nome a uma rua no bairro de Santos Reis em Natal. Segundo alguns pesquisadores, teria sido um dos percursores da bossa nova. Em 1995 foi homenageado em Natal com o festival "Isso é bossa nova", realizado no teatro Alberto Maranhão com a aprticipação de, entre outros, Vanda Sá, Roberto Menescal, Os Cariocas e Alaíde Costa.
Obras
A carne • As polegadas da mulata (c/ Macedo Netto) • Amei demais (c/ Haroldo de Almeida) • Amor de mentira • Amor em video-tape (c/ Armando Cavalcanti) • Assim, assim (c/ Francisco Anysio) • Briguei com você (c/ Haroldo de Almeida) • Brinquedo de você (c/ Macedo Netto) • Cadê (c/ Macedo Netto) • Cadê a coragem? (c/ Francisco Anysio) • Caju nasceu pra cachaça (c/ Veríssimo de Melo) • Casa de turfista... cavalo de pau (c/ Macedo Netto) • Castiguei (c/ Haroldo de Almeida) • Coisa boa (c/ Veríssimo de Melo) • Conflito (c/ Nazareno de Brito) • Conversa de sofá • Deixa pra trás (c/ Ramalho Neto) • Diga adeu e vá (c/ Macedo Netto) • Dorme, mamãe • E daí? (c/ Roberto Silveira) • É mió te aquietá (c/ Francisco Anysio) • É noite de Natal • É tarde demais • Encontrei afinal (c/ Haroldo de Almeida) • Encontros (c/ Edel Ney) • Era bom (c/ Macedo Neto) • Eu gosto da vida (c/ Francisco Anysio) • Eu quero é sossego (c/ Sebastião Barros) • Eu vim morar no Rio (c/ Francisco Anísio) • Gosto da vida (c/ Francisco Anysio) • Jogadinho • Mão na mão (c/ Francisco Anysio) • Mais um traçado (c/ Jurandi Prates) 1953 • Marcha do tambor (c/ Evaldo Rui e Jurandi Prates) • Maria do Amparo (c/ Mutt) • Meia luz (c/ João Luiz) • Memórias (c/ Ewaldo Ruy) • Menos por você (c/ André Rosito) • Mentira (c/ Haroldo de Almeida) • Meu bem • Meu sambalanço • Mudou pra melhor (c/ Francisco Anysio) • Muié de oio azul (c/ Francisco Anysio) • Mulher de piancó (c/ Edel Ney) • Nasceu Jesus • Natal de criança pobre (c/ Macedo Neto) • Nêgo tu... nêgo vós... nêgo você (c/ Macedo Netto) • Neste mundo de Deus (c/ Macedo Netto) • Nossos beijos (c/ Macedo Netto) • Numa noite de lua • O lenço do Chiquinho (c/ Haroldo de Almeida) • O tema é solidão (c/ Edson Borges) • Pedaço de coisa gostosa • Porque, meu amor (c/ André Rosito) • Pra que vou esconder? • Pra você (c/ Meira Guimarães) • Qualquer madrugada (c/ Francisco Anysio) • Receita pra sofrer (c/ Octávio Teixeira) • Samba de pé no chão (c/ Macedo Neto) • Samba em tu (c/ Macedo Neto) • Saudadezinha (c/ Macedo Neto) • Segredo da meia-noite (c/ Francisco Anísio) • Seu rosto entre outras mãos (c/ Macedo Neto) • Seus defeitos (c/ Edson Borges) • Sincopado triste (c/ Macedo Neto) • Sôdade doida (c/ Francisco Anysio) • Ta? (c/ K-Ximbinho) • Todo só • Um tiquinho mais • Uma reza (c/ Macedo Neto) • Vai de mim (c/ Edson Borges) • Vai querer (c/ Fernando Lobo) • Vazio de você (c/ Haroldo de Almeida) • Vem amor (c/ Haroldo de Almeida) • Vem cá, xodó (c/ Mary Monteiro) • Vento vadio (c/ Evaldo Rui) • Vou-me embora de você (c/ Macedo Netto) • Vou pensar no seu caso (c/ Francisco Anysio) • Vou te contar (c/ Otávio Teixeira)
Discografia
• É mió te aquietá/E daí? (1955) Odeon 78
• Mão na mão/Fala beicinho (1955) Odeon 78
Flautista Carlinhos Zens, tocando "Eu Quero É Sossego".
2 comentários:
Querido Amigo Marcão,
Teu blog tá uma delícia de ler. Emprestas a todos nós um pouco das tuas idéias, do teu conhecimento das coisas boas do mundo - a arte.
Bom explicar, pra nós mortais, a origem do Eu quero é sossego, que parece feita para ti, pelo menos o título e a intenção.
Nietzsche diz que sem a música a vida seia um erro e, somente ela oferece às paixões o meio de obter prazer. Acho que a arte, em si, alegra a vida e torna a gente um pouco mais tolerante com nós mesmo e com os outros. Talvez por isso es uma pessoa agradável.
No mais...peço que faça uma série sobre música e depois sobre poesia.
Um abraço.
Olá, me chamo Sayonara, sou aluna da graduação de Ciências Sociais na UFRN. Sou também amiga de Dinha, hoje estava conversando com ela sobre um trabalho que o professor de sociologia passou e que estou sentindo muita dificuldade em fazê-lo. então ela me indicou o senhor. Xcaso, possa me ajudar o tema do trabalho é: Os entraves capitalistas do Brasil, segundo Max Weber. Caso possa me ajudar o meu e-mail é scpps7@hotmail.com. Ficarei muito grata.
Sayonara
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