terça-feira, 30 de junho de 2009

ARRAIAL DO SOSSEGO - 3º ANO




No sábado (27/06), ante-véspera de São Pedro, comemoramos, pelo terceiro ano consecutivo, o fechamento do ciclo dos festejos juninos e de aniversário da minha chegada ao Acre, numa véspera de São João de 1978. E lá se vão 31 anos. Festejamos com a família, os amigos e vizinhos do Quintal Agroflorestal "EU QUERO É SOSSEGO"
A inovação desse ano, foi que teve telão com data-show e muita música. No mais teve churrasco de carneiro (doação de seu Belilo, irmão da Edna), churasquinho de "gato"feito no capricho pela Eró, o arroz doce da Edna, o manguzá da Regina, o bolo de macaxeira da Jesus, rabada no tucupi, bisteca de porco que o Olegário trouxe e muitas outras comilanças. Teve bingo, bozó sacudido e leilão com a animação do irmão Rogério. Resumindo: foi um arraial prá "torar a alça do corpete".

Memória fotográfica do ARRAIAL DO SOSSEGO:

domingo, 21 de junho de 2009

A CRISE E A TERCEIRA INTELIGÊNCIA


Recebí do meu amigo e conterrâneo, Mário Amorim. Compartilho.


A CRISE E A TERCEIRA INTELIGÊNCIA

Floriano Serra*


Há anos, através de livros, artigos e palestras, venho falando repetidamente sobre a Terceira Inteligência, que, em todos os segmentos da vida, propõe outros crivos comportamentais além daqueles da Razão e da Emoção. Volto a fazê-lo aqui motivado pela crise que assola o mundo e que se tornou assunto de todas as horas e justificativa para quase todas as mazelas que vêm ocorrendo no planeta.

Como se sabe, essa crise econômica, a pior desde a década de 30, nasceu da ganância, do egoísmo e da falta de ética de alguns íntimos de Wall Street e que, apesar da enorme quantidade de gurus e experts em economia que pululam por aí, não foi nem de longe prevista ou imaginada, pegando o mundo de surpresa. Um enfoque que não se costuma ler e ouvir nas análises dessa crise é de que ela nasceu exclusivamente de motivações emocionais e racionais - e por isso deu no que deu. A condição humana de ser emocional e racional é maravilhosa, mas não assegura isoladamente a paz e a evolução da raça. Quando mal direcionadas, as ações motivadas exclusivamente pela emoção buscam o prazer / poder ou a fuga de problemas / punições. Nestes casos, o comando para a ação (ou a falta dela) é "faço porque me agrada / porque quero" ou "não faço porque não me agrada / não quero". Se alguém faz coisas ou toma decisões apenas porque lhe agrada ou porque quer, não haverá garantia alguma de que essa ação ou decisão será boa também para as outras pessoas, a sociedade, o mundo. Apenas refletirá ambição e egoísmo pessoal e assim não será saudável, legal, ética nem útil para os demais. Alguém poderá contra-argumentar: "ah, mas é justamente para evitar isso que existe a racionalidade! Se unirmos as duas inteligências, a racional e a emocional, então teremos a ação ideal, certo?" Errado. O processamento racional do conhecimento e das informações nos conduz à ação dita "lógica" e nos induz a fazer aquilo que nos convém ou nos interessa. e não necessariamente ao que é legal, ético e saudável para as demais pessoas e comunidades. - e esta crise é a grande prova disso. As grandes fraudes divulgadas foram as mais cerebrais e inteligentes possíveis, tanto que levaram um tempo enorme para serem descobertas. Em essência, razão e emoção não têm moral nem ética, porque, patologias à parte, sua dinâmica de ação parte desse binômio: me interessa (ou me convêm) ou me agrada (ou me satisfaz).Falta um terceiro crivo que lhe dê positivismo.O crivo que está faltando é o da avaliação das conseqüências da ação ou da decisão para com o outro, seja amigo, parente, colega de trabalho, mercado, comunidade, sociedade, nações. É a este crivo, que venho chamando de Terceira Inteligência, que é a faculdade que tem o Homem de sobrepor à Razão e à Emoção uma outra essência que dá transcendência às suas ações e um sentido de direção voltado para o bem estar próprio e dos outros. Ou seja, uma postura de vida necessariamente ganha/ganha. Esse terceiro crivo comportamental, aquele que decide a qualidade da ação ou decisão, venho chamando de Espiritual - apesar de nada ter a ver com práticas e conceitos religiosos ou doutrinários, como algumas pessoas podem supor. Essa dimensão espiritual, que infelizmente permanece em estado latente na maioria das pessoas, convive com a razão e a emoção, mas e pode perfeitamente interagir com elas. A Terceira Inteligência tem a ver com o desejo voluntário e pessoal de compartilhar o Bem, pela consciência de que tanto a família, a equipe, a empresa ou o bairro, quanto a sociedade e o mundo inteiro - são partes de uma grande e fraternal comunidade, o que nos torna todos responsáveis pelo que ocorre no planeta. A Terceira Inteligência é simples assim. Ela se sobrepõe a conveniências pessoais e a interesses meramente econômicos e materiais e caracteriza suas ações, sobretudo pela generosidade, ética e respeito ao próximo, de forma desprendida, exceto pelo desejo de ser útil. É ela que nos faz transcender ao ego, como diz o Deepak Chopra, fazendo-nos substituir a pergunta "O que vou ganhar com isso?" por "Como posso ajudar?"Há várias causas que originam crises, mas aquelas provocadas por questões de ética, moral e caráter, certamente não existiriam sob a inspiração da Terceira Inteligência. Nas empresas, por exemplo, a liderança ou o modelo de gestão que se fundamentar na Terceira Inteligência, certamente terá colaboradores muito mais comprometidos, motivados, felizes e, por conseqüência, mais produtivos. Durante 5 anos, como diretor de RH de uma indústria farmacêutica, tive oportunidade de vivenciar essa teoria na prática, e funcionou perfeitamente - tanto que, através de duas conhecidas pesquisas nacionais, coordenadas pelas revistas Exame e Época, a empresa foi eleita pelos próprios funcionários, por 5 anos consecutivos, "uma das melhores para trabalhar no Brasil". Tenho plena consciência de que, enquanto não forem mudados os critérios de Sucesso, Poder e Status na sociedade e no mercado, não será fácil vender-lhes a idéia da Terceira Inteligência. Paciência. Nem por isso deixarei de continuar fazendo a minha parte, plantando estas sementes por aí, Em algum lugar, em algum momento, surgirão outros terrenos férteis e então ouviremos muito menos falar-se em crises como essa que anda tirando a paz de muita gente. Afinal, sonhar não custa nada.


* Floriano Serra é psicólogo, consultor e palestrante, presidente da SOMMA4 Consultoria em Projetos de RH e do IPAT - Instituto Paulista de Análise Transacional. É autor de vários livros e inúmeros artigos sobre o comportamento humano - pessoal e profisssional.

EXÉRCITO EXECUTOU 41 BRASILEIROS NO ARAGUAIA


Curió abre arquivo e revela que Exército executou 41 no Araguaia
21/06/2009 - 00:28 - Redação



SÃO PAULO - A edição deste domingo do jornal "O Estado de S. Paulo" traz como manchete uma reportagem sobre Sebastião Curió Rodrigues de Moura, o major Curió, o oficial vivo mais conhecido do regime militar (1964-1985).

O general revelou ao jornal o conteúdo de documentos guardados há 34 anos sobre a Guerrilha do Araguaia (1972-75) que confirmam e detalham a execução de inimigos da ditadura nas bases das Forças Armadas na Amazônia. Dos 256 participantes da guerrilha, 67 foram mortos no conflito – destes 41 foram presos e executados quando ofereciam risco às tropas.

De acordo com a reportagem, as informações contrariam a versão militar de que esses guerrilheiros estavam de arma na mão quando morreram. Até a abertura do arquivo do Curió, que tem manuscritos feitos pelo próprio oficial, eram conhecidos 25 casos de execução.

Os papéis esclarecem a terceira e decisiva campanha militar contra os militantes do PC do B, a Operação Marajoara, de outubro de 1973 a janeiro de 1975. Os documentos dão indicações sobre a política de extermínio nos governos de Emílio Garrastazu Médici e Ernesto Geisel. Segundo palavras de Curió, a instrução era tirar de combate todos os guerrilheiros – só os adolescentes foram poupados.

sábado, 20 de junho de 2009

CHICO BUARQUE - 6 PONTO 5

Ontem, 19 de junho, Chico Buarque de Holanda completou 65 anos e está inteiraço, compondo, escrevendo e cantando prá gente. Ví o magnífico Show dele e Maria Bethânia no Canecão, na companhia do Dr. André Fausto,então residente de medicina no Rio. Ainda no Rio, assisti outro show do Chico num teatro, que agora não recordo o nome e em 1984, em Salvador,presenciei outro espetáculo do Chico com Mestre Marçal em ambiente aberto. Do Chico, só não gosto do que ele ainda não compôs. Vida longa e criativa ao Chico, o maior compositor contemporâneo do Brasil. PARABÉNS poeta. Agora com vocês Chico e os meninos do MPB-4 cantando Roda Viva.

NAPOLEÃO, SARNEY E OS ATOS SECRETOS





Do Blog do Além publicado na Carta Capital dessa semana.






Não quero dar uma de Wikipédia aqui, mas gostaria de relembrar brevemente a minha história. Todos sabem a cor do meu cavalo, mas a maioria nem se lembra dos fatos que me alçaram à galeria dos protagonistas da história do mundo. Serei breve, prometo.Comecei a ser notado logo depois da Revolução Francesa – aquela que queria tirar a nobreza do poder. Ainda como um pequeno general, sufoquei 30 mil rebeldes com apenas oito mil homens. Pouco depois, enfrentei e derrotei inimigos austríacos e piemonteses com um exército faminto, mal municiado, descalço e esfarrapado. Minha fama começou a crescer, e as vitórias se multiplicaram. Com tais triunfos, submeti-me a um plebiscito, do qual saí como imperador. Não contente com minhas conquistas, atravessei os Alpes, derrotei os austríacos em Marengo e aniquilei as tropas austro-russas na famosa batalha de Austerlitz. Com 16 estados alemães, constituí a Confederação do Reno e, com algumas províncias polacas, criei o grão-ducado de Varsóvia, ambos dependentes da França. Invadi a Espanha e expulsei a Corte de Portugal.Essas vitórias e mais as “costuras” políticas me permitiram formar um vasto império. A Europa estava aos meus pés. E, como imperador, cedi a Holanda ao meu irmão Luís, Nápoles ao meu irmão José e a Vestfália ao meu outro irmão, Jerônimo. Sou superfamília.Estou contando tudo isso sem nenhuma intenção de me enaltecer. Ao contrário: Waterloo, que eu nem quero comentar aqui, baixou a minha bola. Tudo o que relatei aqui são feitos pequenos comparados aos de José Sarney. Vejam: para distribuir cargos entre parentes, amigos e aliados, tive que enfrentar inúmeras batalhas sangrentas, sacrificar vidas, erguer um império e constituir uma monarquia pessoal. O Sarney, não. O homem não precisa de nada disso. Ele faz o que faz dentro de uma democracia, sem ocupar o posto mais alto da República, independentemente de quem esteja no poder. Esse é craque. Para ele, eu tiro a minha coroa.
Postado por Napoleão


SOBRE MIM
Autor das famosas frases:“Soldados, estais nus e mal alimentados. Eu levar-vos-ei às planícies mais férteis do mundo. Ricas províncias e grandes cidades cairão em vosso poder. Ali ireis encontrar honra, glória e riqueza.

”“Soldados, do alto destas pirâmides, quatro mil anos vos contemplam!”

“Soldado, quem é o designer desse chapéu ridículo?”

SOBRE O BLOG
Fiz este troço porque o blog do César Maia anda meio devagar. É sempre bom ter um Napoleão em atividade.








terça-feira, 16 de junho de 2009

FRASES DA SEMANA

Confucio (551-479 a.C)







1ª - "Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade."
Confúcio (551 - 479 a.C)



2ª - "Nada de desgosto nem de desânimo; se acabas de fracassar, recomeça."
Imperador Marco Aurélio (121 - 180 d.C)



3ª - A maior recompensa do nosso trabalho não é o que nos pagam por ele mas aquilo em que ele nos transforma." John Ruskin (1819 - 1900)



4ª "Onde há vontade não falta caminho." John Ronald R. Tolkien (1892 - 1973)

domingo, 14 de junho de 2009

GALERIA DOS AMIGOS

Pedro Vicente Costa Sobrinho



Vou abrir a "Galeria dos Amigos" com Pedro Vicente Costa Sobrinho. Pedro foi o responsável por minha vinda para o Acre, uma decisão acertada que tomei. Quando em 1978, ele me telefonou dizendo que no Acre estavam precisando de Sociólogos, que o salário era bom, que o governo mandava as passagens,etc... eu procurei saber como era a cidade, o povo, o tipo de trabalho e por aí... O Pedro me disse: "aqui é bom demais, tem até imprensa alternativa" (era o jornal Varadouro), foi o suficiente para que eu viesse e ficasse. Cheguei em Rio Branco, numa véspera de São João, portanto, daqui a alguns dias, vou completar com minha família, 31 anos de Acre.

Conheci o Pedro, no curso de Sociologia da Fundação José Augusto em Natal, fomos contemporâneos de Faculdade e companheiros do movimento estudantil, onde estivemos juntos em muitas lutas, como por exemplo, na luta pela Anistia aos presos políticos. Através do Pedro, militei no Partidão (PCB), já no Acre (antes, tinha tido uma breve passagem pelo PCBR com algumas panfletagens, que me valeram um processo pela Lei da Segurança Nacional e uma curta temporada na Penitenciária João Chaves, em Natal). Pedro, foi o grande incentivador da minha carreira acadêmica. Por insistência dele, fiz concurso para a UFAC e depois o Mestrado. Devo ao Pedro e ao Homero (outro amigo e conterrãneo) a minha trajetória na Academia ,nos quais, procuro me espelhar. Pedro é um intelectual orgânico, na melhor concepção gramsciana, bibliófilo, gourmet, profundo conhecedor de cinema,vinhos, literatura e artes em geral, mas, sobretudo, uma figura humana das mais generosas, É um privilégio tê-lo como AMIGO.

Transcrevo uma entrevista do Pedro feita pelo nosso grande Dandão;





entrevistado :

Pedro Vicente Costa Sobrinho, o entrevistado, foi professor das Universidades Federais do Acre e do Rio Grande do Norte. Pós-Graduado em Economia Rural, Mestre em Ciências Sociais e Doutor em Comunicação pela USP. É membro da Academia Norte-Rio-Grandense de Letras. Sócio-efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte e da União Brasileira de Escritores. Dirigiu Editoras, inclusive as Editoras da Universidade Federal do RN e a Manimbu da Fundação José Augusto, Livrarias e Jornais. Presidiu a Federação Norte-Nordeste de Cine-clubes e a Associação dos Sociólogos do RN e foi vice-presidente da Associação de Docentes da UFAC. É Autor dos livros: Capital e trabalho na Amazônia Ocidental; Reflexões sobre a desintegração do comunismo soviético; Exercícios circunstanciais; Outras circunstâncias; Comunicação alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental; Vozes do Nordeste, entre outros.Eis a entrevista feita por Francisco Dandão:
1. Eu gostaria de iniciar essa conversa fazendo um “exercício circunstancial”. Gostaria que você falasse da sua trajetória profissional, que fez você sair do Nordeste, em plenos anos de chumbo da história do Brasil, e o trouxe até o Acre. O que você deixou num lugar e o que você encontrou no outro, essas coisas...Minha vida profissional, como a de muitos nordestinados, iniciou-se muito cedo. Dos dez aos dezessete anos fiz de tudo um pouco pra dar minha quota de contribuição aos reduzidos ganhos de minha família. Fui vendedor de sorte no jogo de bicho, balconista e ambulante nas feiras da cidade de Ribeirão, cidade da mata sul de Pernambuco, e suas usinas. Na cidade de Jaboatão, ainda em Pernambuco, comecei meu engajamento na política, tornando-me líder sindical e profissional do Partido Comunista Brasileiro. O golpe militar de abril de 1964 levou-me a sair de Pernambuco e exilar-me em Natal, capital do meu estado de origem. Aí tudo voltou a começar. Fui vigilante, revisor de jornal, exerci vários cargos de direção na Imprensa Oficial do Estado, dirigi gráficas particulares, editoras e também prestei assessorias na área de cultura. Logo que terminei o curso de Ciências Sociais, eu fui contratado como técnico do Instituto de Desenvolvimento Econômico do RN. Em verdade, o meu sonho era fazer carreira acadêmica numa universidade pública. No Nordeste, as Assessorias de informações, as tais ASI que funcionavam junto as Reitorias das Universidades tinham os olhos bem abertos e vetavam a entrada a qualquer suspeito de atividades contra o regime militar. No meu caso era notório o meu envolvimento político contra a ditadura: fundador do MDB local, presidente do Diretório Acadêmico Josué de Castro, vice-presidente do Cine-clube Tirol, presidente da Federação Norte-Nordeste de Cine-clubes, presidente da Associação dos Sociólogos do RN, algumas prisões e visitas por convite compulsório à Delegacia da Polícia Federal. Com esse recheado dossiê eu não poderia acalentar nenhuma esperança de me tornar professor universitário no Nordeste. Em 1978, eu fui convidado pelo meu grande amigo, já falecido, o sociólogo Jaime Ariston, para assumir a Gerência de Bem Estar do SESC no Acre. Jaime estava no Acre desde 1977, exercendo o cargo de Delegado Executivo das Delegacias do SESC e do SENAC. Minha conversa com Jaime foi muito franca, só aceitaria o convite se houvesse alguma chance de me tornar professor na UFAC. Jaime me assegurou que havia uma carência local muito grande de pessoal qualificado e que na área das Ciências Sociais a coisa estava aberta. E que também falaria a respeito do meu caso com o reitor, na época professor Áulio Gélio. Assim veio a acontecer, pois um mês após a minha chegada em Rio Branco, precisamente em maio, eu fui admitido como professor colaborador no Departamento de Filosofia e Ciências Sociais da UFAC. E nela tive a oportunidade de iniciar a sonhada carreira acadêmica, e lecionar por pouco mais de 14 anos. A UFAC foi fundamental em minha vida intelectual. Chefiei Departamento, participei de seus órgãos colegiados, e de uma coisa eu faço questão de realçar: com o apoio do professor Mâncio Cordeiro Lima, eu fui o criador dos Cadernos UFAC, que deu origem à Coordenadoria de Divulgação Científica e que evoluiu naturalmente para a atual Editora Universitária. Além disso, eu exerci o cargo de vice-presidente da Associação de Docentes (ADUFAC).Quanto à parte final de sua pergunta, asseguro-lhe que a minha relativamente curta permanência no Acre marcou definitivamente a minha trajetória de vida social, política e intelectual. Logo que aqui cheguei, envolvi-me na luta política ao lado da oposição mais conseqüente ao regime militar e participei da fundação da Frente Popular do Acre em 1978, Como diretor do SESC e do SENAC, eu incentivei o movimento cultural: teatro, cinema, música etc., apoiando as iniciativas dos grupos comunitários e artísticos. Envolvi-me pessoalmente com a Comissão Pró-Indio e o Movimento de Defesa do Meio Ambiente. Participei de várias frentes de luta contra a ocupação predatória do espaço acriano. Ajudei a fundar alguns partidos de esquerda no Acre, entre eles o PDT, o PCB e o PPS. Fui candidato a prefeito de Rio Branco e a suplente de senador. Além disso, eu tive a honra de integrar o grupo inicial que contribuiu para eleição do PT, com Jorge Viana, à prefeitura de Rio Branco. E mais, eu fui dono de bar e restaurante, e também da Livraria Casarão. A minha produção intelectual está prenhe de motivos acrianos; dois dos meus livros publicados falam exclusivamente do Acre, e dois ainda inéditos também têm ele como assunto, sem mencionar os artigos e entrevistas que fiz sobre e com personagens marcantes da história acriana, entre eles destaco as entrevistas com Chico Mendes e o pintor Hélio Melo. Quando saí do Acre, em 1992, eu estava casado com uma acriana e levei comigo uma filha também acriana. Deixei aqui uma geração de jovens, que ajudei a formar como professor na UFAC e através dos vários cursos que ministrei para os movimentos sociais e sindicais orientados pela sublime Igreja Católica acriana. Esses muitos jovens se engajaram na luta por mudanças sociais e políticas contra os partidos da ordem: ARENA, PDS, PFL e PMDB. A eleição de Jorge Viana, como eu já falei, foi o marco inicial da grande virada. Meu caro Dandão, se você tiver a oportunidade a ler o relatório dos órgãos de segurança a meu respeito durante os anos da ditadura militar, você certamente terá com fartura informações de como a Polícia Federal e os agentes locais do SNI cuidavam de minha vida.Ao voltar ao Rio Grande do Norte não tive nenhuma dificuldade de readaptação. O meu envolvimento na vida política e cultural da cidade de Natal, apesar do distanciamento de 15 anos, ainda estava bastante vivo. Grande parte de minha geração estava na universidade, nos jornais, em órgãos culturais e na política. Cabe realçar que eu estava voltando para me integrar de certo modo em um lócus privilegiado, ou seja, a UFRN, e mais ainda, no Departamento de Ciências Sociais. Cabe mencionar também que naquele momento uma aliança de esquerda (PSB, PDT, PCdoB e PCB) havia ganho as eleições, com Aldo Tinoco, para Prefeitura de Natal, derrotando as oligarquias Alves, com o filho amado Henrique Eduardo Alves, e Maia, do Agripino, que estranhamente havia apoiado a “mana”, uma filha rebelde do patriarca Aluisio Alves. Por indicação de amigos eu fui escolhido para participar da equipe de transição, e logo guindado para assumir a chefia de gabinete da Secretaria de Administração e Planejamento, coisa da qual desisti antes da nomeação oficial.2. E depois da sua estada no Acre, fale da volta para o Nordeste... O que é que ainda estava no lugar que você deixou e o que é que não existia mais...Ao responder sua pergunta anterior adiantei algumas questões, mas ainda resta muita coisa pra ser dita, e portanto vamos esclarecer algumas delas. Eu fiquei no Acre durante quase 15 anos, no entanto, apesar da distância, nunca me desliguei do Rio Grande do Norte e de Pernambuco. De Natal pelos amigos e parentes, e também pelos anos de envolvimento na vida política, cultural e como militante de esquerda de oposição a ditadura militar: no PCB na clandestinidade, e no MDB na fachada legal. A vida intelectual da cidade eu fazia questão de na distância acompanhar através de jornais. Quando lá voltava todos os anos, encontrava-me com escritores, artistas plásticos, pessoal de teatro, músicos, jornalistas e professores da UFRN. Natal, do ponto de vista urbanístico havia mudado muito. A cidade crescera muito e com o inchaço urbano também os problemas haviam se avolumado. Na vida cultural da cidade havia desaparecido o movimento cineclubista; muitos cinemas tinham sido fechados, só restavam praticamente duas salas precárias de projeção. As salas de teatro eram as mesmas. O meu olhar um tanto passadista levava a crer que a vida cultural da cidade havia encolhido. Em Pernambuco, por sua vez, minha ligação sempre foi com minha família, e na vida cultural com muitos dos intelectuais que integraram a geração 65. Na minha volta senti a cidade decadente, envelhecida e suja. Recife, no entanto, nunca deixou de ser minha referência intelectual e política, pois lá comecei tudo aquilo que no perpassar dos anos de vivência em cidades diferentes: Natal, Moscou, São Paulo, Rio Branco etc., procurei consolidar.3. Sobre questões políticas, Pedro... Você, durante muito tempo foi integrante do Partido Comunista Brasileiro... Conte como é que foi isso, que riscos você correu, onde foram parar os sonhos dessa época...O Partido Comunista Brasileiro foi a minha grande escola de vida: intelectual, ética e política. Nele aprendi muita coisa e fiz grandes amizades que duram até hoje. Liguei-me ao PCB em 1963, por minha própria iniciativa, isto é, não fui um recrutado. Eu estava à época envolvido na tentativa de organizar com alguns companheiros comerciários de Jaboatão o sindicato da categoria. O apoio mais efetivo que recebemos foi do Sindicato dos Ferroviários, e lá fiz os primeiros contatos com militantes do PCB. Nas eleições municipais de Jaboatão os comunistas concorreram com candidatos a prefeito e vereadores. Engajei-me no processo eleitoral e daí eu passei da admiração e respeito pelas suas bandeiras de lutas à militância política, passando desde então a integrar o quadro de filiados ao PCB.Em Pernambuco eu fui profissional do partido e participei da organização de suas bases no movimento rural, estudantil e operário de Jaboatão. No ano de 1964, a Direção Estadual do PCB, através de David Capistrano, convidou-me para ir a URSS com a finalidade de realizar curso de capacitação política. Recusei-me a ir sob a alegação de que me encontrava muito envolvido no trabalho de organização e não podia largar isso de uma hora para outra. Meses depois veio o golpe militar de 64 e então eu fui compelido a ir para clandestinidade, pois a polícia e o exército queriam a minha prisão. Não havendo condições de permanecer em Recife eu fui obrigado a fugir para Natal.Em Natal, eu refiz os contatos com a direção do PCB, através do seu líder local o médico Vulpiano Cavalcante, e voltei a atuar na política de modo organizado, ajudando na tarefa de reorganização do partido no estado. Participei de sua direção estadual, e em 1967, por indicação do CC do PCB, eu fui escolhido para ir a Moscou para fazer o curso de formação de quadros no Instituto de Ciências Sociais, anexo do Comitê Central do Partido Comunista da União das Repúblicas Socialistas da União Soviética. Lá permaneci por pouco mais de um ano. No ano de 1968, eu voltei ao Brasil nas vésperas da edição do AI-5, e do início de governo do ditador Médice, período de maior repressão da ditadura militar. No Rio Grande do Norte, eu continuei a militar na clandestinidade no PCB e em aberto no MDB. O movimento cultural foi o espaço mais adequado para o exercício aberto da resistência política nos anos de chumbo, pois o MDB local passou a ser controlado pelos Alves e seus seguidores, e tornou-se uma oposição bem comportada e tímida, com atuação meramente eleitoral. Só a partir de 1978, quando os Alves abertamente apoiaram candidatos da ARENA, o MDB esboçou uma esporádica reação oposicionista. Ainda bem que na década de 1980 surgiram o PT e outros partidos de esquerda, e o cenário político pouco a pouco foi se alterando. O velho PCB local virou adesista e subalterno à política de aliança com o PMDB e governos, vindo a perder sua representatividade por falta de iniciativa e pouca vergonha dos seus dirigentes. A mudança para PPS decretou sua quase extinção política no Rio Grande do Norte. O PPS, seu autodenominado herdeiro, por sua vez, não tem vida política nem cultural, e está hoje subordinado a um político de origem no PMDB, que vive de negócios com a legenda por troca de cargos no governo.Eu fiz esse curto hiato como forma de desabafar a minha frustração com a política da esquerda no Rio Grande do Norte, inclusive com o PT. No ano de 1980, com mais dois amigos do Rio Grande do Norte, Juliano Siqueira e Pretestato, este último recentemente faleceu em Natal, fomos nos encontrar com Luis Carlos Prestes, que havia voltado do exílio e estava morando na Rua Rainha Elisabeth, num apartamento cedido pelo arquiteto Oscar Niemayer. Também nos acompanhava na visita Thomé Mestrinho, filho de Gilberto Mestrinho que governou o estado do Amazonas. Na visita, Prestes só falou, um monólogo que tinha como tema a degradação dos seus velhos companheiros do PCB que haviam traído a revolução e se transformaram em vassalos da classe dominante. Não me convenci naquele instante do que dizia o velho, mas agora acho que ele tinha uma certa razão, apesar do muito ressentimento que estava obviamente contido em sua avaliação. No mesmo ano, procurei os companheiros comunistas de São Paulo, na sede do jornal Voz da Unidade. Conversei com Salomão Malina e me dispus a distribuir o jornal e reorganizar o PCB no Acre. Não consegui fazer muita coisa no que diz respeito à tarefa de reorganização, pois as minhas obrigações no SESC, SENAC e UFAC me tomavam todo o tempo.Em 1984, quando eu estava em São Paulo cursando o mestrado na PUC, passei a militar numa OB do partido no bairro de Perdizes. Pouco tempo depois, juntamente com José Paulo Netto, Antonio Roberto Bertelli, José Segatto, Celso Frederico, Raul Mateos Castell e outros participamos da fundação do Instituto Astrojildo Pereira, e também da Revista Novos Rumos, da qual até hoje faço parte do Conselho Editorial. Com a volta do país à legalidade democrática, eu assinei o manifesto de refundação do PCB (1985), e, logo depois, eu estava de volta a Rio Branco para instalar oficialmente o Diretório Estadual do PCB no Acre. Ainda no ano de 1985, salvo engano, a direção do PCB propôs juntamente com o PDT a formação de uma aliança de esquerda (PT, PCB e PDT) para disputar a prefeitura de Rio Branco. Os candidatos do PT encabeçariam a chapa de prefeito e vice-prefeito. Por intransigência e certa burrice política de certos bolsões do PT a primeira tentativa de formação de uma frente de esquerda para enfrentar a direita acriana fracassou. Nessas circunstâncias, eu fui obrigado a bancar o Quixote e, sem nenhuma chance, vir a ser pelo PCB o candidato ao cargo de prefeito de Rio Branco. No PCB eu também pertenci ao quadro de sócios do Instituto Roberto Morena e ainda fui eleito para o seu Diretório Nacional. Com a mudança da sigla do PCB para PPS, eu arrumei as malas e me despedi da vida partidária. O PT, naturalmente, seria minha opção de partido se no Acre tivesse permanecido. Cabe lembrar que na eleição em que Jorge Viana foi eleito prefeito de Rio Branco, eu já não mais pertencia de fato aos quadros do PPS.Dandão, a queda do muro de Berlim e a desintegração do comunismo soviético deixaram-me atônito, órfão e desenraizado. Tudo aquilo em que eu acreditava fora pras nuvens. Já como docente na Universidade Federal do Rio Grande do Norte eu tive a iniciativa de organizar e coordenar seminário com o tema “A Crise do Socialismo”. Dele participaram intelectuais de reconhecido mérito acadêmico, entre eles destaco Leôncio Martins Rodrigues, Celso Frederico, Rubens Pinto Lyra e Oleg Tsukânov. Este último, de origem russa, havia sido meu professor de economia política em Moscou. Em livro que organizei para editora Alfa-Omega, eu reuni os textos que foram apresentados durante o referido seminário. Mas, apesar de todo o fracasso do socialismo real, eu continuo a fazer profissão de fé no socialismo, pois o capitalismo até agora não deu nenhuma resposta satisfatória aos grandes problemas da humanidade. E, portanto, eu concordo integralmente com as palavras do grande filósofo italiano Norberto Bobbio: “O comunismo histórico fracassou, não nego. Mas os problemas permanecem; os mesmos problemas para os quais a utopia comunista chamou a atenção, e que garantiu serem solucionáveis.”4. E ainda a respeito de política, eu gostaria que você falasse do Brasil que sobreveio da ditadura militar e se você acha que tudo poderia ser diferente, caso esse episódio da história brasileira não houvesse acontecido.A transição da ditadura militar para a democracia foi um baita fracasso no Brasil. O governo militar já nos seus estertores conseguiu implementar seu projeto de transição “lenta, gradual e segura”. Protegeu e anistiou torturadores contumazes, inventou a Lei Fleury, a lei de imprensa e outros penduricalhos antidemocráticos que foram deixados de lado e permaneceram, pasme, pela tal constituição cidadã. O país continuou azarado, falece um estadista e um político dos confins do Nordeste, reconhecidamente demagogo, conservador e patriarca de uma das oligarquias mais atrasadas e excludentes do país, assumiu com toda pompa a presidência da República. O Brasil que emerge das águas da ditadura estava trôpego e vesgo. As esquerdas, por oportunismo, abandonaram as bandeiras de liberdade e autonomia sindical, e a velha estrutura sindical legada pelo estado novo getulista foi em grande parte poupada. Os parlamentares continuaram protegendo seus crimes através do sacro estatuto da imunidade parlamentar. A corrupção grassou, com a certeza da impunidade para os ricos e privilegiados. A desigualdade de direitos entre brasileiros, por sua vez, é regulada em Lei. Note bem, eu dou como exemplo o sistema penitenciário brasileiro que é um dos mais escrotos do mundo. As cadeias públicas e prisões são superlotadas e os presos recebem um tratamento que está longe de ser digno da lei de proteção aos animais, tome-se os zoológicos como exemplo. Só os pobres recebem esse tratamento, pois os ricos, portadores de diploma de curso superior, parlamentares, membros de tribunais e outros espertos têm direito à prisão especial. Enquanto persistir esse absurdo não vai haver melhoria no sistema penitenciário brasileiro, pois cadeia é para pobre. Além disso, os ricos e espertos através de manobras e chicanas jurídicas conseguem burlar a lei e se manterem impunes. Dandão, as nossas leis de trânsito são uma gracinha de desfaçatez. Se você quiser se livrar de um seu desafeto é só ter paciência de esperar e, num descuido do dito cujo, passar o carro por cima dele. As pessoas atropelam nas ruas do país crianças, velhos, homens e mulheres a torto e a direita, e nada acontece. Quando um cara vai ao tribunal por ter cometido crime no trânsito, pela raridade do fato, os meios de comunicação noticiam em cadeia nacional por ser coisa pra lá de insólita.O regime militar de certo modo pode até haver interrompido o nosso desenvolvimento natural em direção à democracia. Mas não tenho bola de cristal, não sou advinho, bruxo ou astrólogo para me meter a fazer simulações ou exercício de futurologia. Que o regime militar foi uma excrescência não tenho dúvida. Corrupto, basta pesquisar a imprensa da época, que mesmo sob censura permanente não deixava de noticiar os muitos casos. Repressor, praticante de torturas e de crimes, mas quem não sabe disso. Se a coisa seguisse o seu curso natural sem o golpe de 1964, não se pode especular, pois invés de uma democracia nós poderíamos ter enveredado pelo caminho do populismo janguista ou brizolista, e até para o pior: uma ditadura comunista à moda antiga. Hoje eu sou pessimista e cético e não creio que vá acontecer nada de bom nesse país no futuro próximo, apesar dos inflamados discursos e declarações bombásticas enaltecendo a democracia e a construção da cidadania.5. Cinema. Você pertence a uma geração de cineclubistas. Conte essa história, explique essa sua experiência com a sétima arte.O cinema se fez presente em minha infância desde os cinco anos. Eu fui freqüentador assíduo de matinês, levado por uma tia que adorava ver filmes e seriados de caubóis. Nas salas do cinema Samuel Campelo de Jaboatão e Cine Arte de Ribeirão em Pernambuco, eu vibrava com os duelos a socos entre o mocinho (Durango Kid, Alan Lane, Roy Rogers, Gene Autry, Hopolang Cassidy etc.) e o bandido João Branco; que logo depois vim a descobrir que se tratava do ator Roy Barcroft, pois o dito João Branco era na verdade o autor das legendas do filme em português. Ao completar sete anos e alfabetizado passei a assistir sessões dominicais noturnas. Afirmei numa entrevista ao escritor Francisco Sobreira que o cinema, sem exagerar, foi responsável pela minha formação intelectual. A partir dele fui levado aos quadrinhos e às fotonovelas; depois ao romance de aventuras e ao conto infantil; a grande literatura, por sua vez, foi uma conseqüência natural. O meu envolvimento com o movimento cineclubista começou em Natal no ano de 1965 quando me associei ao Cineclube Tirol, que à época promovia todos os domingos sessões de cinema com exibição de filmes considerados de arte. Nas reuniões semanais do cineclube sempre era reservado um tempo para discussão dos filmes que haviam sido exibidos. A biblioteca do cineclube era muito boa, e dispunha em seu acervo de obras essenciais sobre a história e estética cinematográficas. De modo organizado as leituras sobre cinema começaram a partir de minha convivência no cineclubismo. Fiz parte também do corpo de associados do Foto Cineclube de Natal, que reunia fotógrafos e pessoas interessadas em cinema e principalmente em fotografia. Na década de 1970, o movimento cineclubista voltou a se reorganizar nacionalmente. Durante a Jornada Brasileira de Curta-metragem da Bahia, reorganizou-se a Federação Norte-Nordeste de Cineclubes e eu fui eleito seu presidente. Também fiz parte da fundação da Associação Brasileira de Documentaristas e do Centro de Pesquisadores do Cinema Brasileiro. Juntamente com o saudoso Aluisio Leite, o gordo, nós fizemos o levantamento do acervo fílmico dos pioneiros do cinema potiguar: João Alves de Melo e outros. Ao me deslocar para o Acre não deixei o cineclubismo, e por minha iniciativa foi criado o Cine-clube do Comerciário, que promovia sessões de cinema no SESC, e também ajudei a fundar o Cine-clube Alex Viany. Por esse mundo a fora, eu frequentei e ministrei cursos de cinema, promovi seminários, participei de corpo de jurados de festivais, pesquisei e escrevi sobre filmes e convivi com muitas personalidades ligadas ao mundo do cinema: Jean Claude Bernardet, Guido Araújo, Cosme Alves Neto, Paulo Emílio Salles Gomes, Moacy Cirne, Fernando Monteiro, Fernando Spencer, Ismail Xavier, Carlos Eduardo Kalil, Eduardo Escorel, Jomard Muniz de Britto, Murilo Salles, Rudá de Andrade, Celso Marconi, Marco Aurélio, o saudoso José Luis de Barros, entre outros. Pasmem, inclusive pensei em fazer filmes, projeto de documentário que até encontrou financiador, mas graças aos céus não deu certo pois seria um desastre.6. Na sua opinião, ainda se fazem bons filmes no cinema mundial? Qual o último grande filme que você assistiu? Aliás, emendando a pergunta, diga aí quais os dez melhores filmes de todos os tempos para você? E por que o Brasil jamais conquistou um Oscar?Com certeza. Nesses últimos dez anos vi grandes filmes, o que demonstra cabalmente que o cinema é uma arte em permanente renovação. Posso sem muito esforço citar alguns deles: As invasões bárbaras, Ponto final, Dogville, Lavoura arcaica, O tempero da vida, Menina de ouro, Cartas de Iwo Jima, Tudo sobre minha mãe, O segredo do grão etc. A emenda que você fez à pergunta quase me colocou na lona, mas vou me esforçar para responder. Meus dez filmes são: Cidadão Kane, O encouraçado Potemkin, Rastros de ódio, Crepúsculo dos deuses, O leopardo, A doce vida, Crimes e pecados, Casablanca, Morangos silvestres e Os vivos e os mortos, sem ordem de preferência. Nessa camisa de força que você me meteu, eu deixo de fora muitas obras primas de Bergman, Ford, Huston, Feline, Chaplin, Hitchcock, Capra, Ford, Visconti, Nelson Pereira dos Santos, Wilder, Leoni, Copolla, Fritz Lang, Clint Eastwood, De Sica, Kurosawa, Kubrick, Elia Kazan, do genial Kieslowski, entre outros.O Brasil não ganhou um Oscar porque não concorreu com um filme à altura do prêmio. Das poucas vezes que o Brasil concorreu ao prêmio tive o prazer de ver os filmes nacionais e os concorrentes vencedores. Na minha opinião, os filmes escolhidos e que receberam a honraria eram de melhor qualidade. O importante é realçar que a nossa produção dos últimos dez anos nos faz lembrar os grandes momentos do cinema brasileiro.7. Os livros, Pedro, fale primeiramente da sua biblioteca, das obras raras que estão nela, do sebo que você um dia criou e que depois não se viu com coragem de tocar. Como é que foi isso?A minha biblioteca tem quase a minha idade, pois acompanhou a minha trajetória de vida e de formação intelectual. Os primeiros livros e revistas foram herança de minha tia Neném, que colocou a minha disposição os livros de um primo-padrinho falecido. As mudanças de casa e de lugar de minha família e a precariedade das nossas moradias sempre atrapalharam os livros. A fixação de modo mais estável de nossa família, no ano de 1962, em Jaboatão, deu-me as condições para arrumar meus livros num velho fiteiro de padaria que passou a ser utilizado como estante. Daí por diante o acervo foi crescendo, principalmente com a compra de romances e literatura marxista. O golpe militar de 1964, e as constantes visitas de policiais à minha casa para me prender levaram meu pai a destruir meus livros, sem fazer nenhuma escolha de tema ou assunto, com exceção dos meus álbuns, cartazes e revistas de cinema, futebol e quadrinhos que foram destruídos pelo tempo e pela má conservação. Já exilado em Natal, eu recomecei outra biblioteca. Esta, por sua vez, veio a crescer bastante, mesmo que tenha sofrido muitas vezes certas mutilações. No deslocamento para o Acre eu trouxe parte considerável do acervo, e naturalmente desde então ele foi sendo bastante ampliado. Em São Paulo, quando freqüentava o mestrado, eu montei uma biblioteca paralela de bom tamanho e que teve seu acervo ampliado pelos muitos livros que eu deixei em Rio Branco emprestados ao Colégio Meta. O maior desastre sofrido pelos meus livros foi quando de minha volta para Natal em 1992. Deixei em Rio Branco entregue a uma transportadora, e esta empresa demorou um tempão para remeter as caixas para Natal. Graças à intervenção do meu amigo Homero Costa eu vim a receber os livros, mas parte considerável deles estava imprestável, pois havia sido destruída provavelmente pela chuva ou pela umidade. De agora por diante a história passou a ser bem diferente. Recompus e ampliei de modo sistemático o acervo em Ciências Sociais, economia, comunicação e literatura etc. As primeiras edições e também livros raros foram consideravelmente aumentados. Além disso, a estante de livros de arte, culinária e bebidas cresceu bastante. Nos últimos dez anos, eu fui dando certa baixa no acervo principalmente por falta de espaço e também por falta de controle sobre os livros. Eu fiz doação de todas as revistas científicas para UFRN e ainda eu dei e troquei muitos livros nos sebos.Dandão, eu comecei como livreiro no Acre. Eu fui dono da Livraria Casarão, associado ao meu amigo José Mastrangelo. Em Natal, juntamente com Vicente Serejo e Homero Costa instalamos um Sebo com o nome de Cosmopolita. Grande parte do acervo foi formada com livros de nossas bibliotecas. A aventura só durou um ano e não penso mais em voltar a ser livreiro. Há alguns atrás eu concedi entrevista para o escritor Lívio Oliveira a respeito de minha biblioteca. Esta entrevista foi publicada em livro com o título “Biblioteca vivas do Rio Grande do Norte”. Livros raros hoje eu tenho poucos, mas são muitas as primeiras edições e grande parte delas autografadas, isso graças às relações de amizade e correspondência que mantenho com muitos escritores brasileiros. O acervo de minha biblioteca já chegou a mais ou pouco menos de oito mil volumes e com livros de qualidade, pois seus autores foram escolhidos com muito critério e para serem lidos. Não sou comprador de livro por compulsão, por voracidade, e nem por diletantismo. De modo comedido e de acordo com as minhas possibilidades eu fui formando uma biblioteca de qualidade que hoje no entanto só me causa problema, pois não tenho espaço em minha casa e também sofro por não poder oferecer aos meus livros um tratamento digno.8. Para lhe botar mais uma vez em xeque, já que eu lhe pedi a lista dos dez maiores filmes de todos os tempos, agora eu quero que você faça uma lista daqueles que você considera os dez maiores livros da história da humanidade.Mais uma vez você me põe numa braba enrascada, no entanto eu vou correr mais esse risco e me expor. O capital, de Marx; A Bíblia; A interpretação dos sonhos, de Freud; A Ilíada e a Odisséia, de Homero; As mil e uma noites, de autores apócrifos; Dom Quixote, de Miguel de Cervantes; A divina comedia, de Dante; Hamlet, de Shakespeare; Crime e castigo, de Dostoievski; e em Busca do tempo perdido, de Proust. Você, Dandão, levado pela compulsão do número dez, fez-me excluir autores do porte de Balzac, Kafka, Tolstoi, Goethe, Joyce, Thomas Mann, Herman Melville, Flaubert, Sthendal, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Faulkner, Borges, Herman Hesse, Ibsen, Pirandello, Lampedusa, Steine, Knut Hamsun, Musil, Victor Hugo, Tchekov, Gabriel Garcia Marques, Juan Rulfo, Kawabata, todos com obras imprescindíveis. Isso, sem mencionar os grandes poetas brasileiros e de outros países que tiveram de ficar de fora.9. Nesse aspecto literário, faça um balanço da literatura brasileira de hoje. E, aproveitando o ensejo, situe a literatura produzida no Acre dentro do contexto dessa literatura brasileira.Não vou correr o risco, pois desconheço grande parte da literatura que se faz hoje no Brasil. No entanto, eu posso dizer que está faltando um grande romance depois do que já foi publicado por Machado de Assis, Lima Barreto, Graciliano Ramos, Lúcio Cardoso, o Jorge Amado de Gabriela, cravo e canela, Ciro dos Anjos, Guimarães Rosa, Josué Montelo, José Cândido de Carvalho do Coronel e o lobisomem, e Ariano Suassuna. Li e gosto de Milton Hatoum, Cristóvão Tezza, Ignácio de Loyola Brandão, Raimundo Carrero, Gilvan Lemos, Francisco Dantas, Luiz Ruffato, João Ubaldo Ribeiro, Fernando Monteiro, Homero Fonseca, João Antonio, Cláudio Aguiar, e mais os gaúchos Assis Brasil, Faraco e Tabajara Ruas. A poesia, por sua vez, vai muito bem. Poetas como Ivan Junqueira, Alexei Bueno, Ruy Espinheira, Ildásio Tavares, Jaci Bezerra Lima, Marcus Accioly, Adriano Espínola, Antonio Carlos Secchin, João de Jesus Paes Loureiro, Sanderson Negreiros, Nei Leandro de Castro, Ivo Barroso, Hildeberto Barbosa, Alberto da Cunha Melo já falecido, Carlos Nejar, Nauro Machado, Francisco Carvalho, Sérgio de Castro Pinto, Luiz Barcelar, Jorge Tufic etc. E os mais velhos Thiago de Mello, Ledo Ivo e Ferreira Gullar honram a tradição da grande poesia brasileira de Augusto dos Anjos, Bilac, Castro Alves, Gonçalves Dias, Jorge de Lima, Manuel Bandeira, Drummond, Vinícius de Moraes, Cruz e Souza, João Cabral, Cecília Meireles etc. Sobre a literatura que se faz hoje no Acre não falo porque reconheço a minha santa ignorância. Li alguns livros, porém considero insuficiente para fazer qualquer apreciação mais séria. Só posso falar com segurança de Clodomir Monteiro, um bom poeta e agitador cultural, de Leila Jalul e de você, Dandão, que é, ao meu modo, um dos melhores cronistas desse país.10. E sobre os seus livros. Fale das suas crias. O que elas representam para você e como elas, as crias, foram recebidas quando vieram à luz.Não tenho muito que falar dos meus livros. Eles são obras secundárias ou terciárias que se perdem no imenso oceano das publicações brasileiras. No entanto, dois deles despertam maior interesse por tratarem de assuntos da Amazônia: Capital e trabalho na Amazônia Ocidental e Comunicação alternativa e movimentos sociais na Amazônia Ocidental, ambos decorrentes do trabalho acadêmico. Os livros que escrevi e organizei se encontram todos esgotados, naturalmente pelo tamanho das tiragens e não pelo mérito da obra. Toda minha pequena produção publicada e inédita está sendo disponibilizada no meu blog, pois não penso mais em editar em livro. Por falar em blog, divulga ai o meu para conhecimento dos teus leitores:
http://www.cenasecoisasdavida.blogspot.com/, ele anda meio desatualizado e subnutrido, mas em breve a coisa vai ser alimentada com regularidade.11. Para fechar, eu gostaria que você falasse dos seus novos projetos. O que esperar do doutor Pedro Vicente nos próximos anos.Um amigo pelo qual tenho muito carinho, Francisco Almeida, leu meu blog e disse que ele estava recheado de memórias. É isso mesmo, eu penso em ir publicando artigos que registrem minhas memórias, que são muitas e até algumas eu considero interessantes por tratarem de pessoas, fatos da vida e da história cultural da província que só virão a publico se alguém se der ao trabalho de registrar. Não quero nem ouvir falar mais de produção acadêmica. Há dois anos atrás ainda pensei com seriedade nisso. O tema era a presença dos comunistas na política do Rio Grande do Norte após o movimento de 35, a chamada intentona. O que me motivou foi o insólito resultado do processo eleitoral de 1945, no qual os candidatos comunistas obtiveram expressiva votação na cidade de Natal, inclusive o seu candidato à presidência, o desconhecido Iedo Fiúza, que o grande Carlos Lacerda o chamava com eficácia de “o rato Fiúza”, foi muito bem votado na cidade e conseguiu vencer seus concorrentes Eurico Gaspar Dutra e Eduardo Gomes. Tirei esse projeto da agenda, apesar de ter reunido uma farta bibliografia e material de pesquisa. Se você me permite, eu registro nessa entrevista mais um desabafo, desta feita com relação à vida acadêmica. Eu comparo hoje o ambiente na universidade ao velho Coliseu romano, com feras e gladiadores envolvidos numa luta de vida e morte, numa competição muitas vezes desleal e até com o uso de golpes baixos dignos de foras da Lei. Pasme, quando me aposentei da UFRN, em 1963, sem no entanto me desligar da Universidade, pois ainda havia o compromisso com vários orientandos na pós-graduação, eu tive meu nome retirado da porta da sala que ocupava e dela fui despejado por iniciativa de certo professor que era meu amigo, e ainda mais, o meu escaninho para correspondência virou coletivo, um buraco negro para os aposentados, e daí eu passei a receber meus orientandos na sala reservada para o bate papo e para o cafezinho dos professores. Até na UFAC, certos professores ainda me olham como concorrente, e só me chamam para fazer alguma atividade a título de colaboração espontânea e gratuita, e nem sequer se dão o trabalho de expedirem a mais simples declaração. Eu espero concluir ainda este ano o que estou fazendo no Acre. Depois disso, quando voltar a Natal, eu vou cuidar do meu blog e publicar o material que reuni durante toda uma vida. Dedicar-me, evidentemente, mais a minha esposa e as duas filhas e curtir os netos que já vieram e ainda virão. E tomar muito vinho, pois considero que ainda estou muito atrasado. Além disso, pretendo ler e reler muitos livros e até ver filmes tardiamente no vídeo, pois teatro, concertos musicais, exposições de arte e cinema etc. ficam na dependência das viagens que eu possa fazer ao sul do país, principalmente a São Paulo. Isto naturalmente será feito até que a morte nos separe.O entrevistadorFrancisco Dandão é jornalista e ex-assessor de comunicação da UFAC. Poeta, colunista e cronista em jornais diários de Rio Branco (AC). Licenciado em Letras (1980) e bacharel em Direito (1986) pela Universidade Federal do Acre; mestre em Comunicação (1999) pela Universidade de Brasília; membro da Academia Acreana de Letras (desde 2003 – cadeira 28); professor das disciplinas: Teoria do Jornalismo e Teorias da Comunicação no curso de Jornalismo do Instituto de Ensino Superior do Acre. Publicou os livros de crônicas: A Arte do Chute na Rede do Improvável (2002) e Verdades Absolutas e Outras Mentiras (2005), entre outros.

ALBUM DE FAMÍLIA - ANA E TATIANA


Minha filha Ana e Tatiana (de calcinha branca) na varanda de minha casa, início dos anos 80. Hoje são duas mulheres bonitas. Tatiana, agora em 2009, foi mãe da Manuela. Tatiana formou-se em Fisioterapia e mora em Ipatinga - MG. Ana, continua morando comigo e Eró, já está casada mas, ainda está dando maçada prá nos dá um neto.

sábado, 13 de junho de 2009

ORLANDO SILVA CANTANDO PARA AILTON

Sucesso do Carnaval de 1944, "Atire a Primeira Pedra" de Ataulfo Alves e Mário Lago, na voz do "Cantor das Multidões," Orlando Silva. Para comemorar os 65 anos de Ailton.

ALBUM DE FAMÍLIA - AILTON E IRMÃOS.

Hoje, dia de Santo Antonio, é o aniversário do meu irmão mais velho, Antônio Ailton Fernandes. As fotos: 1ª Rogério, Ailton e Araken (Anos 70). A 2ª Ailton, vó Ana e eu. A 3ª Eu e Ailton (início dos anos 50, em Fernando de Noronha).


PARABÉNS, mano velho!! A Oração de Santo Antônio de presente para você e uma pequena biografia do seu Patrono.




Uma pequena biografia de Santo Antônio:



ANTONIUS DE PADUA, ORA PRO NOBISS, 1895
1 gravura : litografia, colorida. - Data provável baseada no 7º centenário do nascimento do Santo. - Dim. da comp.: 51x39 cm. - Imagem de Santo António com o Menino Jesus, dentro de um emolduramento formado por medalhões redondos representando passagens da sua vida
Biblioteca Nacional Digital


*
«Fernando Martim de Bulhões e Taveira Azevedo nasceu em Lisboa em 15 de Agosto de 1195. Nascido e criado em Lisboa, aos quinze anos entrou para um convento de Cónegos Regrantes de Santo Agostinho, e em 1220, com vinte e cinco anos, impressionado pela pregação de alguns frades fransciscanos que conheceu em Coimbra enquanto estudava, trocou o seu nome por António e ingressou na Ordem dos Franciscanos. Era um pregador culto e apaixonado, conhecido pela sua devoção aos pobres e pela habilidade para converter heréticos. Leccionou ainda teologia em várias universidades europeias, tendo passado os últimos meses da sua vida em Pádua, Itália, onde viria a falecer no bairro de Arcella. No dia 13 de Junho de 1231.
Onze meses e dezessete dias depois de morrer foi canonizado. Detém o recorde da canonização mais rápida da Igreja Católica. Em 1934, o Papa Pio XI proclamou-o segundo padroeiro de Portugal, a par de Nossa Senhora da Conceição. Por fim, em 16 de Janeiro de 1946, o Papa Pio XII juntou o seu nome à lista dos Doutores da Igreja Católica.
No século XVII, para alguns historiadores em 1665, Santo Antônio assentou praça no 2° Regimento de Infantaria de Lagos, simbolicamente, por iniciativa de D. Afonso VI (1656-1683), que viu no Santo a bandeira milagrosa para a vitória contra as forças espanholas sob o comando do marquês de Caracena. O estratagema deu resultado, tendo o Exército Português, sob o comando do marquês de Marialva, derrotado as do "Marte da Espanha".

sexta-feira, 12 de junho de 2009

MATRIX REVELATION

quinta-feira, 11 de junho de 2009

CURIOSIDADES DO CORPO HUMANO


Curiosidades do corpo humano:


- A comida leva sete segundos para ir da boca ao estômago.


- Um fio de cabelo suporta o peso de 3 kg


.- O tamanho médio do pênis é três vezes o comprimento do polegar.


- O fêmur é mais forte que concreto.


- O coração da mulher bate mais rápido que o do homem.


- Existem aproximadamente um trilhão de bactérias em cada pé.


- As mulheres piscam duas vezes mais que os homens.


- O peso médio da pele é duas vezes maior que o do cérebro.


- Seu corpo utiliza mais de 300 músculos para manter o equilíbrio quando está parado em pé


- Se a saliva não consegue dissolver algo, não se consegue sentir seu sabor.

- As mulheres que estão lendo este texto já terminaram.


- Os homens ainda estão ocupados medindo seus polegares…

SONHAR NÃO CUSTA NADA


Navegando pela Net, achei esse blog "DELÍRIOS DO COTIDIANO". Reproduzo a sua"pena" que abre o blog. "Por que meus sonhos / Não podem voar tambem?"
Uma beleza!!

O SENADO INOVA


Agora, além do "funcionário fantasma" tem os "Decretos Fantasmas" (Secretos). Até o netinho do Sarney, sem o avôzão saber, claro! está envolvido no novo escândalo da Alta Casa da República.

E EVA COMEU A MAÇÃ

Recebí da Verônica por e-mail. Compartilho


POR QUE EVA COMEU A FRUTA?


Não foi assim facinho não!!!

No início, Eva não queria comer a fruta.

- Come - disse a serpente astuta! - e serás como os anjos!

- Não - respondeu Eva. Virando a cara para o lado!

- Terás o conhecimento do Bem e do Mal - insistiu a víbora.

- Cruzou os braços, olhou bem na cara da serpente e respondeu firme: Não!

- Serás imortal.- Não! Já disse!

- Serás como Deus!

- NÃO, e NÃO! Já disse que NÃO!

Irritadíssima, quase enfiando a fruta goela abaixo, a serpente já estava desesperada e não sabia mais o que fazer para que aquela mulher, de princípios tão rígidos e personalidade tão forte comesse a fruta. Até que teve uma idéia, já que nenhum dos argumentos haviam funcionado...

Ofereceu novamente a fruta e disse com um sorrisinho maroto:- Come, boba!!!


EMAGRECE!!!! *Foi tiro e queda!!!! *




















































































































































































































































































































































































































































quarta-feira, 10 de junho de 2009

A PETROBRÁS É NOSSA


Em ato, PT volta a atacar CPI e "sanha privatista"


A bancada do PT na Assembleia Legislativa de São Paulo realizou ontem um ato de apoio à Petrobras que contou com a participação de aproximadamente 300 pessoas. Nos discursos, não faltaram ataques à CPI instalada no Congresso para investigar a empresa.Além dos deputados petistas -federais e estaduais-, estiveram presentes sindicalistas, representantes de movimentos sociais e trabalhadores do setor petroleiro. O evento aconteceu em um dos plenários da Casa."O foco da CPI não é bem a Petrobras, é a soberania nacional. O povo brasileiro precisa ser informado das reais intenções dos que querem privatizar o petróleo brasileiro", afirmou Antonio Carlos Spis, presidente da Federação Única dos Petroleiros."A Petrobras é uma importante empresa para o Brasil porque os recursos do pré-sal podem garantir um bom futuro ao país, com mais investimentos e melhorias na saúde, educação e nos programas sociais. Nós não podemos entregar a exploração da empresa a grupos estrangeiros. O Petróleo é nosso", afirmou o líder da bancada do PT, Rui Falcão, principal organizador do ato.Segundo ele, o PT e os movimentos organizados devem lutar contra a "sanha dos privatistas, tucanos e demos, que não perdem a oportunidade de entregar as maiores riquezas do país à iniciativa privada".O evento serviu também para o partido e os sindicatos aglutinarem forças em torno de um outro ato em favor da Petrobras, marcado para o dia 19 deste mês, em frente ao prédio da empresa, na avenida Paulista.O deputado federal José Genoino (SP), ex-presidente nacional do PT, também atacou a oposição e a CPI. "É uma disputa política", disse. Edinho Silva, presidente do PT paulista, seguiu a mesma linha: "O que está em disputa com a CPI é o projeto político partidário que define para onde vai o Brasil".

FATOS E DADOS - UM MARCO HISTÓRICO.



O PiG (*) não resiste à luz do sol. Fica cego ...



Leandro Fortes e o blog da Petrobras

Atualizado em 10 de junho de 2009 às 12:01 Publicado em 10 de junho de 2009 às 11:59


por Leandro Fortes, no Brasília eu vi


A criação do Blog da Petrobras é um ponto de inflexão nas relações da mídia com as fontes, embora tenha sido criado em meio a um ambiente de conflito decorrente da malfadada CPI da Petrobras, no Senado Federal. Mais do que uma discussão sobre liberdade de imprensa e o direito de sigilo nas relações entre jornalistas e fontes, a criação do blog suscita uma reflexão muito mais profunda porque, a meu ver, ele será lembrado como marco histórico, no Brasil, do fim do jornalismo diário impresso tal qual o conhecemos e de todas as idiossincrasias induzidas e adquiridas nas redações brasileiras ao longo dos últimos 50 anos. Em outras palavras, a fórceps e sob bombardeio, o Blog da Petrobras decretou o fim de expedientes obsoletos e, muitas vezes, desonestos, de apuração, edição e publicação de matérias jornalísticas. Colocou o jornal de papel e sua superada pretensão informativa na mesma estante de velharias do século XX onde figuram, lado a lado, a televisão a válvula, a geladeira a querosene e o platinado.
Ao tornar visível e, por isso mesmo, vulnerável, a rotina de apuração dos jornalistas, o Blog da Petrobras quebrou um falso pacto de cooperação, denunciado curiosamente de “vazamento de informações sigilosas”, sobre o qual pairava a seguinte regra mínima: eu pergunto, mas eu escolho o que você responde, se você não gostar, mande uma carta à redação, reze para ela ser publicada (na íntegra) ou vá queixar-se ao bispo. Primeiro, não há relação de sigilo em entrevista, muito menos com relação a perguntas feitas por escrito por repórteres. Não sei da onde tiraram isso. Quando o jornalista se dispõe a fazer perguntas por e-mail, não pode esperar outra coisa senão publicidade de um registro capaz de ser compartilhado, em tese, com milhões de pessoas. Se, nesse e-mail, ele passa informações exclusivas da apuração, tem que estar disposto, também, a correr esse risco. Há, no mundo todo, um exército bem pago de assessores de imprensa sendo treinado, diuturnamente, para desmontar pautas jornalísticas, minimizá-las o impacto e, principalmente, fazer um trabalho de contra-inteligência capaz de neutralizar o poder de fogo dos repórteres. E isso não é novidade. A novidade é a internet.
Ao invés de ficar choramingando em editoriais saudosos dos tempos de antanho, os jornais deveriam, finalmente, prestar atenção ao que está acontecendo no mundo, inclusive nas salas de aula desses meninos aos quais se pretende negar o diploma de jornalismo, uma, duas, três, dez gerações à frente. Aliás, tem coisa mais obsoleta, triste e anacrônica do que os editoriais da imprensa brasileira? Aliás, o que é um editorial senão o blog mais antigo e exclusivo do mundo, pelo qual os barões da imprensa sempre expressaram suas opiniões, livres, no entanto, do incômodo das caixas de comentários? O Blog da Petrobras é justamente isso, o anti-editorial, o contraponto imediato, em tempo real, às chamadas “linhas editoriais” dos veículos de comunicação que, no fim das contas, acabam por contaminar o ofício do jornalismo, submetendo jornalistas ao oficialismo privado dos aquários das redações, cada vez mais descolados da nova realidade ditada pela internet, pela blogosfera e do impressionante e muito bem vindo controle social trazido pela interatividade on line.
Foi um editorial da Folha de S.Paulo, aquele da “Ditabranda”, que deixou no cio a serpente que pariu o Blog da Petrobras. Foi a partir daquela analogia infeliz, turbinada por ofensas gratuitas aos que dela discordaram, que a blogosfera passou oficialmente a servir de espaço livre de direito de resposta, na íntegra, dos ofendidos. O rastilho digital daquela polêmica provocou um dano permanente na credibilidade do jornal, obrigado, a seguir, a desencadear uma série de envergonhados expedientes de capitulação. O legado da discussão, no entanto, foi muito maior. Ainda que agregados de maneira informal, os blogs passaram a ser uma rede de “grilos falantes”, para usar uma expressão empregada pelo jornalista Franklin Martins, da mídia nacional, o escape por onde os rejeitados pelas seções de cartas puderam, finalmente, se exprimir livre e integralmente.
As reações “conspirativas”, neologismo cunhado pelo jornalista Luiz Carlos Azenha para unir conspiração com mídia corporativa, ao Blog da Petrobras são, em tudo, emblemáticas. E não têm nada a ver com “vazamento” das perguntas e informações enviadas por e-mail à empresa. Têm a ver com a perda de poder das redações e com a necessidade de se estabelecer outros paradigmas para o jornalismo. Isso inclui o conceito de “furo”, que a vaidade dos jornalistas transformou em coisa mais importante do que o dever de bem informar – de maneira mais ampla e correta possível – a sociedade na qual está inserido. O “furo” é bem vindo, é um diferencial bacana, gera prêmios jornalísticos, aumentos de salário e promoções, mas interessa muito mais a nós, jornalistas, do que ao respeitável público.
O jornalismo brasileiro não carece de exclusividade, mas de honestidade e transparência

FATOS E DADOS - A PETROBRÁS NA BOCA DO POVO


por Luiz Carlos Azenha


Em alguns minutos o blog da Petrobras terá mil seguidores no Twitter.
Se metade deles "repercutir" as manchetes enviadas pela empresa para sua própria rede de seguidores, esse número se multiplica em segundos.
Ou seja, a mensagem que a Petrobras manda para mil pessoas tem o potencial de chegar a 10 mil. Ou mais.
Se dessas 10 mil pessoas, 5 mil passarem a frequentar o blog da Petrobras diariamente, a empresa poderá vender anúncios no blog.
Ou seja: terá construído uma ferramenta de qualidade para se comunicar com o público, pode reduzir os custos com propaganda e ainda faz um dinheiro.
Uma excelente notícia para os acionistas da Petrobras.
Uma péssima notícia para os donos de jornais, de redes de TV e de emissoras de rádio.
Eles perdem dinheiro e autoridade.
Qual é a vantagem de você ter uma rede de TV se não pode extrair DINHEIRO E PODER dela?
Em tese, os empresários do ramo poderiam argumentar que "prestam um serviço público". Mas é preciso combinar com o público.
Isso me faz lembrar dos donos de jornais de antigamente, especialmente no interior. Que costumavam ameaçar com manchetes destruidoras quem não aceitasse pagar pedágio.
Quem diria que os Marinho, os Mesquita e os Frias chegariam a esse ponto?
Tenho 37 anos de Jornalismo, 29 de televisão. De todas as reclamações que li sobre o blog da Petrobras, só uma faz algum sentido: se a empresa tem ou não o direito de divulgar as perguntas e respostas feitas por jornalistas ANTES da publicação das reportagens pelos jornais que fizeram as perguntas.
A relação entre entrevistado-entrevistador é de confiança. Se o entrevistado não tem plena confiança de que será tratado de maneira correta pelo entrevistador, acho justíssimo que divulgue as respostas. Antes ou depois, já que considero que as respostas pertencem ao entrevistado.
Mas, sinceramente, acredito que isso é acessório. O essencial é a mudança de qualidade no relacionamento entre a mídia e as fontes, que vai pelo mesmo caminho da relação entre a mídia e os leitores/ouvintes/telespectadores.
Estou na internet desde o distante 2003. Aprendi muito com vocês, caros leitores. Aprendi que essa relação que travamos é, essencialmente, uma relação de respeito, mesmo quando há profunda diferença de opiniões.
Aprendi que o texto que publico às 6 da manhã será completamente distinto às 10 da noite, quando acrescido dos comentários dos leitores.
Serei corrigido. Contestado. Um leitor sugerirá novos links. Outro agregará argumentos. Um terceiro apontará para outro texto, dizendo algo muito distinto do que acabei de escrever. É da natureza da rede.
Que é exatamente o meu ponto: os Marinho, os Frias e os Mesquita ainda não entenderam a natureza da internet, nem do jornalismo colaborativo.
Eles acreditam que é possível preservar, no mundo digital, o mesmo tipo de relação de autoridade que existe na "mídia tradicional".
De um lado, as "otoridades": os donos da mídia e os jornalistas devidamente diplomados e com registro no Ministério do Trabalho.
Do outro lado, os pobres coitados: leitores, telespectadores e ouvintes cuja única tarefa no mundo é ouvir, acreditar e obedecer.
Sinceramente, não estranho que isso escape aos barões da mídia. Sou jornalista e convivo com jornalistas. E diria, sem medo de errar, que 90% dos jornalistas acreditam que farão Jornalismo amanhã da mesma forma que fizeram ontem. Eles não tem a mínima noção do que está mudando e do que virá.
Da importância do jornalismo colaborativo, do jornalismo feito para as redes de relacionamento, do poder propagador do twitter e das novas ferramentas que surgem todo dia.
Costumo contar duas histórias quando dou palestras sobre esse tema.
Numa, comparo preços. Quando fui para Nova York como correspondente da TV Manchete, em 1985, o preço de dez minutos de transmissão de satélite era de mil e quinhentos dólares. Hoje, essa mesma transmissão de imagens pode ser feita pela internet, de graça.
Na outra, pergunto a profissão de alguns dos presentes. Em geral há professores, médicos, engenheiros, pedreiros, marceneiros, bibliotecários e muitos outros profissionais na platéia. Depois de listar as profissões, interesses e aptidões de todos, faço uma pergunta simples: imaginem o blog do Azenha feito apenas pelo Azenha. Agora imaginem o blog do Azenha feito pelo Azenha e mais todos os presentes na platéia.
Qual será mais rico? Mais variado? Melhor informado? Qual vai errar menos?
Mas é mais do que isso. Se eu conseguir juntar todas essas pessoas em um blog E desenvolver uma relação de respeito mútuo e de parceria, temos um salto de qualidade, que vocês podem chamar de jornalismo colaborativo.
Que a Petrobras tenha aprendido a fazer isso ANTES que os jornalões é sintoma de que há algo de muito errado com nossos jornais. Ou de muito certo com a Petrobras. Ou ambos.



PS: O Jornalismo não acabou. Simplesmente ficou mais dificil enganar os incautos.


PS2: O blog da Petrobras só deu certo por penetrar no fosso que existe entre os jornais e os leitores. Quem cavou o fosso?


PS3: O blog obriga a Petrobras a assumir um compromisso de transparência não só com os jornais, mas diretamente com todos os leitores do blog. É um passo que poucas empresas são capazes de assumir. Vocês já imaginaram um blog da Folha em que a Folha responda sobre seu envolvimento com a ditadura militar? Ou o blog do Globo em que o jornal discuta seu apoio ao golpe de 64?

terça-feira, 9 de junho de 2009

20 ANOS SEM NARA LEÃO

E Narinha chegou ao fim em: 07 de junho de 1989, aos 47 anos.

Tive o privilégio de assistir dois shows da Nara ao vivo. O 1º no Palácio dos Esportes em Natal e o 2º no Projeto Pixinguinha no Teatro Castro Alves de Salvador , em 1983. Nesse, ví o show duas vezes. Tenho quase todos os CDs da Nara, inclusive as duas coletâneas com 14 CDs cada. Talvez, no Brasil, só tenha uma pessoa que goste mais da Nara que eu, é o meu amigo de Mossoró, Dr. André Fausto, casado com minha cunhada Fátima "Diga só o seu" Cristina (Fatoca). Vamos matar aa saudades da Narinha, ouvindo-a cantar esse samba antológico do Nelson Cavaquinho Luz Negra, bem acompanhada pelo clarinetista Abel Ferreira e conjunto.



BIOGRAFIA E DISCOGRAFIA DE NARA LEÃO (19/01/1942 - 07/06/1989)

Filha caçula do casal capixaba Jairo e Altina Leão, mudou-se para o Rio de Janeiro quando tinha apenas um ano de idade, com os pais e a irmã, a jornalista Danuza Leão. Durante a infância, Nara teve aulas de violão com Solon Ayala e Patrício Teixeira, que integrou ao grupo "Batutas de Pixinguinha".
Aos 14 anos, em
1956, resolveu estudar violão na academia de Carlos Lyra e Roberto Menescal, que funcionava em um quarto-e-sala na rua Sá Ferreira, sempre em Copacabana. Mais tarde, Nara tornou-se professora da academia.
A
bossa nova nasceu em reuniões no apartamento dos pais da cantora, em Copacabana, durante reuniões das quais participavam nomes que seriam consagrados no gênero, como Roberto Menescal, Carlos Lyra, Sérgio Mendes e Ronaldo Bôscoli, com quem teve um relacionamento, em 1957. Ele tinha 28 anos e ela 15.
No fim dos anos
1950, Nara foi repórter do jornal "Última Hora", onde Bôscoli também trabalhava, e que pertencia a Samuel Wainer, casado com a irmã de Nara, Danuza. O namoro com Bôscoli terminou quando este iniciou um caso com a cantora Maysa, durante uma turnê em Buenos Aires, em 1961.
Daí em diante, Nara se aproxima de
Carlos Lyra e de suas idéias mais à esquerda. Inicia o namoro com o cineasta Ruy Guerra e passa a se interessar pela música produzida nos morros cariocas.
A estréia profissional se deu quando da participação, ao lado de
Vinícius de Moraes e Carlos Lyra, na comédia Pobre Menina Rica (1963). O título de musa da Bossa Nova foi a ela creditado pelo cronista Sérgio Porto. Mas a consagração efetiva ocorre após o movimento militar de 1964, com a apresentação do espetáculo Opinião, ao lado de João do Vale e Zé Keti, um espetáculo de crítica social à dura repressão imposta pelo regime militar. Maria Bethânia, por sua vez, a substituiria no ano seguinte, interpretando Carcará, pois Nara precisara se afastar por problemas de saúde.
Dentre as suas interpretações mais conhecidas, destacam-se
O barquinho, A Banda e Com Açúcar e com Afeto -- feita a seu pedido, por Chico Buarque, cantor e compositor a quem homenagearia nesse disco homônimo, lançado em 1980.
Nota-se que Nara Leão vai mudando suas preferências musicais ao longo dos
anos 1960. De musa da Bossa Nova, passa a ser cantora de protesto, simpatizante das atividades dos Centros Populares de Cultura da UNE. Embora os CPC's já tivessem sido extintos pela ditadura, em 1964, o espetáculo Opinião tem forte influência do espírito cepecista.
Em
1966, interpretou a canção A Banda, de Chico Buarque no Festival de Música Popular Brasileira (TV Record), que ganhou o festival e público brasileiro.
Nara também aderiu ao
movimento tropicalista, tendo participado do disco-manifesto do movimento - Tropicália ou Panis et Circensis, lançado pela Philips em 1968 e disponível hoje em CD.
Casa-se com o cineasta
Cacá Diegues, com quem terá dois filhos - Isabel e Francisco e, no fim dos anos 1960, transfere-se para a Europa, permanecendo por três anos, entre a França, onde nasce a filha Isabel, e a Itália.
No começo dos
anos 1970, decide estudar psicologia na PUC-RJ. De fato, Nara planejava abandonar a música mas não chegou a deixar a profissão de cantora, apenas diminuindo o ritmo de trabalho e modificando o estilo dos espetáculos.
Morreu na manhã de
7 de junho de 1989 vítima de um tumor inoperável aos 47 anos de idade. Seu último disco foi My foolish heart, lançado naquele mesmo ano, interpretando versões de clássicos americanos.
Em
2002, seus discos lançados anteriormente em LPs foram relançados em duas caixas separadas - uma com o período 1964-1975 e a outra 1977-1989 - trazendo também faixas-bônus e um livreto sobre a biografia.

[editar] Discografia
1964 - Nara
1964 - Opinião de Nara
1965 - O Canto Livre de Nara
1965 - Cinco na Bossa
1965 - Show Opinião
1966 - Nara Pede Passagem
1966 - Manhã de Liberdade
1966 - Liberdade, Liberdade
1967 - Nara
1967 - Vento de Maio
1968 - Nara Leão
1969 - Coisas do Mundo
1971 - Dez Anos Depois
1974 - Meu Primeiro Amor
1977 - Meus Amigos São Um Barato
1978 - Debaixo Dos Caracóis Dos Seus Cabelos
1979 - Nara Canta en Castellano
1980 - Com Açúcar, Com Afeto
1981 - Romance Popular
1982 - Nasci Para Bailar
1983 - Meu Samba Encabulado
1984 - Abraços E Beijinhos e Carinhos Sem Ter Fim... Nara
1985 - Nara e Menescal - Um Cantinho, Um Violão
1986 - Garota de Ipanema
1987 - Meus Sonhos Dourados
1989 - My Foolish Heart