quinta-feira, 31 de maio de 2012

OS ANIVERSARIANTES DO MES DA FAMÍLIA

 Eu e carlos na infãncia, meados dos anos 50

 Igor com seu pai, meu irmão mais novo, Araken. Carlos (de chapéu de couro) e eu com o meu panamá, na festa da minha sobrinha Alyne, pela sua aprovação na OAB (abril de 2012)

 Minha cunhada Rosa Rosicleida, na Igreja de Carnaúba.

 Carlos Magno Fernandes no esplendor dos seus 62 anos, tomando uma Skolzinha, de leve.

Rogério e sua esposa, Rosa; Penha e Ailton sob a proteção do Cristo de Carnaúba.

No dia 24 de maio, meu irmão Carlos Magno Fernandes (o da direita numa foto dos anos 50), completou 62 anos e no domingo 27 de maio, minha cunhada Rosa, a famosa "Rosicleida", esposa do mano Rogério, completou "cinquente e uns". Na 2ª feira passada fomos ao setor de mansões sul do Tucumã para cantar os parabéns da Rosa e jantar um delicioso Bobó de camarão assinado pela Bia, irmã da Rosa. Parabéns ao mano Carlos e a cunhada Rosa e muitas felicidades, que a "mundiça" dos Fernandes e dos Alves desejam a vocês.

REPÓRTER DA BAND TOMA LIÇÃO DE ÉTICA




O motorista, na sua simplicidade, dá uma lição de ética a jornalista da BAND e manda ele estudar e ter respeito. Vale a pena assistir.

ARTHUR COM 7 MESES NA CORCUNDA

 Nunca visse pão, não Arthur?? (com o pai, Max)

 Olha o bonitão do vô, aí: Arthur com 7 meses, criado a Toddy.

Hoje, 31 de maio, meu neto Arthur, completa 7 meses de vida na sua corcundinha. É muito bom vê de perto seu crescimento e a sua vitalidade. Muito em breve a avó não vai poder mais carregá-lo nos braços e eu também. Parabéns ao Rei Arthur.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

GILMAR O NOVO HERMENEGILDO

Um pouco de história para avivar a lembrança de uma das páginas mais vergonhosas do Supremo Tribunal Federal - S.T.F e alguns dos seus Ministros. Atualmente, o Ministro Gilmar Mendes, me faz lembrar desse episódio e da poesia de Aprígio dos Anjos (irmão de Augusto dos Anjos), sobre aquele fato. Vamos ao fato e a poesia.

O Fato: (pinçado do hebreu.blogspot)

Nos anos 30, o STF tomou um vergonhosa decisão que desonra até hoje a história do nosso país.

A história é feita de heróis mas também de covardes e vendidos, aos atos de coragem se contrapõem os de traições. Vitórias são sufocadas por derrotas, longas que parecem eternas, e a luz do sol desaparece nas cavernas das prisões dos fascistas de todos os tempos.

Chegamos na encruzilhada, temida mas que parecia impossível de tão absurda, porque além de driblar a lei é também um ato de submissão a um governo estrangeiro, ressurreição e cópia conforme de um momento de trevas na história recente da humanidade.

Olga Benário Prestes, a jovem alemã presa grávida na antiga prisão da Frei Caneca, no Rio, era judia e comunista. Seu feto tinha sido gerado por Luiz Carlos Prestes, o Cavaleiro de uma Esperança que não chegou a concretizar. E a justiça brasileira, na sua Corte Suprema, o STF, rejeitou o que poderia ter impedido o crime hediondo mas legal – o de se deportar para a Alemanha nazista, uma judia com destino certo à morte num campo de concentração, tendo no seu ventre uma menina brasileira, nascida no campo da morte de Ravenscbruck, órfã de mãe já nos seus primeiros meses e que só veria o pai ao ter dez anos.

Esse hediondo crime legal, que ainda hoje envergonha nosso país e desqualifica nosso sistema judiciário, foi cometido dentro dos preceitos, prazos e exigência da lei, com arrazoados, falas e decisões assinadas por togados juízes da nossa mais alta magistratura – o Supremo Tribunal Federal. Mas os nomes da vergonha, daqueles que se sujeitaram aos desejos do Estado Novo e de seu capanga, chefe do Doi-Codi da época, Felinto Muller, se perpetuam e podem ser lidos, pelos amantes do Direito como os autores da pena de morte, decisão tomada por pusilânimes ou covardes.

Diz a Bíblia, que a justiça divina se aplica no decorrer de mil gerações. Amén,  que assim seja. O relator do processo que negou habeas-corpus a Olga Benário foi o ministro Bento de Faria, o presidente do STF, Edmundo Lins, e os ministros Hermenegildo de Barros, Plínio Casado, Laudo de Camargo, Costa Manso, Otávio Kelly e Ataulfo de Paiva.
Coincidência ou ajuste de contas divino, Felinto Muller, o delegado Fleury daqueles anos, morreu carbonizado no único acidente da Varig, alguns quilômetros antes de pousar no aeroporto de Orly.

A lei brasileira garantia que uma mulher em estado de gravidez avançado não poderia mais ser extraditada e que, depois de nascido o filho ou filha, já não poderia mais ser expulsa e extraditada. Mas, como dizia o ditador da época, "a lei, ora a lei"(expressão que se tornou antológica, repetida e observada mesmo por togados do STF), e logo surgiram juristas para justificar o desconhecimento da lei, como Clóvis Beviláqua, mesmo se a medida "visando a expulsanda, fosse atingir o nascituro".

Triste episódio, triste lembrança, triste história do nosso Direito que poderá conhecer um remake, porque a honra, a coragem e a humanidade não são transmissíveis como os genes, mas se constroem no decurso da vida.(Hebreu.blogspot)
Olga Benário Prestes



Gilmar Mendes (não lava as mãos com benzina)


Hermenegildo Rodrigues de Barros (1866 - 1955)


A poesia  de Aprígio dos Anjos:


"Neste foro de gênios insepultos,
Cheio de múmias e quadrupedantes,
Vejo pingüins passarem por gigantes
E analfabetos por jurisconsultos.

Acórdãos de sentidos claudicantes,
Na feitura de juízes semicultos
Criam formas bizarras e tumultos,
Que escapa à perícia de Cervantes.

A balança da lei não tem mais pratos,
Desde de que sucumbiu Poncius Pilatos,
Desgraçou-se a justiça de uma vez.

Ele ao menos conforme a bíblia ensina
Lavava as mãos escuras com benzina,
Coisa que Hermenegildo nunca fez! "

E nem Gilmar Mendes, digo eu. (MIF)


ESTÁ BOMBANDO NA REDE




Esses Blogs sujos !! Nós somos sujinhos, mas nos divertimos muito.

terça-feira, 29 de maio de 2012

NEM É BOM FALAR

O samba Nem É Bom Falar, de 1931, de Ismael Silva,também autor do antológico "Antonico", agora vai entrar para o folclore político, já que o Senador Demóstenes Torres, fez referência a ele em sua defesa. Eu considero que não vai ser suficiente para livrá-lo da cassação do mandato. Eis o samba.

GILMAR E VEJA - ARMARAM E SE DERAM MAL




É impressionante como o Ministro do Supremo, Gilmar Mendes, está nervoso, estressado. Cada vez que ele dá sua versão sobre a conversa que teve com Lula, ele fca mais exasperado. Em breve vai faltar Lexotan e Rivrotil na praça. Dalmo Dalari já tinha cantado a pedra sobre o risco do Gilmar Mendes no STF. Está se confirmando.(MIF)



QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ



 Hoje, assisti a defesa e a oitiva do Senador Demóstenes Torres (ex- Democrata) na Comissão de Ética do Senado Federal e tive pena. A pena é o pior sentimento, que devemos ter por um ser humano e Demóstenes é um ser humano, hoje, dígno de pena. Em poucos meses ele passou do "Mosqueteiro da Ética" (segundo a Veja), do "Catão da República", para um serviçal de um contraventor arrolado em diversos crimes. Um Senador, que recebeu presentes caros do Cachoeira, inclusive um telefone Nextel, cujas contas quem pagava era o Cachoeira. Como é que um Senador da República que dispõe de telefones institucionais e que tem condições de comprar e pagar as contas de seus próprios telefones se presta a aceitar e usar esse "presente de grego" (O Nextel) do amigo do contraventor? Só esse fato implica em quebra do decôro, porém tem muito mais coisas tenebrosas, que já veio e ainda vão vir a tona. Para mim a situação mais constrangedora no de poimento do Senador Demóstenes foi quando o mesmo foi interpelado pelo seu colega Mário Couto (PSDB-PA), seu aliado da oposição, outrora fã de carteirinha e grande admirador de Demóstenes, quando perguntou se le reconhecia que se era a sua vóz nas escutas gravadas pela Polícia Federal, independente do mérito se foram legais, ou não? E o Demóstenes não teve como negar que era a sua vóz. Só lhe restou como defesa relembrar um samba antológico do Ismael  Silva "Nem tudo que se diz, se faz". Acontece Senador Demóstenes, que a ética implica em atitudes onde o que se diz e o que se pratica devem ser coerentes e compatíveis. Acho que nem o grande Ismael Silva com seu grande samba vai emprestar a beleza e o lirismo de sua música em defesa do seu mandato. E eu lembro outro grande samba do Noel Rosa, dos anos 30, que insiste em permanecer atual; "Onde Está a Honestidade?"

domingo, 27 de maio de 2012

A CHARGE DA SEMANA

O GILMAR APRONTOU MAIS UMA

As manchas na imagem do STF

 Enviado por luisnassif, dom, 27/05/2012 - 12:15 Por Eduardo Ramos

 O Supremo Tribunal Federal representa a segurança final do país. É o órgão que dá a palavra final às causas que batem à sua porta, dirime dúvidas sobre a constitucionalidade de leis duvidosas, dialoga com Executivo e Legislativo em busca do bem maior, a paz social e o império da lei, da justiça no país. Seus ministros deveriam ser não só dotados de elevado e inegável conhecimento jurídico, mas também de espírito público, discrição, dignidade no trato com a imprensa, com seus pares, com os representantes dos outros poderes. Deveriam incorrer no máximo esforço pessoal para dignificar seus cargos, para dignificar a instiruição e angrariarem o respeito da sociedade civil. Sem a intervenção da Justiça, resta a barbárie, o crime, a manipulação, toda a sorte de opressão dos poderosos contra aqueles que não detêm fatia maior de poder, sejam pessoas, sejam grupos de pessoas - trabalhadores, mulheres, negros, índios, gays, etc. etc. etc. - qualquer grupo que em determinado lugar ou época estejam com seus direitos fundamentais ameaçados. Não é pouca coisa... Infelizmente para o Brasil, a última década não foi lá muito feliz na concretização desses objetivos, por parte dos senhores ministros. Ou por falta de elevado saber jurídico, ou por falta de caráter mesmo, ou por excesso de vedetismo, ou por outros motivos que poderíamos citar, em muitas oportunidades nosso Supremo Tribunal deixou a desejar! Essa impressão é forte, é presente no seio da sociedade, é fato comentado pelos mais esclarecidos. Tem-se a impressão que a maioria dos ministros age honestamente, mas, muitas vezes, ou se deixa pautar pela grande mídia, covardemente, ou se omitem, em momentos de crise, seguindo a personalidade dominante no momento - nos últimos anos, ora o ministro Marco Aurélio, ora o ministro Gilmar Mendes - os preferidos pela grande mídia nos últimos seis, sete anos, para se manifestarem em nome do Supremo. A vulgaridade de alguns embates, as frágeis explicações para as decisões polêmicas, o pouco ou nenhum diálogo real com a sociedade, foram minando nossa fé no Supremo. Mas nada foi tão trágico, tão corrosivo, tão maléfico à imagem do Tribunal, como a desastrosa atuação do ministro Gilmar Mendes, absurdamente indigno do cargo, absurdamente sem decoro, sem discrição, sem caráter, sem honestidade pessoal, em casos como sua amizade pessoal com Demóstenes, seu amor às bajulações da grande mídia, sua atuação no Satiagraha como um todo, o caso do falso grampo, seu desrespeito sórdido ao presidente da República, "chamando-o às falas", sua arrogância contumaz e inigualável. Torna-se incompreensível que apenas o ministro Joaquim Barbosa tenha tido a coragem, nos últimos anos, de desmascarar e peitar o indigno boquirroto! A omissão de seus pares, faz mal ao Brasil! Torna-se, a omissão, diante da gravidade do caos moral que Gilmar Mendes levou ao STF, covardia e cumplicidade dos senhores ministros. Como pode NENHUM MINISTRO questionar o Gilmar Mendes, depois que a Polícia federal comprovou a farsa dos grampos, em duas oportunidades claras de golpe contra a ordem no país? E agora, quando um testemunho gravíssimo - Lula deveria ser processado, se verdadeira a informação... - do ministro, acusa um ex-presidente, de interferir - ou desejar fazê-lo... - em julgamento do Supremo, SUBORNANDO a este ministro, com oferta de blindagem em uma CPMI... Não há meio termo, a situação exige medidas duras! Ou Lula agiu como pessoa vulgar, criminosamente chantageando o ministro, ou este calunia Lula, envolve outros ministros em sua mentira, e corrompe, por assim dizer, todo o Supremo, lançando dúvidas seríssimas sobre o julgamento por vir. Não é possível mais, fechar os olhos, tampar os ouvidos, fazer-se de "morto", mais uma vez. Os ministros têm a obrigação moral, profissional e cidadã, de averiguar a verdade, e agirem. Ou estarão confirmando sua submissão moral e mental às sandices de Gilmar Mendes. Não cabe discrição, calma, paciência, diante dessa insanidade. Que o Supremo volte a agir como dele se espera. Todo um país, por sinal....

UM SAMBA DE BREQUE ANTOLÓGICO

 Esse samba do Wilson Batista e Moreira da Silva, vai para o Gilmar Mendes, Ministro do STF, para lembrar do seu encontro na Alemanha com Demóstenes Torres (quase ex- senador) e o Carlinhos Cachoeira, preso na Papuda de Brasília.  Cuidado Gilmar, "Salsicha a noite não faz boa digestão". (MIF)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

UM HERÓI NACIONAL E INTERNACIONAL

Apolônio de Carvalho

LEITURAS EDIFICANTES


Estou quase acabando a leitura de "Como Viver", livro de Sara Barkewell sobre a biografia de Michel de Montaigne em "uma pergunta e vinte tentativas de respostas". Montaigne pode ser considerado o pioneiro do gênero literário do Ensaio. Nos seus Ensaios ele nos fala de coisas triviais do cotidiano e de temas de caráter pessoal de sua intimidade mais reservada. Ele traduziu em palavras seu pensamento e sua experiência de forma diferente de tudo que havia sido escrito até então. Um crítico norte americano, o considera o 1º blogueiro da história e Nietzsche considerava Montaigne "a mais livre e poderosa das almas" e acrescentou; "O fato de este homem ter escrito aumentou verdadeiramente a alegria de viver nesse planeta". Os Ensaios de Montaigne entrou para o Index de livros proibidos da Igreka Católica em 28 de janeiro de 1676, permanecendo no Index por quase 200 anos, até 27 de maio de 1854.
Doravante, Montaigne será o patrono desse blog, pois o autor dos Ensaios, certamente, teria como lema; "Tudo pelo Sossego", como relata a autora na página 178 do livro.

Eis algumas das perguntas e as tentativas de respostas que me pareceram mais interessantes:


1 -  Pergunta: Como viver?
Respostas:

Não se preocupe com a morte;
Preste atenção;
Leia muito, esqueça quase tudo que lê e raciocine com lentidão;
Sobreviva ao amor  e as perdas;
Questione tudo;
Seja sociável: viva com os outros;
Viva com temperança;
Preserve sua humanidade;
Conheça o mundo;
Reflita sobre tudo; não se arrependa de nada;
Seja comum e imperfeito;
 Deixe a vida responder por sí mesma.

Michel Eyquem de Montaigne (1533 - 1592)

quinta-feira, 24 de maio de 2012

NA ARGENTINA É ASSIM...

Ai que inveja da Argentina!! (MIF)

Saiu na Carta Maior:

Justiça determina a “desmonopolização” do Grupo Clarín

A Suprema Corte argentina determinou que o Grupo Clarín tem até o dia 7 de dezembro de 2012 para “desinvestir” em seu conglomerado midiático. O Clarín havia apresentado uma medida cautelar no dia 1º de outubro de 2009 sobre o artigo 161 da Lei de democratização de meios de comunicação, que estabelece “a obrigatoriedade de desinvestir para aqueles grupos que superam o limite da regulação legal”.


Francisco Luque – Buenos Aires


Buenos Aires – Depois de três anos de debate, a Suprema Corte argentina determinou que o Grupo Clarín tem até o dia sete de dezembro de 2012 para “desinvestir” em seu conglomerado midiático. O Clarín havia apresentado uma medida cautelar no dia 1º de outubro de 2009 sobre o artigo 161 da Lei de democratização de meios de comunicação, que estabelece “a obrigatoriedade de desinvestir para aqueles grupos que superam o limite da regulação legal”.


Por decisão unânime, o Tribunal se pronunciou no processo “Grupo Clarín SA e outros sobre medidas cautelares”, afirmando que “as medidas cautelares são resoluções jurisdicionais precárias e não podem substituir a solução de fundo porque afetam a segurança jurídica”. Ainda que a demanda do Grupo Clarín tenha se enquadrado no marco do direito de defesa da competição, o Grupo também esgrimiu razões de proteção à liberdade de expressão. Neste sentido, a sentença sustenta que a Corte foi muito clara e consistente em seu reconhecimento ao longo de uma extensa e importante jurisprudência. Entretanto, no processo “não há mais que uma menção ao tema” – liberdade de expressão -, já que a parte autora – Clarín – “não acrescentou nenhum elemento probatório que demonstre de que maneira resultaria afetada essa liberdade”.


Textualmente, o artigo da Lei de Meios de Comunicação afirma que “os titulares de licenças dos serviços e registros regulados por esta lei, que na data de sua sanção não reúnam ou não cumpram os requisitos previstos pela mesma, ou as pessoas jurídicas que, no momento de entrada em vigor desta lei fossem titulares de uma quantidade maior de licenças, ou com uma composição societária diferente da permitida, deverão ajustar-se às disposições da presente em um prazo não maior que um (1) ano de que a autoridade de aplicação estabeleça os mecanismos de transição”.


Os juízes Ricardo Lorenzetti, Elena Highton, Carlos Fayt, Juan Carlos Maqueda, Raúl Zaffaroni e Enrique Petracchi avaliaram, através de sua resolução, que o prazo de 36 meses “resulta razoável para a vigência da medida cautelar e se ajusta aos tempos que tarda a via processual tentada”.


No dia 1º de outubro de 2009, o Clarín solicitou que se ditasse uma medida de “não inovar” para suspender o tratamento legislativo da Lei de Medios. O pedido foi indeferido pela justiça civil e comercial federal. Em outubro de 2010, em uma decisão unânime, a Corte confirmou a medida cautelar.


A Corte Suprema afirmou em sua sentença que “quando as cautelares se tornam ordinárias e substituem a sentença definitiva, se cria um direito precário, o que constitui uma lesão ao objetivo de afiançar a justiça, garantido no próprio Preâmbulo da Constituição Nacional”.


A Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (AFSCA) celebrou a decisão e afirmou que “a resolução garante a segurança jurídica e a equidade para todas as partes, de um modo compatível com o interesse geral e a propriedade privada, na medida em que, anteriormente e por via de regulamentação, a AFSCA já havia prorrogado o prazo até o dia 28 de dezembro de 2011 para o resto dos grupos do setor”.


“A Corte Suprema considerou que a questão litigiosa fica circunscrita ao campo do estritamente patrimonial afirmando que, em função dos elementos probatórios, a norma em questão não afeta a liberdade de expressão”. Também afirmou que “em todo o direito comparado existem normas de regulação do mercado dos meios de comunicação sem que sua constitucionalidade tenha sido questionada”.


A Lei de democratização de meios de comunicação foi aprovada no dia 10 de outubro de 2009, com 44 votos a favor e 24 contra. Consta de 165 artigos e o eixo central está colocado nos seguintes pontos:


- O desinvestimento (ou desmonopolização). O artigo 161 obriga as empresas de radiodifusão a vender, no prazo de um ano, os meios que não se ajustem aos limites da nova regulação.


- Novo regime. As distribuidoras de cabo não poderão ter canais de tv aberta e só é permitido ter um sinal de cabo de alcance local. Nenhuma empresa pode operar mais de 10 licenças (até então eram 24).


- Autoridade de aplicação. Foi criada a Autoridade Federal de Serviços de Comunicação Audiovisual (Afsca), um ente formado por dois membros escolhidos pelo Governo, três pelo Congresso (um pela situação e dois opositores) e dois surgidos de um Conselho Federal dominado pelos governadores.


- Meios do Estado. Ficou estabelecido que o espaço radioelétrico se dividisse em 3/3, com uma parte para os privados, outra para o Estado e uma última para empresas administradas por ONGs.


- Concessão de licenças. O Poder Executivo se reserva essa faculdade para as cidades com mais de 500.000 habitantes.


- Conteúdos. Ficam estabelecidos limites mínimos de produção nacional (em programas e música) nas rádios e canais de TV.


- Telefônicas. Suprimiu-se a autorização para participar do negócio da TV a cabo. Mas poderiam chegar a fazê-lo associadas à cooperativas.


- Publicidade. Regula a distribuição da grade nos canais privados, mas não se refere à publicidade oficial.


Tradução: Libório Junior

terça-feira, 22 de maio de 2012

O SILÊNCIO CONDENA

Carlinhos Cachoeira com seu advogado, Márcio Thomáz Bastos


O chefe da quadrilha , Carlinhos Cachoeira, entrou mudo e saiu calado da CPMI, que apura as relações do crime organizado, comandado pelo Cachoeira com os três poderes da República nos três níveis, com empresários e com a imprensa. Eu, particularmente, acho no mínimo constrangedor ver um ex-Ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, se prestando a defender um chefe de quadrilha do porte de Cachoeira, que com suas ações criminosas junto com o Partido da Imprensa Golpista - PIG, quase derruba o governo Lula.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

PARA REFLEXÃO

"A luz do sol é o melhor desinfetante." Louis Brandeis (1856 - 1941)

O autor da frase foi Juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos. Ficou conhecido por ser um defensor dos direitos individuais e da liberdade de expressão. A frase está em um artigo que ele redigiu para a publicação Harper's Wekly de 20/12/1913, e também no seu livro Other People's Money de 1914. A frase de Louis Brandeis está sempre presente em debates cujo tema é o livre acesso a documentos  públicos como forma de previnir ilicitudes no âmbito governamental ou privado. (fonte: RODRIGUES, Fernando: Políticos do Brasil - uma investigação sobre o patrimõnio declarado e a ascenção daqueles que exercem o poder. São Paulo, Publifolha,2006)

domingo, 20 de maio de 2012

A VOLTA DO CIPÓ DE AROEIRA....

Em homenagem a Comissão da Verdade.
Vandré cantando; "A volta do cipó de Aroeira no lombo de quem mandou dá"


sexta-feira, 18 de maio de 2012

DOIS GÊNIOS DA RAÇA




Baden Powell e Elizeth Caedoso nessa magistral interpretação de Refém da Solidão de Baden e Paulo César Pinheiro.

FRASE DA SEMANA

"A riqueza de uma nação é como o estrume. Tem que ser bem espalhada, senão começa a cheirar mal."
Francis Bacon (1561 - 1626)

OLHA O "T -6" DO EVANDRO AÍ, GENTE!!



Esse era o T- 6, que sobrevoava os céus de Parnamirim e Natal nos anos 60, com a fuselagem laranja, que ficou gravada nas nossas mentes. Essa obra de arte foi montada pelo Carlos Zarapa, um apaixonado pela aviação. O modelo agora está taxiando em baixo da cama do meu cunhado Evandro. Ele só mostra o modelo para os mais chegados.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A HORA DA VERDADE CHEGOU



Pronunciamento da presidenta Dilma Roussef.

Senhor Michel Temer, vice-presidente da República,
Senhores ex-presidentes da República: senador José Sarney, ex-presidente da República e presidente do Senado Federal; senhor Fernando Collor de Mello, ex-presidente da República; senhor Fernando Henrique Cardoso, ex-presidente da República; senhor Luiz Inácio Lula da Silva, ex-presidente da República;
Deputado Marco Maia, presidente da Câmara dos Deputados,
Ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal,
Senhor Dipp Lângaro, aliás, desculpa, Gilson Lângaro Dipp, representante membro do Supremo [Superior] Tribunal de Justiça, e representante aqui da Comissão da Verdade,
Senhoras e senhores ministros de Estado aqui presentes. Eu cumprimento todos ao cumprimentar a Gleisi Hoffmann, da Casa Civil; o José Eduardo Cardozo, da Justiça; o Luís Inácio Adams, da Advocacia-Geral da União; e a Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos; e o embaixador Celso Amorim, da Defesa.
Senhores ex-ministros da Justiça: Fernando Lyra, senador Aloysio Nunes Ferreira, senador Renan Calheiros e o integrante da Comissão da Verdade, que foi responsável pela fala que dá início a esta cerimônia, que é José Carlos Dias.
Queria cumprimentar também os senhores e senhoras senadores aqui presentes, ao saudar o senador Eduardo Braga, líder do governo no Senado Federal.
Cumprimentar as senhoras e senhores deputados federais, cumprimentando o deputado Arlindo Chinaglia.
Cumprimentar também o senhor Roberto Gurgel, procurador-geral da República,
O ministro João Oreste Dalazen, presidente do Tribunal Superior do Trabalho.
Cumprimentar aqui também o senhores comandantes das Forças: almirante Júlio Soares de Moura Neto, da Marinha; general Enzo Martins Peri, do Exército; brigadeiro Juniti Saito, da Aeronáutica; general José Carlos De Nardi, do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas.
Senhoras e senhores membros da Comissão da Verdade Cláudio Fontelles, Gilson Lângaro Dipp, José Carlos Dias, José Paulo Cavalcanti Filho, Maria Rita Kehl, Paulo Sérgio Pinheiro, Rosa Maria Cardoso da Cunha.
Queria cumprimentar todos os prefeitos aqui presentes saudando o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati.
Cumprimentar o coordenador residente das Nações Unidas no Brasil, Jorge Chediek.
Cumprimentar o senhor Amerigo Incalcaterra, representante regional do Alto Comissariado das Nações Unidas para Direitos Humanos, por intermédio de que cumprimento todos os demais representantes de Organismos Internacionais.
Cumprimentar todas as senhoras e senhores representantes de entidades de defesa dos direitos humanos, senhoras e senhores familiares, senhoras e senhores jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas.
Senhoras e senhores,
Eu queria iniciar citando o deputado Ulysses Guimarães que, se vivesse ainda, certamente, ocuparia um lugar de honra nessa solenidade.
O senhor diretas, como aprendemos a reverenciá-lo, disse uma vez: “a verdade não desaparece quando é eliminada a opinião dos que divergem. A verdade não mereceria este nome se morresse quando censurada.” A verdade, de fato, não morre por ter sido escondida. Nas sombras somos todos privados da verdade, mas não é justo que continuemos apartados dela à luz do dia.
Embora saibamos que regimes de exceção sobrevivem pela interdição da verdade, temos o direito de esperar que, sob a democracia, a verdade, a memória e a história venha à superfície e se torne conhecidas, sobretudo, para as novas e as futuras gerações.
A palavra verdade, na tradição grega ocidental, é exatamente o contrário da palavra esquecimento. É algo tão surpreendentemente forte que não abriga nem o ressentimento, nem o ódio, nem tampouco o perdão. Ela é só e, sobretudo, o contrário do esquecimento. É memória e é história. É a capacidade humana de contar o que aconteceu.
Ao instalar a Comissão da Verdade não nos move o revanchismo, o ódio ou o desejo de reescrever a história de uma forma diferente do que aconteceu, mas nos move a necessidade imperiosa de conhecê-la em sua plenitude, sem ocultamentos, sem camuflagens, sem vetos e sem proibições.
O que fazemos aqui, neste momento, é a celebração da transparência da verdade de uma nação que vem trilhando seu caminho na democracia, mas que ainda tem encontro marcado consigo mesma. Nesse sentido… E nesse sentido fundamental, essa é uma iniciativa do Estado brasileiro e não apenas uma ação de governo.
Reitero hoje, celebramos aqui um ato de Estado. Por isso, muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nestes 28 benditos anos. Por isso, muito me alegra estar acompanhada por todos os presidentes que me antecederam nestes 28 benditos anos de regime democrático.
Infelizmente, não nos acompanha o presidente Itamar Franco, a quem rendo as devidas homenagens, por sua digna trajetória. Por sua digna trajetória de luta pelas liberdades democráticas, assim como pelo zelo com que governou o Brasil, sem qualquer concessão ao autoritarismo.
Cada um de nós aqui presentes – ex-presidentes, ex-ministros, ministros, acadêmicos, juristas, militantes da causa democrática, parentes de mortos desaparecidos e mesmo eu, uma presidenta – cada um de nós, repito, é igualmente responsável por esse momento histórico de celebração.
Cada um de nós deu a sua contribuição para esse marco civilizatório, a Comissão da Verdade. Esse é o ponto culminante de um processo iniciado nas lutas do povo brasileiro, pelas liberdades democráticas, pela anistia, pelas eleições diretas, pela Constituinte, pela estabilidade econômica, pelo crescimento com inclusão social. Um processo construído passo a passo, durante cada um dos governos eleitos, depois da ditadura.
A Comissão da Verdade foi idealizada e encaminhada ao Congresso no governo do meu companheiro de jornada, presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem tive a honra de servir como ministra e a quem tenho o orgulho de suceder. Mas ela tem sua origem, também, na Lei da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos, aprovada em 1995, na gestão do presidente Fernando Henrique Cardoso. Naquela oportunidade, o Estado brasileiro reconheceu, pela primeira vez, a sua responsabilidade pelos mortos de desaparecidos sob sua custódia. Pelos mortos de desaparecidos sob sua custódia durante o regime autoritário.
No entanto, é justo que se diga que o processo que resultou na Comissão da Verdade teve início ainda antes disso, durante o mandato do presidente Fernando Collor, quando foram abertos os arquivos do DOPS de São Paulo e do Rio de Janeiro, trazendo a público toneladas de documentos secretos que, enfim, revelados representaram um novo alento aos que buscaram informações sobre as vítimas da ditadura.
O Brasil deve render homenagens às mulheres e aos homens que lutaram pela revelação da verdade histórica. Aos que entenderam e souberam convencer a nação de que o direito à verdade é tão sagrado quanto o direito que muitas famílias têm de prantear e sepultar seus entes queridos, vitimados pela violência praticada pela ação do Estado ou por sua omissão.
É por isso, é certamente por isso que estamos todos juntos aqui. O nosso encontro, hoje, em momento tão importante para o país, é um privilégio propiciado pela democracia e pela convivência civilizada. É uma demonstração de maturidade política que tem origem nos costumes do nosso povo e nas características do nosso país.
Tanto quanto abomina a violência e preza soluções negociadas para as suas crises, o Brasil certamente espera que seus representantes sejam capazes de se unir em torno de objetivos comuns, ainda que não abram mão, mesmo que mantenham opiniões divergentes sobre outros temas, o que é normal na vida democrática.
Ao convidar os sete brasileiros que aqui estão e que integrarão a Comissão da Verdade, não fui movida por critérios pessoais nem por avaliações subjetivas. Escolhi um grupo plural de cidadãos, de cidadãs, de reconhecida sabedoria e competência. Sensatos, ponderados, preocupados com a justiça e o equilíbrio e, acima de tudo, capazes de entender a dimensão do trabalho que vão executar. Trabalho que vão executar – faço questão de dizer – com toda a liberdade, sem qualquer interferência do governo, mas com todo apoio que de necessitarem.
Quando cumpri minha atribuição de nomear a Comissão da Verdade, convidei mulheres e homens com uma biografia de identificação com a democracia e aversão aos abusos do Estado. Convidei, sobretudo, mulheres e homens inteligentes, maduros e com capacidade de liderar o esforço da sociedade brasileira em busca da verdade histórica, da pacificação e da conciliação nacionais.
O país reconhecerá nesse grupo, não tenho dúvidas, brasileiros que se notabilizaram pelo espírito democrático e pela rejeição à confrontos inúteis ou gestos de revanchismo.
Nós reconquistamos a democracia a nossa maneira, por meio de lutas e de sacrifícios humanos irreparáveis, mas também por meio de pactos e acordos nacionais, muitos deles traduzidos na Constituição de 1988.
Assim como respeito e reverencio os que lutaram pela democracia enfrentando bravamente a truculência ilegal do Estado, e nunca deixarei de enaltecer esses lutadores e lutadoras, também reconheço e valorizo pactos políticos que nos levaram à redemocratização.
Senhoras e senhores,
Hoje também passa a vigorar a Lei de Acesso à Informação. Junto com a Comissão da Verdade, a nova lei representa um grande aprimoramento institucional para o Brasil, expressão da transparência do Estado, garantia básica de segurança e proteção para o cidadão.
Por essa lei, nunca mais os dados relativos à violações de direitos humanos poderão ser reservados, secretos ou ultrassecretos. As duas – a Comissão da Verdade e a Lei de Acesso à Informação – são frutos de um longo processo de construção da democracia, de quase três décadas, do qual participaram sete presidentes da República. Quando falo sete presidentes é porque estou incluindo por justiça, e porque o motivo do nosso encontro é a celebração da verdade, o papel fundamental desempenhado por Tancredo Neves, que soube costurar, com paciência competência e obstinação, a transição do autoritarismo para a democracia que hoje usufruímos.
Transição é imperativo que se lembre aqui conduzida com competência, habilidade e zelo pelo presidente José Sarney, que o destino e a história puseram no lugar de Tancredo, e que nos conduziu à democracia.
Mas, mesmo reconhecendo o papel que todos desempenharam, não posso deixar de declarar o meu orgulho, por coincidir com meu governo o amadurecimento de nossa trajetória democrática. Por meio dela, o Estado brasileiro se abre, mais amplamente, ao exame, à fiscalização e ao escrutínio da sociedade.
A Lei de Acesso à Informação garante o direito da população a conhecer os atos de governo e de estado por meio das melhores tecnologias de informação.
A transparência a partir de agora obrigatória, também por lei, funciona como o inibidor eficiente de todos os maus usos do dinheiro público, e também, de todas as violações dos direitos humanos. Fiscalização, controle e avaliação são a base de uma ação pública ética e honesta.
Esta é a razão pela qual temos o dever de construir instituições eficientes e providas de instrumentos que as tornem protegidas das imperfeições humanas.
Senhoras e senhores,
Encerro com um convite a todos os brasileiros, independentemente do papel que tiveram e das opiniões que defenderam durante o regime autoritário. Acreditemos que o Brasil não pode se furtar a conhecer a totalidade de sua história. Trabalhemos juntos para que o Brasil conheça e se aproprie dessa totalidade, da totalidade da sua história.
A ignorância sobre a história não pacifica, pelo contrário, mantêm latentes mágoas e rancores. A desinformação não ajuda apaziguar, apenas facilita o trânsito da intolerância. A sombra e a mentira não são capazes de promover a concórdia. O Brasil merece a verdade. As novas gerações merecem a verdade, e, sobretudo, merecem a verdade factual àqueles que perderam amigos e parentes e que continuam sofrendo como se eles morressem de novo e sempre a cada dia.
É como se disséssemos que, se existem filhos sem pais, se existem pais sem túmulo, se existem túmulos sem corpos, nunca, nunca mesmo pode existir uma história sem voz. E quem dá voz à história são os homens e as mulheres livres que não têm medo de escrevê-la. Atribui-se a Galileu Galilei uma frase que diz respeito a este momento que vivemos: “a verdade é filha do tempo, não da autoridade.”
Eu acrescentaria que a força pode esconder a verdade, a tirania pode impedi-la de circular livremente, o medo pode adiá-la, mas o tempo acaba por trazer a luz. Hoje, esse tempo chegou.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

OS TORTURADORES ESTÃO SENDO ESCULACHADOS...



... É pouco. Eles precisam serem punidos.

terça-feira, 15 de maio de 2012

COLLOR FOI PRÁ GUELA!!


O ex-presidente está com gosto de sangue na boca. E tem razão (MIF)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

BRASIL CARINHOSO




O combate da miséria pela raiz.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

MINO BATEU DE PERNA MANCA!!

Mino x Globo: medo une o PiG (*) Publicado em 11/05/2012 O Conversa Afiada reproduz editorial de Mino Carta, na Carta Capital:. E eu também (MIF)

 Eternos chapa-branca 


O jornal O Globo toma as dores da revista Veja e de seu patrão na edição de terça 8, e determina: “Roberto Civita não é Rupert Murdoch”. Em cena, o espírito corporativo. Manda a tradição do jornalismo pátrio, fiel do pensamento único diante de qualquer risco de mudança. Desde 2002, todos empenhados em criar problemas para o governo do metalúrgico desabusado e, de dois anos para cá, para a burguesa que lá pelas tantas pegou em armas contra a ditadura, embora nunca as tenha usado. Os barões midiáticos detestam-se cordialmente uns aos outros, mas a ameaça comum, ou o simples temor de que se manifeste, os leva a se unir, automática e compactamente. Não há necessidade de uma convocação explícita, o toque do alerta alcança com exclusividade os seus ouvidos interiores enquanto ninguém mais o escuta. E entra na liça o jornal da família Marinho para acusar quem acusa o parceiro de jornada, o qual, comovido, transforma o texto global na sua própria peça de defesa, desfraldada no site de Veja. A CPI do Cachoeira em potência encerra perigos em primeiro lugar para a Editora Abril. Nem por isso os demais da mídia nativa estão a salvo, o mal de um pode ser de todos. O autor do editorial exibe a tranquilidade de Pitágoras na hora de resolver seu teorema, na certeza de ter demolido com sua pena (imortal?) os argumentos de CartaCapital. Arrisca-se, porém, igual a Rui Falcão, de quem se apressa a citar a frase sobre a CPI, vista como a oportunidade “de desmascarar o mensalão”. Com notável candura evoca o Caso Watergate para justificar o chefe da sucursal de Veja em Brasília nas suas notórias andanças com o chefão goiano. Ambos desastrados, o editorialista e o líder petista. Abalo-me a observar que a semanal abriliana em nada se parece com o Washington Post, bem como Roberto Civita com Katharine Graham, dona, à época de Watergate, do extraordinário diário da capital americana. Poupo os leitores e os meus pacientes botões de comparações entre a mídia dos Estados Unidos e a do Brasil, mas não deixo de acentuar a abissal diferença entre o diretor de Veja e Ben Bradlee, diretor do Washington Post, e entre Policarpo Jr. e Bob Woodward e Carl Bernstein, autores da série que obrigou Richard Nixon a se demitir antes de sofrer o inevitável impeachment. E ainda entre o Garganta Profunda, agente graduado do FBI, e um bicheiro mafioso. Recomenda-se um mínimo de apego à verdade factual e ao espírito crítico, embora seja do conhecimento até do mundo mineral a clamorosa ignorância das redações nativas. Vale dizer, de todo modo, que, para não perder o vezo, o editorialista global esquece, entre outras façanhas de Veja, aquele épico momento em que a revista publica o dossiê fornecido por Daniel Dantas sobre as contas no exterior de alguns figurões da República, a começar pelo presidente Lula. Anos de chumbo. O grande e conveniente amigo chamava-se Armando Falcão Concentro-me em outras miopias de O Globo. Sem citar CartaCapital, o jornal a inclui entre “os veículos de imprensa chapa-branca, que atuam como linha auxiliar dos setores radicais do PT”. Anotação marginal: os radicais do PT são hoje em dia tão comuns quanto os brontossauros. Talvez fossem anacrônicos nos seus tempos de plena exposição, hoje em dia mudaram de ideia ou sumiram de vez. Há tempo CartaCapital lamenta que o PT tenha assumido no poder as feições dos demais partidos. Vamos, de todo modo, à vezeira acusação de que somos chapa-branca. Apenas e tão somente porque entendemos que os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma são muito mais confiáveis do que seus antecessores? Chapa-branca é a mídia nativa e O Globo cumpre a tarefa com diligência vetusta e comovedora, destaque na opção pelos interesses dos herdeiros da casa-grande, empenhados em manter de pé a senzala até o derradeiro instante possível. Não é por acaso que 64% dos brasileiros não dispõem de saneamento básico e que 50 mil morrem assassinados anualmente. Ou que os nossos índices de ensino e saúde públicos são dignos dos fundões da África, a par da magnífica colocação do País entre aqueles que pior distribuem a renda. Em compensação, a minoria privilegiada imita a vida dos emires árabes. Chapa-branca a favor de quem, impávidos senhores da prepotência, da velhacaria, da arrogância, da incompetência, da hipocrisia? Arauto da ditadura, Roberto Marinho fermentou seu poder à sombra dela e fez das Organizações Globo um monstro que assola o Brazil-zil-zil. Seu jornal apoiou o golpe, o golpe dentro do golpe, a repressão feroz. Illo tempore, seu grande amigo chamava-se Armando Falcão. Opositor ferrenho das Diretas Já, rejubilado pelo fracasso da Emenda Dante de Oliveira, seu grande amigo passou a atender pelo nome de Antonio Carlos Magalhães. O doutor Roberto em pessoa manipulou o célebre debate Lula versus Collor, para opor-se a este dois anos depois, cobrador, o presidente caçador de marajás, de pedágios exorbitantes, quando já não havia como segurá-lo depois das claras, circunstanciadas denúncias do motorista Eriberto, publicadas pela revista IstoÉ, dirigida então pelo acima assinado. Pronta às loas mais desbragadas a Fernando Henrique presidente, com o aval de ACM, a Globo sustentou a reeleição comprada e a privataria tucana, e resistiu à própria falência do País no começo de 1999, após ter apoiado a candidatura de FHC na qualidade de defensor da estabilidade. Não lhe faltaram compensações. Endividada até o chapéu, teve o presente de 800 milhões de reais do BNDES do senhor Reichstul. Haja chapa-branca. Impossível a comparação entre a chamada “grande imprensa” (eu a enxergo mínima) e o que chama de “linha auxiliar de setores radicais do PT”, conforme definem as primeiras linhas do editorial de O Globo. A questão, de verdade, é muito simples: há jornalismo e jornalismo. Ao contrário destes “grandes”, nós entendemos que a liberdade sozinha, sem o acompanhamento pontual da igualdade, é apenas a do mais forte, ou, se quiserem, do mais rico. É a liberdade do rei leão no coração da selva, seguido a conveniente distância por sua corte de ienas. Acreditamos também que entregue à propaganda da linha auxiliar da casa-grande, o Brasil não chegaria a ser o País que ele mesmo e sua nação merecem. Nunca me canso de repetir Raymundo Faoro: “Eles querem um País de 20 milhões de habitantes e uma democracia sem povo”. No mais, sobra a evidência: Roberto Civita é o Murdoch que este país pode se permitir, além de inventor da lâmpada Skuromatic a convocar as trevas ao meio-dia. Temos de convir que, na mídia brasileira, abundam os usuários deste milagroso objeto.

EIS O JOCA DA KALIANE

 Benvindo, João Guilherme.

 Olha a balsa?!!

 A bisa Dadade, a mãe Kaliane e a avó Janete.

 A bisa e a avó caducas.

João Guilherme

O mais novo membro da família, João Guilherme, nasceu na 3ª feira, 8 de maio de 2012. Kaliane filha da Janete com o Celso é a mais nova mãe da família e Dadade já é bisa, na flor da idade. O menino é todo cumpridão e o pé é de prancha. tenho prá mim que quando ele crescer vai calçar 55 (as botas de Loyola no jogo do Bingo). Seja benvindo,  Joquinha

O JARDIM DO AILTON


As plantas do Ailton estão de fazer inveja a D.Lia

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O PIG ESTÁ NAS CORDAS...

O PIG acusou o golpe, depois de um gancho no fígado, do Mino Carta, na Carta Capital e logo em seguida, um cruzado na ponta do queixo, do Paulo Henrique Amorim, no Domingo espetacular da Record com um matéria de 15 minutos em horário nobre e que atingiu 15 pontos no IBOPE, o PIG ficou grogue. Depois disso O Globo saiu em defesa de seu comparsa, em editorial, fraquinho, por sinal. Eduardo Guimarães, no seu Blog da Cidadani,a o chamou de inepto e o rebateu, parágrafo por parágrafo. Aqui o Miguel do Rosário do Óleo do Diabo, também demole o editorial dos Marinhos. O PIG está nas cordas e foi aberta a contagem. (MIF)

 
Miguel do Rosário: Instáveis, anárquicas, imprevisíveis e livres publicado em 9 de maio de 2012 às 12:27
Globo ataca blogosfera por Miguel do Rosário, no O Cafezinho (08.05.2012), sugerido pelo Tiago Tobias

Não é a primeira nem será a última vez que o jornal Globo ataca frontalmente a blogosfera. Tanto é que já estamos com casco duro e nem damos bola. Vale a pena analisar, porém, detidamente o editorial desta terça-feira do jornal O Globo, onde os platinados tentam matar dois coelhos de uma vez: blindar a revista Veja e desqualificar o pensamento que diverge da mídia corporativa em geral. Usemos aquele método de fazer comentários intercalados. O editorial está em negrito, meus comentários em fonte normal:

Roberto Civita não é Rupert Murdoch O Globo – 08/05/2012 Comecemos pelo título.

 Evidentemente, Civita não é Murdoch. É pior. Murdoch queria só ganhar mais dinheiro. Civita queria ganhar mais dinheiro e derrubar governos. Murdoch espezinhava celebridades, divulgando fofocas e intimidades. Civita aliou-se a um mafioso para espionar autoridades com objetivo de chantageá-las e obter vantagens financeiras e políticas. É como se descobrissem que a Fox aliou-se a Bin Laden para tentar derrubar Obama, ou que o Times aliou-se à máfia chinesa, que lhe fornecia vídeos oriundos de grampos ilegais, com objetivo de derrubar o primeiro-ministro inglês.

Blogs e veículos de imprensa chapa-branca que atuam como linha auxiliar de setores radicais do PT desfecharam uma campanha organizada contra a revista “Veja”, na esteira do escândalo Cachoeira/Demóstenes/Delta.

Globo inicia o texto através de uma desqualificação grosseira. Baixou o nível. Blogs não tem obrigação de ser neutros, nem de apoiar, nem de ser críticos. Blogs políticos nascem do desejo pessoal de cidadãos brasileiros de expressarem sua opinião. Chamá-los de chapa branca é aplicar-lhes um conceito já meio anacrônico do jornalismo comercial. É ofensivo e equivocado. O Globo jamais chamou o blog da Veja, ou a própria Veja, que são notoriamente pró-tucanos, de chapa-brancas em relação ao governo de São Paulo. Na verdade, com o aumento do poder da mídia, somado às circunstâncias políticas e históricas da democracia brasileira, de repente ficou muito conveniente para a imprensa corporativa alardear sua ideologia de que “jornalismo é oposição”. Pena que não fez isso durante a ditadura brasileira, quando serviu à esta com submissão voluntária. Além disso, Globo difunde uma inverdade ao atribuir a postura dos blogs a uma estratégia de “linha auxiliar de setores radicais do PT”. A indignação pública contra os desmandos de Rupert Murdoch não veio de setores esquerdistas radicais, assim como a indignação contra a Veja também funciona num diapasão muito acima do PT, quanto mais de suas alas radicais. É um movimento popular autêntico. O PT é que se identifica com ele, e não o contrário. E a campanha não é organizada, como são as campanhas “anti-corrupção” patrocinadas pela mídia e setores do conservadorismo. Aí sim, há dinheiro e espaço nos jornais, em ações coordenadas que usam oportunisticamente a luta contra a corrupção para fazer proselitismo ideológico barato.

A operação tem todas as características de retaliação pelas várias reportagens da revista das quais biografias de figuras estreladas do partido saíram manchadas, e de denúncias de esquemas de corrupção urdidos em Brasília por partidos da base aliada do governo. É indisfarçável, ainda, a tentativa de atemorização da imprensa profissional como um todo, algo que esses mesmos setores radicais do PT têm tentado transformar em rotina nos últimos nove anos, sem sucesso, graças ao compromisso, antes do presidente Lula e agora da presidente Dilma Rousseff, com a liberdade de expressão.

O que o Globo chama de retaliação, seria mais apropriado chamar de reação natural. Reação não apenas de petistas, mas de amplos setores da intelectualidade, e da esquerda em geral, e não só do Brasil, mas de todas as Américas (incluindo aí os EUA), às consequências nocivas da concentração da mídia ao processo democrático. Esta é uma crítica que se faz desde Cidadão Kane, de Orson Welles, filmado em 1941. É uma crítica democrática, saudável. Ou o Globo acha que devemos achar muito normal que uma revista use, ao longo de vários anos, grampos clandestinos fornecidos por uma máfia sinistra, fazendo matérias que beneficiam financeiramente este grupo e a própria revista? A mídia omite a si mesma de suas análises políticas. Ela se trata como uma espécie de deidade intocável, a “imprensa independente”, ou “imprensa livre”, quando na verdade sabemos que são empresas com interesses econômicos muito específicos. A Veja, por exemplo, tem empresas que vendem livros didáticos para o Estado, e tem faturado milhões com esse negócio, onde há uma relação promíscua entre política, imprensa e, como agora está claro, máfia.

A manobra se baseia em fragmentos de grampos legais feitos pela Polícia Federal na investigação das atividades do bicheiro Carlinhos Cachoeira, pela qual se descobriu a verdadeira face do senador Demóstenes Torres, outrora bastião da moralidade, e, entre outros achados, ligações espúrias de Cachoeira com a construtora Delta. As gravações registraram vários contatos entre o diretor da sucursal de “Veja” em Brasília, Policarpo Jr., e Cachoeira. O bicheiro municiou a reportagem da revista com informações e material de vídeo/gravações sobre o baixo mundo da política, de que alguns políticos petistas e aliados fazem parte.

Exatamente, a “manobra” se baseia em grampos legais. Quer dizer que o Globo defende que apenas ele pode “manobrar” grampos, de preferência ilegais?

A constatação animou alas radicais do partido a dar o troco. O presidente petista, Rui Falcão, chegou a declarar formalmente que a CPI do Cachoeira iria “desmascarar o mensalão”. Aos poucos, os tais blogs começaram a soltar notas sobre uma suposta conspiração de “Veja” com o bicheiro. E, no fim de semana, reportagens de TV e na mídia impressa chapas-brancas, devidamente replicadas na internet, compararam Roberto Civita, da Abril, editora da revista, a Rupert Murdoch, o australiano-americano sob cerrada pressão na Inglaterra, devido aos crimes cometidos pelo seu jornal “News of the World”, fechado pelo próprio Murdoch. Comparar Civita a Murdoch é tosco exercício de má-fé, pois o jornal inglês invadiu, ele próprio, a privacidade alheia. Quer-se produzir um escândalo de imprensa sobre um contato repórter-fonte. Cada organização jornalística tem códigos, em que as regras sobre este relacionamento – sem o qual não existe notícia – têm destaque, pela sua importância. Como inexiste notícia passada de forma desinteressada, é preciso extremo cuidado principalmente no tratamento de informações vazadas por fontes no anonimato. Até aqui, nenhuma das gravações divulgadas indica que o diretor de “Veja” estivesse a serviço do bicheiro, como afirmam os blogs, ou com ele trocasse favores espúrios. Ao contrário, numa das gravações, o bicheiro se irrita com o fato de municiar o jornalista com informações e dele nada receber em troca.

A comparação é válida, e Civita leva a pior, como já expliquei acima. Murdoch espionou a privacidade alheia. Civita aliou-se à uma máfia política. Há várias gravações que mostram uma relação promíscua entre a revista e o bicheiro sim. Globo quer tapar o sol com peneira. Além disso, há muitas gravações que ainda não chegaram ao conhecimento do público. Há sim uma indignação muito grande de amplos setores da sociedade contra a ética jornalística da Veja. E contra o Globo também. Os platinados tentam blindar a Veja porque tem medo que sejam atingidos por algum petardo similar, visto que as reportagens que Civita publicava, a mando de Cachoeira, repercutiam imediatamente no Globo, em especial no temível Jornal Nacional. Na verdade, a Veja era apenas a porta de entrada para o noticiário televisivo, onde, aí sim, os estragos políticos contra os inimigos do esquema Cachoeira (honestos ou não) eram quase sempre fatais. Eu não engulo aqueles 7 a 8 minutos que o Globo deu a Rubnei Quicoli, bandidinho de terceira categoria, ex-presidiário, no Jornal Nacional, às vésperas do primeiro turno das eleições presidenciais, com base em matérias da… Veja.

Estabelecem as Organizações Globo em um dos itens de seus Princípios Editoriais: “(…) é altamente recomendável que a relação com a fonte, por mais próxima que seja, não se transforme em relação de amizade. A lealdade do jornalista é com a notícia.” E em busca da notícia o repórter não pode escolher fontes. Mas as informações que vêm delas devem ser analisadas e confirmadas, antes da publicação. E nada pode ser oferecido em troca, com a óbvia exceção do anonimato, quando necessário.

Os princípios editoriais do Globo são uma piada de mau gosto. O grupo Globo se transformou numa empresa que oprime ideologicamente seus jornalistas, violentando-lhes a liberdade de se manifestarem politicamente. O Globo é inimigo da liberdade de expressão de seus próprios empregados. Princípios não valem nada, além disso, se não correspondem à prática. O Globo escolhe despudoradamente suas fontes de acordo com seus interesses políticos, e sua lealdade não é com a notícia e sim com a ideologia dos patrões, mesmo que para isso precise sacrificar a notícia.

O próprio braço sindical do PT, durante a CPI de PC/Collor, abasteceu a imprensa com informações vazadas ilegalmente, a partir da quebra do sigilo bancário e fiscal de PC e outros. O “Washington Post” só pôde elucidar a invasão de um escritório democrata no conjunto Watergate porque um alto funcionário do FBI, o Garganta Profunda, repassou a seus jornalistas, ilegalmente, informações sigilosas. Só alguém de dentro do esquema do mensalão poderia denunciá-lo. Coube a Roberto Jefferson esta tarefa.

Uma coisa é o vazamento ilegal de grampos realizados com autorização judicial. Não é um crime tão grave, embora também tenhamos aí uma situação muito irregular e, às vezes, perigosa, já que se formam conluios interessados entre setores da polícia e imprensa. Outra coisa é o vazamento de dados sigilosos bancários e fiscais. Aí temos um crime grave contra a privacidade, que tem sido muito raro nos últimos anos. O vazamento dos dados do caseiro Francenildo, por exemplo, derrubou um ministro da Fazenda. O Globo sempre atacou com muita virulência esse tipo de prática, então fica incongruente pregar o “locupletemo-nos todos” apenas para defender o uso de grampos clandestinos pela revista Veja. Uma terceira coisa, porém, totalmente distinta, é usar grampos ilegais, pagos e realizados por uma máfia política, que tem naturalmente interesses financeiros escusos em divulgá-los. É um crime infinitamente mais grave. A comparação com o caso Watergate é descabida também por causa disso. A fonte era um alto funcionário do FBI, ou seja, alguém do Estado, não era um membro do esquema Cachoeira, um bandido corrupto, com interesses partidários, como eram as fontes de Veja.

A questão é como processar as informações obtidas da fonte, a partir do interesse público que elas tenham. E não houve desmentidos das reportagens de “Veja” que irritaram alas do PT. Ao contrário, a maior parte delas resultou em atitudes firmes da presidente Dilma Rousseff, que demitiu ministros e funcionários, no que ficou conhecido no início do governo como uma faxina ética.

Mais uma vez a mídia omite seu próprio poder, além de mentir. Houve sim desmentidos, fortes, dos envolvidos. A presidenta Dilma demitiu alguns ministros sem prova, por conta da instabilidade política provocada pela própria mídia. Alguns talvez tivessem culpa no cartório, como aliás quase todo ser humano tem, mas sua maior culpa consistia em serem ministros de um governo trabalhista. As crises ministeriais tinham início através de uma denúncia, mas depois nem importava que essas denúncias não fossem verdadeiras: iniciava-se uma campanha maciça, organizada, para derrubar aquele alvo específico, atacando membros do partido, mesmo que nada tivessem a ver com o acusado. Foi o caso de Orlando Silva, em que a mídia começou a atacar o PCdoB de forma generalizada, inclusive Manuela D’Ávila, quadro importante do partido e ao mesmo tempo vulnerável por ser candidata à prefeitura de Porto Alegre, disputando um eleitorado fortemente politizado e, por isso, sensível a campanhas de imprensa. A mídia não perdoa nem a família. No caso do Sarney, não escapou nem uma neta de menos de 20 anos, que cometeu o crime terrível de ligar para o avô e pedir emprego para o namorado. Quando os envolvidos são aliados da mídia, aí a blindagem é completa. Demóstenes Torres ligou para Aécio para pedir emprego para a prima de Cachoeira, foi atendido, e não se criou escândalo nenhum. Ou seja, os Princípios do Globo me parecem bem flexíveis. O editorial do Globo, por outro lado, corresponde a mais um atestado de que a blogosfera vem se tornando cada vez mais influente. É um contrapeso importante à mídia corporativa. É um verdadeiro ombudsman coletivo e independente do trabalho da imprensa brasileira. Em nome da liberdade de expressão, da democracia, do jornalismo, o Globo deveria agradecer a blogosfera, que lhe presta um serviço, gratuitamente, permitindo-lhe aprimorar-se. A imprensa, pressionada pela blogosfera, se vê obrigada a frear um pouco o conservadorismo doentio, fanático e partidário para o qual parece eventualmente enveredar. Nem sempre a blogosfera está certa. Mas ela não se pretende infalível. A blogosfera é, na maioria dos casos, assumidamente tendenciosa, ideológica, partidária, ou seja, totalmente oposta à neutralidade higiênica e hipócrita da imprensa corporativa. A blogosfera, todavia, é bem mais livre das amarras que prendem jornais a uma série de interesses econômicos. Blogueiros e comentaristas não são amordaçados pelos “códigos de conduta” que alguns meios impõem – tiranicamente – a seus empregados. Como blogueiro, observo às vezes até meio estupefato como as mesmas massas que apoiavam a Dilma, de repente passam a criticá-la ferozmente no dia seguinte, para voltar a apoiá-la posteriormente, tendo como base sempre e exclusivamente a independência de seu juízo. As massas blogosféricas (hoje integradas em redes sociais) são instáveis, anárquicas, imprevisíveis e livres, como jamais a imprensa, ou a velha mídia, será. Ao detratá-la, portanto, o Globo ataca o próprio símbolo da contemporaneidade, e dá recibo de sua insegurança perante um novo mundo