A Extensão Rural brasileira viveu um dos seus momentos mais gloriosos no dia 3 de outubro de 2007. Naquela fata aconteceu em Brasília, no auditório Nereu Ramos do Congresso Nacional, o seminário:"A Extensão Rural e a Redução das Desigualdades Sociais." O seminário foi prestigiado pelo Presidente da CONTAG, Manoel dos Santos; por dois Ministros de Estado, Guilherme Cassel, do MDA e Altemir Gregolin, da Aquicultura e Pesca; três Senadores da República, Pedro Simon, Jonas Pinheiro (falecido recentemente) e Newton Couto; por dezenas de Deputados Federais; pela "prata da casa", Adoniran (SAF), Argileu (DATER), José Silva (ASBRAER); e mais de 500 pessoas no auditório, entre dirigentes da instituições de ATER e outros convidados.Apenas uma ausência de se lamentar - a FASER, a nossa Federação que congrega as representações dos servidores da Extensão.
No evento foi lançado o Projeto de Lei, que institui o dia 6 de dezembro, como Dia do Extensionista e foi feito o lançamento da Frente Parlamentar Mista da Extensão Rural Pública, com adesão de quase 300 Deputados e mais de 20 Senadores, inclusive, os Senadores Tião Viana e Sibá Machado, que representam o Acre no Senado. Depois das palestras de José Silva, do professor José Giacomo Baccarin da UNESP e a exposição do nosso Diretor Argileu, o seminário foi encerrado com a solenidade de posse dos membros da Academia Brasileira de Extensão Rural, cujos membros , foram agraciados com um diploma e uma medalha. Agora, plagiando Millôr Fernandes, numa referência a ABL, "somos 33 imortais e 1 morto rotativo" (que abre vaga para um novo membro).
O Seminário foi um "encontro de comemorações" como disse o Ministro Cassel. A Extensão brasileira começa a produzir decisões importantes e a lição que ficou do Seminário é a compreensão clara que o principal papel dos extensionistas é o de contribuir para que os produtores familiares sejam, também e principalmente, produtores de decisão. Que sejam protagonistas nos processos de tomadas de decisões políticas, nas definições das políticas públicas, na afirmação de seus interêsses de classe. Nessa construção, cabe aos Extensionistas, enquanto agentes animadores e facilitadores de uma educação popular e libertadora, ajudar no processo de tomadas de decisões dos agricultores/produtores familiares.
Decisões implicam em escolhas, fazer opções, traçar e definir alternativas. Na busca da melhor alternativa, necessita-se de conhecimento, dispor de informações e, sobretudo, possuir capacidade política para construir alianças, aglutinar forças e minimizar os riscos inerentes ao processo , quase sempre conflituosos, das relações de poder e das tomadas de decisões políticas. Cabe a Extensão esse enorme desafio de fazer com que os produtures familiares de uma consciência ingênua para uma consciência crítica e organizativa. A questão da organização é central, o resto é "perfumaria" e vem por acréscimo (produção, produtividade, tecnologia, prêço, inserção no mercado,etc,etc...).
Produtores familares organizados, significa a organização de sua "vontade coletiva, que é a vontade como consciência atuante da necessidade histórica, como protagonista de um drama histórico real e efetivo." (Gramsci: Maquiavel a Política e o Estado Moderno). A vontade coletiva, portanto, é algo mais profundo do que interesses imediatos. Ela será descoberta e organizada num processo de coletivo e continuado de consulta/confronto a respeito da origem e superação de problemas em todos os campos de atividades dos produtores familiares. O grande desafio da Extensão é saber, como nesse campo,prestar um serviço que defenda e afirme os interêsses dos produtores familiares.
Os" imortais da ABER" (3-10-2007)
As amigas Bete (Blusa verde) e Meire (Blusa branca) prestigiando minha posse na ABER
Marcão entre Maria José (CE) e Maria Helena (MS) (3-10-2007)
Um comentário:
Ei Maico,
posta a mensagem que emocionou os teus amigos da extensão.
Pessoal, o Marcao foi o orador dos imortais. Está nos anais da extensão do Brasil.
Postar um comentário