sexta-feira, 10 de junho de 2011

MÁXIMAS PARA CULTIVAR A VIRTUDE POLÍTICA - 4


Encerro as postagens das "Máximas Para Cultivar a Virtude Política" com o Breviário dos Políticos do Cardeal Giulio Raimondo Mazzarino, ou Jules Mazarin,(1602-1661). Cardeal e político francês de origem italiana, foi um dos maiores personagens da Europa do século XVII. Sucessor de Richelieu que foi a eminência parda no reinado de Luís XIII,Mozzarino foi o reponsável pela educação de Luís XIV - O Rei Sol,(O Estado Sou Eu), que sucedeu a Luís XIII, tornando-se seu 1º Ministro. O Cardeal Mazzarino reuniu uma das maiores coleções de livros, diamantes e de obras de arte de sua época. O seu Breviário dos Políticos ( ), que vai na linha de O Príncipe de Maquiável,é um dos livros mais insólitos de todos os tempos, pelo cinismo e sagacidade dos seus aforismos, suma de uma arte impiedosa de alcançar e se manter no poder. O Breviário dos Políticos é um manual de vida, não só de política. Até porque o Cardeal Mozzarino misturou tanto a política na sua vida que as tratava como uma coisa só. Ele contribuiu para elevar ao ponto máximo o absolutismo na França. No seu leito de morte, em 1661, teria aconselhado o Monarca Luís XIV; "Majestade, nunca nomeie um primeiro-ministro".O conselho foi seguido a risca por Luís XIV,que viria a proclamar a célebre frase: "O Estado Sou Eu" (retirado da Nota Editorial e da contra-capa do livro)

Breviário dos Políticos ( )

Cardeal Giulio Mozzarino (1602-1661), disse:


1. “Não reveles a ninguém os teus segredos, mas procura indagar os dos outros”.

2. “Quem muito se gaba, e alardeia o seu valor, não é grande coisa para se temer.”

3. “Não creias nunca em quem futilmente promete grandes coisas, porque é mentiroso e enganador.”

4. “Nunca empreendas vários trabalhos visto que não receberás nenhum aplauso por fazeres muitas coisas; mas por aperfeiçoares apenas uma delas: e nisto chamo por testemunha a experiência.”

5. “O tempo mais propicio para se pedir graças é quando o outro está alegre, o que costuma ser nos dias festivos, e após o almoço; e não quando está sonolento, ou sobrecarregado de outros afazeres. Nem comeces a pedir muitas coisas ao mesmo tempo.”

6. “Não insultes os perdedores nem nenhum dos teus rivais (....), contenta-te apenas com a verdadeira vitória.”

7. “Nunca concedas privilégios e graças irrevogáveis, porque virá um tempo necessário para mudá-las, e não poderás fazê-lo.”

8. “Abomina o desprezo e a vingança”.

9. “Se deves te vingar, que o faças por meio de um terceiro; e isto incógnito”.

10. “Não confies a quem quer que seja um segredo relevante, porque não há ninguém que, transcorrido apenas o espaço de uma hora, não possa tornar-se teu inimigo.”

11. “Afasta-te dos furiosos e desesperados, os quais nunca se procede sem grande risco.”

12. “Tratando com os Príncipes, sê sucinto e breve; porque estes desejam ser mestres, e não alunos; pretendem ser ouvidos pelos outros, e não escutá-los.”

13. “Não dês informações sobre as desgraças de outra pessoa, presente ou ausente; estas merecem ser ouvidas, mas não contadas.”

14. “Se em tua presença se queixam de alguém, sê prudente, não proferindo uma palavra de louvor ou de censura do mesmo.

15. “(...) E não detestes nenhum vicio mais que a adulação.”

16. “Não sintas ciúmes de alguém bem visto pelos outros, como se devesses suspeitar dele, se o visses amado por muitos”.

17. “Saibas valer-te de sorte quando a tens pela segunda vez; porque logo muda e te abandonas”.









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