Da minha coleção de folhetos de cordel, cerca de 100 títulos, selecionei a famosa peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho para apresentar nessa postagem. Na minha infância e adolescência, assistí muita cantoria no Mercado e na feira de Parnamirim, entre os dois maiores cantadores do Rio Grande do Norte, Patativa e Chico Traíra. Dos estilos de cantorias o que mais gosto são o Martelo Agalopado, a Gemedeira e as Pelejas, principalmente, as de "Me responda cantador". (MIF)
A Antológica Peleja da “Paca” entre o Cego Aderaldo e Zé Pretinho
CA - “Amigo José Pretinho
Eu não sei o que será
De você no fim da luta
Porque vencido já está
Quem a paca cara compra
A paca cara pagará.
ZP – Cego estou apertado
Que só um pinto no ovo
Estás cantando aprumado
E satisfazendo o povo
Este seu tema da paca
Por favor diga de novo.
CA – Digo uma e digo dez
No cantar não tenho pompa
Presentemente não acho
Quem o meu mapa rompa
Paca cara pagará
Quem a paca cara compra.
ZP – Cego teu peito é de aço
Foi bom ferreiro que fez
Pensei que o cego não tinha
No verso tal rapidez
Cego se não for maçada
Repita a paca outra vez
CA – Arre com tanta pergunta
Deste negro capivara
Não há quem cuspa prá cima
Que não lhe caia na cara
Quem a paca cara compra
Pagará a paca cara.
ZP – Agora cego me ouça
Cantarei a paca já
Tema assim é um burrego
No bico de um carcará
Quem a cara cara compra
Caca cara cacará.
Houve um trovão de risadas
Pelo verso do Pretinho
O capitão Duda disse
Arreda prá lá negrinho
Vai descansar teu juízo
O cego canta sozinho.
Ficou vaiado o Pretinho
Aí lhe disse me ouça
José, quem canta comigo
Pega devagar na louça
Agora o amigo entregue
O anel de cada moça.
Desculpe José Pretinho
Se não cantei a seu gosto
Negro não tem pé, tem gancho
Não tem cara, tem é rosto
Negro na sala de branco
Só serve prá dá desgosto.
Quando eu fiz este verso
Com a minha rabequinha
Procurei o negro na sala
Ele já estava na cozinha
De volta queria entrar
Na porta da camarinha.
FIM
Preço 3 Cruzeiros
Tip. São Francisco. Rua Sta. Luzia 253-269 Juazeiro - Ceará
CA - “Amigo José Pretinho
Eu não sei o que será
De você no fim da luta
Porque vencido já está
Quem a paca cara compra
A paca cara pagará.
ZP – Cego estou apertado
Que só um pinto no ovo
Estás cantando aprumado
E satisfazendo o povo
Este seu tema da paca
Por favor diga de novo.
CA – Digo uma e digo dez
No cantar não tenho pompa
Presentemente não acho
Quem o meu mapa rompa
Paca cara pagará
Quem a paca cara compra.
ZP – Cego teu peito é de aço
Foi bom ferreiro que fez
Pensei que o cego não tinha
No verso tal rapidez
Cego se não for maçada
Repita a paca outra vez
CA – Arre com tanta pergunta
Deste negro capivara
Não há quem cuspa prá cima
Que não lhe caia na cara
Quem a paca cara compra
Pagará a paca cara.
ZP – Agora cego me ouça
Cantarei a paca já
Tema assim é um burrego
No bico de um carcará
Quem a cara cara compra
Caca cara cacará.
Houve um trovão de risadas
Pelo verso do Pretinho
O capitão Duda disse
Arreda prá lá negrinho
Vai descansar teu juízo
O cego canta sozinho.
Ficou vaiado o Pretinho
Aí lhe disse me ouça
José, quem canta comigo
Pega devagar na louça
Agora o amigo entregue
O anel de cada moça.
Desculpe José Pretinho
Se não cantei a seu gosto
Negro não tem pé, tem gancho
Não tem cara, tem é rosto
Negro na sala de branco
Só serve prá dá desgosto.
Quando eu fiz este verso
Com a minha rabequinha
Procurei o negro na sala
Ele já estava na cozinha
De volta queria entrar
Na porta da camarinha.
FIM
Preço 3 Cruzeiros
Tip. São Francisco. Rua Sta. Luzia 253-269 Juazeiro - Ceará
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