quarta-feira, 22 de abril de 2009

BRASIL NÃO TERMINA EM ABRIL


Hoje, 22 de abril, Cabral, há 509 anos atráz, aportou nas costas da Bahia na nossa Pindorama. Começava a epopéia da construção de uma nação, formada por três raças muito tristes: o português degredado, o índio perseguido e quase aniquilado e o negro africano escravizado. A mistura foi boa e benéfica e resultou num povo bom e de uma cultura requintada e diversificada. Hoje temos o futebol, o samba, o carnaval, a feijoada,a capoeira, a mulata, que é a tal!! e o melhor do Brasil - o BRASILEIRO. Se não fosse essa nossa elite bárbara, petulante e perdulária isso aqui seria o paraíso.

Cabral partiu a 8 de março de 1500, com treze navios e aproximadamente 1.500 homens, a maior frota jamais reunida até então. A data escolhida foi justamente um domingo, dia apropriado para realização de festejos e para que a coroa portuguesa mostrasse sua força ao mundo.
A frota de Cabral era composta por:
7 naus, 1 caravela e 1 nave de mantimentos (com destino as índias)
1 nau e 1 caravela (sob o comando de Bartolomeu Dias com o objetivo de fundar uma feitoria em Sofala na África oriental)
1 caravela e 1 nau mercante (pertencentes a banqueiros)
Seus nomes são motivo de discussão. Alguns defendem que a nau de Cabral seria a legendária São Gabriel, navio com o qual Vasco da Gama descobriu o caminho marítimo para as índias.
A nau capitânia levava: 80 marinheiros, 70 soldados, 7 serviçais, 2 degredados, 8 frades franciscanos, 8 intérpretes e 8 funcionários para a feitoria a ser fundada em Calicute.
Na verdade, Pero Vaz de Caminha não era escrivão da frota, mas um dos funcionários da feitoria de Calicute, onde provavelmente faleceu.


No dia 22 de abril, terra foi avistada e a 23, desembarcaram num local que designaram Porto Seguro (BA) onde foi rezada a primeira missa pelo Frei Henrique Soares de Coimbra


Agora me lembrei de uma poesia, que fala de Brasil e de abril do livro Poesia Viva, vol.I, que copiei no meu caderno em 17/07/1972 na Biblioteca do SESC em Brasília-DF. Transcrevo:

Há Outubros

(Félix Augusto de Athayde)

"Brasil não finda em abril
Há outubros
O tempo é trabalho do homem
De tempo em tempo
Dá um salto
Como tudo que é vivo e pássaro.

Brasil não finda em abril
Há muito tempo pela frente
Outubro pode vir em maio ou dezembro
É questão de não se perder tempo

Volta a viver teu dia
Como se vivesses uma mulher
Trabalhando todas as partes do seu corpo

Brasil não finda em abril
Nem finda em mim nem em ti
Há outubros e há outros, outros
Além de nós que sabem
No amor e no ódio
Que o tempo é a esperança dos homens.

Há outubros."




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