segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

AGRADECIMENTOS AOS ALUNOS DE CIÊNCIAS SOCIAIS - 2013



Saudação aos Formandos de Ciências Sociais de 2013

“Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina.”
                                                                                         Cora Coralina (1889-1985)

Estimados formandos, doravante meus colegas de profissão.

É uma feliz coincidência essa solenidade de formatura do Curso de Ciências Sociais, quando se celebra os 500 anos do escrito de Maquiavel, O Príncipe. O Brasil ainda nem havia iniciado a sua colonização, e estava longe de construir seu projeto de Nação, quando o florentino surpreendeu o mundo com sua obra em 1513.

Assiná-lo esse evento para lembrar que essa obra é o marco da Ciência Política e que, nos meus cursos, eu fazia questão que todos a lessem e estudassem e apresentassem seminários da mesma. E como teve seminários excelentes!

No curso de Ciências Sociais, sempre fui o responsável para conduzir a disciplina de Introdução à Ciência Política para os recém aprovados no vestibular para o curso. As turmas eram enormes, sempre ultrapassando os 40 alunos, fato que comprometia um pouco a didática, mas, sem alterar o conteúdo programático da disciplina, que era apresentado com o respectivo calendário no 1º dia de aula.
Sempre fiz questão de enfatizar, com uma certa pretensão, que gostaria de ser um EDUCADOR e não apenas um simples professor repassador de conteúdos e o “dono do conhecimento”. Também estava ali para aprender (e como aprendi nos seminários). Sempre adverti os alunos, que o curso seria conduzido por todos e esperava que a relação professor/ aluno fosse solidária, de companheirismo e, sobretudo, de respeito. Naturalmente, que eu teria uma responsabilidade maior na condução, em face do status institucional, de professor da Disciplina, por ter mais experiência no magistério, por ter um considerável acúmulo de leituras, etc. 

Procurei sempre tornar os encontros pedagógicos prazerosos, sempre que possível passava vídeos de filmes, tanto documentários como longa metragens de assuntos relacionados com o conteúdo e sempre disponibilizava textos educativos complementares como o de Rubem Alves, “Política e Jardinagem”; o de Adalberto Paranhos, “Política e Cotidiano” (as mil faces do poder); o de João Ubaldo Ribeiro, “Dez Bons Conselhos de Meu Pai para Cidadãos Honestos e Prestantes”. Vou reproduzir os conselhos sem os seus respectivos comentários para não alongar o texto. Espero que os meus queridos alunos, que me prestam essa homenagem, os cultivem nas suas vidas e sejam cidadãos honestos e prestantes. São eles: 1 – Não seja tutelado; 2 – Não seja colonizado; 3 – Não seja calado; 4 – Não seja ignorante; 5 – Não seja submisso; 6 – Não seja indiferente; 7 – Não seja amargo; 8 – Não seja intolerante; 9 – Não seja medroso; 10 – Não seja burro.

Tive sorte e fui feliz com meus alunos. Durante os anos de magistério não enfrentei nenhum episódio desabonador. Usei o meu poder com moderação e estabeleci com muitos alunos uma relação de amizade, que ultrapassaram os muros do Campus da UFAC. Tive o privilégio de participar da primeira banca de Monografia do nosso curso (Um estudo de caso sobre “A Gravidez Precoce em Rio Branco” da Márcia Meireles) e de participar de outras dezenas delas como Orientador e Membro da banca. Alguns dos meus alunos enveredaram pela trilha acadêmica e tornaram-se Doutores, como a própria Márcia, O Bento e tantos outros. Superaram o velho Mestre na titulação e vida Acadêmica. Isso é uma coisa que me gratifica profundamente, pois tenho clareza, que contribuí um pouco, nessas trajetórias vitoriosas de meus alunos.

É sempre uma grande alegria, quando sou cumprimentado e festejado pelos meus ex-alunos(as) na rua, muitos deles exercendo a profissão que abraçaram,  na estrutura pública e privada, com competência técnica e com ética. Fiz dezenas de colegas e amigos e sou grato por isso. Essa é a nossa recompensa.

 Hoje quando me distinguem como Professor Homenageado da Turma de 2013, do nosso curso, ela expressa um reconhecimento Institucioanal, que ultrapassa as relações de amizades individuais, mas não deixam de ter a carga de carinho, generosidade, de companheirismo, de respeito, de gratidão e outros sentimentos bons que devemos cultivar tanto na vida acadêmica como pela vida afora. Obrigado meus alunos (as) e agora colegas e, com certeza, amigos. Estou contente e feliz com a lembrança. Como disse o poeta/letrista, Paulo César Pinheiro no samba Contentamento que a Clara Nunes canta: “Eu sei bem que mereço, mas não esperava tanto”.

Um comentário:

Rose disse...

Parabéns professor Marcos Inácio, o senhor merece muitas homenagens.