sexta-feira, 30 de novembro de 2012
A TRAIÇÃO DO PT
Editorial da Carta Capital dessa semana.
Por Mino
Carta
Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.
Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.
A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.
Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideologia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.
O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.
Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.
Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.
O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?
Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, obrigados, certamente, a não descansar em paz.
Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.
Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.
Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.
A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.
Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.
Era o PT uma agremiação de nítida ideologia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.
O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.
Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.
Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.
O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?
Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, obrigados, certamente, a não descansar em paz.
Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.
Concordo, em grande parte, com o texto do Mino Carta. Está passando da hora do PT reagir, criar coragem, ser mais ousado e ter mais cuidado com os seus filiados, dirigentes e aliados. Tá faltando pouco para o PT ser carimbado, indevidamente, como o partido mais corrupto do Brasil. (MIF)
UMA ELITE DE MERDA !!
Essa nossa elite, tão mesquinha e nojenta, não se contenta apenas em abocanhar a maior parte da riqueza nacional. Elas também não toleram, que as pessoas melhorem de vida, que viajem de avião, que comprem um carro, que consumam alguma coisa, que elas consideram privativas, apenas da classe a qual pertencem. Essa elite, nunca lucrou e ganhou tanto como nos 10 anos dos governos de Lula/Dilma, entretanto, nutrem um ódio doentio ao Lula, porque ele ousou adotar algumas políticas públicas direcionadas ao pessoal da senzala.E essas migalhas, quando comparadas ao que se paga a banca em termos de juros, está fazendo diminuir as desigualdades sociais no Brasil. (MIF)
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
OS HERÓIS DO PIG
Lembrei-me dos versos do Romanceiro da Incondidência da Cecília Meireles. Ela disse no seu Romance XXXIV ou de Joaquim Silvério:
"Melhor negócio que Judas / Fazes tú Joaquim Silvério: / Que ele traiu Jesus Cristo, / Tú trais um simples Alferes. / Recebeu trinta dinheiros... / - E tu muitas coisas pedes: /pensão para toda vida, /perdão para quanto deves, /Comenda para o pescoço, / Honra, glórias, privilégios. / E andas tão bem na cobrança / Que quase tudo recebes! // Melhor negócio que Judas / Fazes tu, Joaquim Silvério! / Pois ele encontrou remorso, / Coisa que não te acomete. / Ele topa uma figueira, /Tu calmamente envelheces, / Orgulhoso e impenitente, / Com teus sombrios mistérios. / (Pelos caminhos do mundo, / Nenhum destino se perde: / Há os grandes sonhos dos homens, / E a surda força dos vermes.)"
Eu digo: "Melhor negócio que Judas e Joaquim Silvério. Fazes tu Roberto Jeferson. Eles levaram uma micharia e tu quatro milhões recebes. ( Agora devidamente lavado pelo Supremo).Por pouco, o delator não foi condecorado pela "Ordem Hermenegildo de Barros" que o Supremo deveria instituir para os que prestam relevantes serviços à causa da justiça no país. O Bob Jeferson vai poder usufruir dos seus 4 milhões em liberdade. Já Paulo Cunha, do PT, com apenas cinquentinha (50 mil reais) de propina foi condenado a quase 10 anos de cadeia em regime fechado. Essa é a dosimetria do Supremo.
Para a vaga de Ayres Brito, minha torcida de indicação vai para a vestal de Goiás, o ínclito Promotor e ex-Senador, Demóstenes Torres. É a surda força dos vermes mostrando sua potência.
SOLUÇO OU ARRÔTO ??
Pinçado do Brasil 247. Compartilho (MIF)
“Mensalão foi soluço na história do Supremo”
Quem diz é o jurista Celso Bandeira de Mello, responsável pela indicação de Carlos Ayres Britto ao STF; ele afirma que, nos próximos casos, a suprema corte não permitirá a mesma "flexibilização de provas"
29 de Novembro de 2012 às 12:31
247
– O renomado jurista Celso Antônio Bandeira de Mello acredita que o julgamento do chamado 'mensalão' foi um "solução na história do Supremo Tribunal Federal". Segundo ele, que indicou ao tribunal o ministro Carlos Ayres Britto, quem diz considerar "um irmão", houve forte influência do que chamou de "opinião publicada", além de transgressão de garantias básicas. A Corte Suprema do País, acredita ele, não irá repetir nos próximos casos a "flexibilização de provas" cometida na Ação Penal 470.
Especialista em Direito Administrativo, Bandeira de Mello defende, numa entrevista concedida ao portal Última Instância, hospedado pelo Uol, que "o juiz devia ser proibido de dar entrevistas". Em seu ponto de vista, a postura de Joaquim Barbosa como relator do processo foi "muito agressiva", sem a "serenidade que se espera de um juiz". Ele também acha que o novo presidente do STF "tinha que ter uma atitude de maior urbanidade em relação aos colegas". Já o revisor do processo, Ricardo Lewandowski, considera um "príncipe", digno de uma "educação e uma finura monumental".
Confira abaixo trechos da entrevista:
Com a fixação das penas, chegamos à reta final do julgamento da Ação Penal 470. Como o senhor enxerga o julgamento?
O mensalão, na minha visão, não era mensalão porque não era mensal. Isso foi a visão que a imprensa consagrou. Em segundo lugar, entendo que foram desrespeitados alguns princípios básicos do Direito, como a necessidade de prova para condenação, e não apenas a suspeita, a presunção de culpa. Além disso, foi violado o princípio do duplo grau de jurisdição.
Há um mês atrás, um juiz mineiro decidiu anular os efeitos da Reforma da Previdência. Ele citou textualmente o julgamento no STF para alegar que a compra de votos foi comprovada e que, portanto, a reforma seria inconstitucional. É possível anular atos do Legislativo com base na tese do mensalão?
Se é com base no mensalão, não. A Reforma da Previdência pode ser censurada por outros aspectos, mas não por causa do mensalão. Acho que a chance de anular atos legislativos aprovados durante o escândalo é zero. Isto, pois há um impedimento jurídico de que quando um colegiado decide, quem decidiu foi o colegiado como um todo e não os membros do colégio. É por isso que, se um indivíduo tem o mandato invalidado, porque ele foi ilegalmente investido, isso não afeta em nada [a validade dos atos].
Quanto ao processo de indicação dos novos ministros, qual é o melhor modelo?
Não há nada mais difícil do que imaginar um bom processo de escolha. No passado, já sugeri que a escolha fosse feita através de um processo de eleição entre todos os juízes do Brasil. Mas, nem mesmo isso, eu me atrevo a dizer que será o ideal. Porque isso é capaz de politizar tanto, criar tantos grupos de partidários, que o mérito do candidato pode também ficar em segundo plano.
O senhor considera exagerada a publicidade que alguns magistrados recebem ao exercer suas funções jurisdicionais?
Antigamente, se dizia que o "juiz só fala nos autos". Eu acho que o juiz devia ser proibido de dar entrevistas. E não só os ministros do Supremo — mas eles é que parecem que gostam.
Qual é a sua impressão da postura do relator Joaquim Barbosa ao longo do julgamento?
Eu não gostei. Achei uma postura muito agressiva. Nele não se lia a serenidade que se espera de um juiz. Inclusive, em relação aos colegas, ele tinha que ter uma atitude de maior urbanidade em relação aos colegas. E no caso do Lewandowski, ele é um príncipe. Um homem de uma educação e uma finura monumental. É quase que inacreditável que Barbosa tenha conseguido fazer um homem como Lewandowski perder a paciência.
Meu comentário: Considero que, o "mensalão" na história do Supremo, está mais para arrôto do que para soluço. Vai cheirar mal por muito tempo. (MIF)
DESIGUALDADE ATÉ NA VIOLÊNCIA
Do blog Brasil 247. Compartilho.(MIF)
Brasil tem desigualdade até na violência
Taxa de homicídios de negros cresce 5,6% em oito anos, enquanto a de brancos cai 24,8%; entre 2002 e 2010, morreram assassinados no País 272.422 negros.
A cor da pele embute, sempre, uma suspeita histórica. É a herança da escravidão. (MIF)
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
FALTA ESTADISTAS E SOBRAM COVARDES
O PT e Cunha amarelaram na CPMI do Cachoeira. Assim fica difícil defender o partido (MIF)
O relatório Cunha e a falta de estadistas na República
Enviado por luisnassif, qua, 28/11/2012 - 14:38
Autor:
Luis Nassif
É sintomático o recuo do deputado Odair Cunha e do presidente do PT,
Rui Falcão, em relação ao indiciamento de jornalistas claramente
acumpliciados com o crime organizado.
O PT tornou-se um partido invertebrado. No Congresso, a bancada inteira pesa menos que um Álvaro Dias.
E invertebradas são as instituições brasileiras. Instituições têm a
Inglaterra, capazes de julgar os abusos de Rupert Murdoch sem receio de
que seus magistrados sejam atingidos por ataques pessoais ou que se
coloque em dúvida o compromisso das instituições com a democracia.
O próprio relatório inicial de Odair Cunha deixava claro que, ao
propor o indiciamento do diretor da Veja em Brasília, Policarpo Jr., não
se cogitava em brigas políticas ou em atentados à liberdade de
imprensa, mas em combater especificamente alianças de veículos e
jornalistas com o crime organizado. Era uma maneira de depurar a mídia e
trazer a discussão dos limites da imprensa para uma arena republicana: o
Judiciário, e não nas bobagens de um conselho de jornalismo, como se
cogitou anos atrás.
Nem isso se consegue.
No Brasil, graças à covardia generalizada das instituições –
Judiciário, Executivo, Legislativo e partidos –, a resistência contra
essa aliança mídia-crime é individual, voluntarista, sujeitando os
resistentes a ataques pessoais devastadores, porque sem limites
judiciais.
Na série "O caso de Veja" (https://sites.google.com/site/luisnassif02/)
relato com pormenores algumas dessas jogadas. Mostro o massacre sobre a
juíza Márcia Cunha, que concedeu liminar contra Daniel Dantas; a
armação contra o desembargador que confirmou a liminar; os ataques aos
jornalistas que ousaram denunciar a trama. Mostro a parceria da revista
com os esquemas de Dantas e Cachoeira. Em vão!
A abertura para as parcerias criminosas surgiu, inicialmente, da
falta de limites aos exageros da mídia. O que, no início, era apenas mau
jornalismo, tornou-se uma falta de critérios generalizada. Para alguns
veículos, abriu-se a brecha para se oferecer como agente de guerras
comerciais ou criminosas, como ocorreu na parceria Veja-Cachoeira ou
Veja-Dantas.
É um sistema que, hoje em dia, não poupa ninguém, de presidentes de
Tribunais a procuradores, de políticos a administradores ou vítimas
meramente do mau jornalismo ou de jogadas criminosas.
Quem puder comprar proteção, faça como Ayres Britto. Quem se insurgir
contra esse poder devastador, sofra as consequências, como Márcia
Cunha.
Quando o indescritível Ministro Luiz Fux diz que o Judiciário não
teme ninguém, digo, ele mente: teme o poder dos ataques individualizados
da mídia. Teme sim, da mesma maneira que Odair Cunha, Rui Falcão, Ayres
Britto e outros.
Só se melhorará a mídia com limites institucionais definidos pelo
Judiciário ou pelo Legislativo, não pelo voluntarismo de pessoas que
terminarão destruídas pelo poder avassalador da prática da difamação em
larga escala.
Mas há falta generalizada de estadistas em todos os poderes da República.
O PT RECUA
O custo da popularidade de Dilma
Por: Eduardo Guimarães – Blog da Cidadania
O recuo
anunciado do relator da CPI do Cachoeira, o petista Odair Cunha, no sentido de
desistir dos indiciamentos do editor da revista Veja Policarpo Jr. e do
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, tem significado forte. Resta,
contudo, descobrir qual é.
O PT
“amarelou”? Se sim, a pergunta que decorre é uma só: por quê? Medo, dirão. Mas
medo de quê? O que a mídia poderia fazer a mais do que já está fazendo?
E a
questão é a mídia, pois o PSDB, sem ela, não tem força alguma. Não tem
militância para além de meia dúzia de bate-paus que escrevem cartinhas contra o
PT a jornais e que passam o dia comentando em blogs simpatizantes do governo a
fim de insultar blogueiros.
Bem, se a
causa do anunciado recuo petista na CPI é a mídia, só pode ser dela que o PT
supostamente tem medo. Só não se entende como ela poderia aumentar ainda mais
os ataques ao partido, pois o dia só tem 24 horas…
Surge,
então, a reflexão sobre por que o PT se empenha tão pouco em reagir aos ataques
que sofre. E, aliás, sobre por que o partido do governo não usa as armas que
tem como essa que a CPI lhe pôs no colo.
Qualquer
investigação sobre o envolvimento de Policarpo Jr. com Cachoeira revelará muito
mais do que a “mera relação entre repórter e fonte”. Fontes não escolhem onde o
veículo do repórter deve publicar notícias e tampouco escolhem que notícias
esse veículo irá publicar, e as escutas das conversas entre “Poli” e “Cachô” mostram
exatamente isso.
Sem falar
na declaração de ré do esquema, da mulher de Cachoeira, que disse a um juiz, em
audiência oficial, que Policarpo era “empregado” do marido. E que ameaçou usar
a revista em que o jornalista trabalha para difamar a autoridade que a
interrogava.
Quanto ao
procurador-geral da República, o caso é ainda mais grave. Não surgiu ainda uma
explicação para o arquivamento das investigações contra Cachoeira e o
acobertamento de Demóstenes Torres. No mínimo, deveria ser aberta uma investigação
da Polícia Federal
Sobre
Policarpo, Veja e Gurgel, portanto, espanta que o PT não se empenhe em usar
armas como essas. Talvez esteja apenas atendendo ao Palácio do Planalto, mesmo
que a contragosto. Afinal, Dilma nada em popularidade e não lhe interessa fazer
marola.
Pela
popularidade que a presidente tema perder, há, portanto, que quantificar seu
preço. Enquanto o governo opta por apanhar sem reagir porque a surra não lhe
reduz a popularidade, membros do partido desse governo – inclusive o mais
importante, que o elegeu – vão sendo pisoteados pela mídia, alguns pagando
altas penas de privação de liberdade…
Mas o
governo segue forte. Dificilmente Dilma terá sua popularidade afetada por
campanhas denuncistas. O povo vota com o bolso. Pelo menos até que a economia
sofra algum revés. Então veremos o custo de o PT se deixar carimbar como
inventor da corrupção no Brasil.
A BASE DO PT COMEÇA A REAGIR
Uma iniciativa alvissareira. Abrir o debate nos Diretórios sobre o julgamento da AP 470 e seus desdobramentos. Aqui o depoimento de um jornalista, que não faz parte da imprensa golpista, Paulo Moreira Leite. Compartilho.
BOA NOTÍCIA
País atinge
em 2011 menor desigualdade em 30 anos, aponta IBGE
Dados são da Síntese dos Indicadores
Sociais (SIS) divulgada pela IBGE nesta quarta-feira. Apesar dos avanços,
Brasil continua entre os países maias desiguais do mundo
Agência Estado | 28/11/2012
10:29:33- Atualizada às 28/11/2012 10:52:50
Com Coeficiente de Gini de 0,508, apontado pela Síntese dos Indicadores
Sociais (SIS), divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil atingiu em 2011 sua menor desigualdade
de renda em trinta anos - em 1981, o indicador era 0,583. O País, porém,
continua um dos países mais desiguais do mundo, longe da média da União
Europeia, cujo Gini - índice de zero a 1, que sobe com a disparidade de
rendimentos - chegou a 0,305 em 2010 e no ano passado foi 0,290 na Alemanha,
0,308 na França e 0,244 na Suécia.
Água, lixo ou esgosto: 48,5% das
crianças vivem em casas com serviços inadequados
A pesquisa apontou outros sinais de queda na distância entre os ricos e
os pobres brasileiros, como a redução na renda dos 20% mais ricos, de 60% para
57,7% do total de 2001 a 2011. Mesmo assim, no ano passado os 40% mais pobres
ganhavam apenas 11% da riqueza nacional, diz o estudo. O avanço da renda no
País de 2001 a 2011 se deu em um cenário em que, segundo a SIS, disparou a
renda de "outras fontes" para famílias com rendimentos domiciliares
per capita de até 1/4 de salário mínimo ao longo da década estudada. Foi uma
expansão de 5,3% para 31,5% dos rendimentos de 2001 a 2011.
Na faixa de 1/4 a meio salário mínimo, também houve aumento: de 3,1%
para 11,5%. Para os pesquisadores do IBGE, como as famílias pesquisadas são
extremamente pobres, a hipótese mais provável para explicar esse aumento é a
expansão ocorrida no período dos programas de transferência de renda como o
Bolsa-Família, pago a famílias carentes com filhos em idade escolar, e o
Benefício de Prestação Continuada, destinado aos extremamente pobres.
"Esta modificação ocorreu apesar do rendimento do trabalho haver
crescido o período", assinada a SIS. "Para o grupo de até 1/4 do
salário mínimo de rendimento familiar per capita, o rendimento médio de todos
os trabalhos passou de R$ 273 para R$ 285, no período de 2001 a 2011, enquanto
para os que estão na faixa de 1/4 a 1/2 salário mínimo aumentou de R$ 461 para
R$ 524 (...)." As cifras foram corrigidas pelo INPC, por isso são
comparáveis.
O avanço no Gini seria maior se comparado ao indicador de 1960 - 0,497,
o menor da história brasileira -, mas esse resultou de números do Censo
Demográfico daquele ano, o que impossibilita a comparação com a SIS, baseada na
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), inexistente à época. No
critério do Censo, o menor Gini do Brasil foi o de 2010 - 0,526.
A SIS constatou ainda que subiu de 2,6% para 3,5% a renda dos 20%
brasileiros mais pobres na mesma década. Ao aumento de 0,9 ponto porcentual no
rendimento dos mais desfavorecidos correspondeu uma queda de 2,3 pontos na
riqueza apropriada pelos 20% mais ricos. No mesmo período, o grupo social mais
privilegiado viu sua renda, equivalente a 24 vezes o que ganhavam os 20% mais
pobres em 2001, cair para 16,5 vezes em 2011.
Raça, gênero e variações regionais
Apesar da queda, esse indicador ainda deixou o Brasil distante de alguns
países desenvolvidos da Europa, onde a relação é de quatro a seis vezes. E a
redistribuição foi desigual: pretos e pardos ganharam mais que as mulheres,
constatou a pesquisa. "Avançou-se mais na redução da desigualdade de raça
que na de gênero", disse a pesquisadora Cristiane Soares, do IBGE.
"Em 2001, as mulheres ganhavam 69% dos homens, e em 2011, 73,3%. Já
os pretos e pardos passaram de 50,5% do rendimento dos brancos para 60% no
mesmo período. Enquanto eles avançaram quase dez pontos, as mulheres cresceram
apenas 4,4 pontos."
O IBGE também avaliou a pobreza e a desigualdade com base em uma
"perspectiva multidimensional", com indicadores monetários e não
monetários, adaptando metodologia do Consejo Nacional de Evaluación de la
Política de Desarrollo Social - CONEVAL, do México.
A SIS constatou que
22,4% da população brasileira estava em 2011 vulnerável segundo critérios
sociais e/ou de renda, mas esse porcentual tem fortes variações regionais.
Chega a 40% no Norte e 40,1% no Nordeste (53% no Maranhão, Estado recordista),
mas não passa de 11,3% no Sul. Nesse polo positivo, a unidade da Federação com
melhor posição em 2011 era São Paulo, com apenas 7,7% da população vulnerável.
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