O vinho que Merval Pereira apostou e perdeu para seu colega da Globo Sandemberg. Vai tomar chocolate no velório da Abril/Globo/Folha/Estadão e o PIG em geral (MIF)
Informações básicas
O vinho Châteauneuf-du-Pape
Está vinculado a uma AOC [(Appellation d'origine contròlée) ou seja, é um vinho de designação de origem controlada] situada no sudeste da França, sendo a denominação mais cohecida da parte sul do Vale do Rhône. As vinhas localizam-se em torno de Châteauneuf-du-Pape e das localidades vizinhas e cobrem pouco mais de 3.200 hectares.
O nome está ligado à igreja católica, pois no século XIV o papado teve a sua residência de verão no local onde produzido o vinho, apreciando-o, com destaque especial a relação de João XXII com o vinho em questão.
Resumidamente, Châteauneuf-du-Pape é o nome de um castelo construído pelo papa João XXII, sucessor de Clemente V (é uma história longa e interessante, que vale um post próprio).
A legislação que envolve o vinho Châteauneuf-du-Pape permite uma mescla com muitas variedades de uvas (tintas e brancas).
Apesar da permissão de tantas, uvas, o espaço para as brancas tem diminuído e ordinariamente o blend do vinho Châteauneuf-du-Pape é comandado pela grenache (a irmã da granacha da Espanha), sendo coadjuva quase sempre pela mourvèdre ou pela syrah.
O sistema AOC tem raízes em 1935 e a permissão do uso de tantas uvas no blend (13 no total – veja tabela abaixo) se dá pela variedade de terroir da região (solos de areia, a cascalho, barro vermelho e depósitos aluviais).
A situação permite uma grande variação nos vinhos da AOC. Contudo, há uma característica que tornam os vinhedos de Châteauneuf-du-Pape impares: os seixos (pedras) que são encontradas na maioria dos lugares e que de noite soltam o calor absorvido de dia, com a luz e o sol.
Robert Parker e o Châteauneuf-du-Pape
Vale lembrar que o vinho Châteauneuf-du-Pape passou por processo de “renascimento”, pois durante um período a maioria dos vinhos produzidos eram considerados ”medíocres” (ao menos no gosto internacional). O ressurgimento, com a melhora de qualidade de boa parte dos vinhos, é atribuído por muitos a Robert Parker (o famoso crítico americano) que passou a fazer provas dos vinhos (e talvez o afinando para seu gosto). Verdade é que a postura de Parker acabou por divulgar o vinho antigamente muito famoso, mas que estava numa fase de ostracismo no mercado mundial.
Há quem diga (e com fundamento) que a influência de Robert Parker criou um estilo de Châteauneuf-du-Pape mais potente e alcoólico ao que originariamente se produzia.
Pequena tabela (resumitiva) que pode ser útil
Segue abaixo uma tabela com os contornos do vinho e as harmonizações mais comuns
Nome: Châteauneuf du Pape
Localização Próximo da cidade de Avignon
Lugares Châteauneuf du Pape, Orange, Sorgues, Courthézon
Solo: Boa variação, mas maioria com pedras de quartzo e algum barro vermelho. Seixos fazem a diferença com a retenção de calor.
Tamanho: 3.100 ha (7.600 acres)
Produção: 13,5 milhões de garrafas
(praticamente tudo tinto, apenas 1% de vinho branco)
Uvas: 13 variedades de uvas permitidas:
Grenache, Syrah, Mourvèdre, Cinsault, Muscardin, Cournoise, Clairette, Bourboulenc, Picpoul, Roussanne, Terret Noir, Picardan, Vaccarese
Corpo: A maioria dos tintos são vinhos com peso (especialmente os com o ”novo perfil” do vinho – pós Parker). Os brancos não costumam ter bom corpo, mas os com presença maior da Roussanne costumam ser mais cheios e aromáticos.
Guarda aproximada: Tintos 05 a 20 anos (dependendo da safra, do vinho e do produtor).
Brancos: consumo imediato e, os de guarda, de 02 a 05 anos.
Boas safras: 2005, 2004, 2003, 2000, 1998, 1995, 1990, 1989, 1988.
Se encontrar uma garrafa de bom produtor da safra 2005 só deixe de comprar se o preço estiver salgado.
Aromas e boca Baunilha
Frutas vermelhas (alguns com cereja marcante)
Canela.
Alimentos: Carne assada, Caça, Pata de Cordeiro
Coq au vin
Queijo: Combina bem com Roquefort e Langres (entre outros)
quarta-feira, 18 de setembro de 2013
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