Olga Benário, judia alemã e militante comunista, 28 anos, grávida de 7 meses, é entregue à Gestapo nazista em meio à onda repressiva pós-1935. Terá a filha Anita Leocádia em um cárcere alemão e morrerá, na câmara de gás, em 1942. Olga, presa no Rio, após interrogatório .
Na época quem presidia o Supremo era Hermenegildo de Barros. Foi ele quem autorizou a deportação de Olga, uma das páginas mais vergonhosas da Magistratura e da história do Brasil.
Mereceu esse poema de Aprígio dos Anjos, que era irmão de Augusto dos Anjos.(MIF)
Cheio de múmias e quadrupedantes,
Vejo pingüins passarem por gigantes
E analfabetos por jurisconsultos.
Acórdãos de sentidos claudicantes,
Na feitura de juízes semicultos
Criam formas bizarras e tumultos,
Que escapa à perícia de Cervantes.
A balança da lei não tem mais pratos,
Desde de que sucumbiu Poncius Pilatos,
Desgraçou-se a justiça de uma vez.
Ele ao menos conforme a bíblia ensina
Lavava as mãos escuras com benzina,
Coisa que Hermenegildo nunca fez!"
(Aprígio dos Anjos)
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