Seis capas se fazendo de morta.
Se você é leitor de Veja, relinche.
Veja, soltando fumaça...
Veja: a revista bandida
Do Blog Brasil que Vai!
Que legitimidade tem a revista Veja para afirmar, em sua última edição, que a investigação do crime organizado por parte de uma CPI constitucionalmente formada possui a finalidade instrumental de encobrir um escândalo político, no caso o chamado "mensalão"?
/>Absolutamente nenhuma. Pelo simples fato de que Veja faz parte das investigações que agora tomam curso para esclarecer o porquê de Cachoeira e seu bando desfrutarem de tamanha proteção junto a setores da mídia, em particular ao periódico da editora Abril.
E já se sabe que Veja colaborou com o gangster Carlinhos Cachoeira em crimes de chantagem e extorsão contra autoridades públicas a fim de atrair para suas páginas anúncios de empresas controlados pelo governo federal e remunerar-se, por serviços prestados à oposição, com farta publicidade e benesses pelos governos controlados pelo PSDB.
Como o demonstra a compra em São Paulo de milhões de exemplares da revista para a rede estadual de ensino sem concorrência pública e agora a cessão gratuita de espaços para sua editora na grade da emissora estatal Rádio e Televisão Cultura.
Com Carlinhos Cachoeira e seus agentes incrustados na máquina pública, Veja estimulava e depois divulgava as ações de suborno, que serviam para conseguir vantagens creditícias em bancos públicos e negócios com autoridades da esfera estadual, sem falar nos milhões de exemplares vendidos de suas revistas com o que era apresentado como furo jornalístico.
As fontes de Veja eram homens a serviços do crime organizado. Gravações autorizadas pela justiça mostram o próprio capo Cachoeira afirmar que todas as matérias de repercussão do semanário foram patrocinadas por sua quadrilha.
Compreende-se que Veja se valha agora do último recurso que tem à disposição para descaracterizar a forte suspeita que paira sobre a finalidade e a natureza do jornalismo que realiza: afirmar que a própria ação pública saneadora das instituições possui propósitos escusos e desviantes.
Para a revista seria admissível que a infiltração do crime organizado se aprofundasse desde que não fossem tocadas as fontes ilegítimas de suas manchetes pré-fabricadas. Isso porque era ela própria a arma mais eficaz de que dispunham os corruptores para atemorizar funcionários corrompidos e amolecer parlamentares e o judiciário para que dessem forma a uma normatividade que favorecesse as ilicitudes da organização.
Não bastou para Veja bajular Dilma para impedir que as ações da polícia federal viessem a público. Como não terá efeito a versão que agora busca dar circulação entre aliados na mídia que Dilma é contrária à radicalização da CPI. Entenda-se como radical a convocação do chantagista Roberto Civitta para depôr coercetivamente sobre os meios de que se valia para manter viável seu negócio.
Agora o pasquim da imprensa marrom, que levantava a bola para outros de cara mais limpa na mídia pudessem forjar na mídia consensos condenatórios em torno de pessoas e autoridades, naquilo que passará à história como indústria da difamação, sentará onde deveria ter chegado há muito mais tempo: o banco dos réus.
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