terça-feira, 1 de julho de 2014

A MAIOR CONQUISTA DOESPORTE BRASILEIRO



Oscar disputando a bola com os americanos

Atraso na Cerimônia
(Só quem morre de véspera é peru)
Marcos Inácio Fernandes*

“Pênalti é uma coisa tão importante, que quem devia bater é o presidente do clube.”  (Nenen Prancha)

Nessa copa, que está nos reservando tantas emoções, já houve duas decisões, no mata-mata, por pênaltis. (Brasil e Chile e Costa Rica e Grécia) E numa copa com seleções nacionais, seguindo a filosofia do Nenen Prancha, quem devia bater as penalidades é o Presidente da República? Por analogia, sim. Essa decisão tiraria dos jogadores o peso e a responsabilidade de, num simples tiro livre e num átimo, se transformarem em “salvadores” e/ou “vilões” da pátria. Ser consagrado ou vilipendiado, por sucessivas gerações, como foi o caso de Barbosa em 50. Não desejo isso prá nenhum jogador, que participa desse certame mundial, e gostaria que tantos os atletas como os torcedores e dirigentes encarassem a competição como um simples jogo de futebol, onde ganhar, perder ou empatar faz parte do jogo e que deve-se se saber lidar com qualquer resultado.

Deve-se, sobretudo, não se considerar favorito e nem subestimar nenhum adversário. O esporte nos dá lições a respeito e aqui eu lembro a epopéia de Indianapólis no Pan-Americano de 1987, quando Brasil e Estados Unidos, disputaram a medalha de ouro no basquetebol daqueles jogos, algo equivalente ao Brasil e Uruguai em 1950. Na minha concepção, aquela vitória do Brasil sobre os Estados Unidos por 120 a 115, foi a maior conquista esportiva nacional até agora. Não teve penta no futebol nem campeão olímpico masculino e feminino no voley, nem Ademar Ferreira, no salto triplo em Helsinque e Melbourn nos jogos olímpicos de 1952 e 1956, nem César Cielo nas piscinas do mundo, que se compare a fantástica vitória do Brasil sobre os Estados Unidos, na sua casa e num esporte em que eles eram, praticamente, imbatíveis.

Os Yankes estavam tão convictos da vitória, que nem levaram o hino brasileiro para a Market Square Arena, naquele 23 de agosto de 1987, e tiveram que adiar a cerimônia de premiação e saíram, nas carreiras, atrás do hino brasileiro, que foi executado com o Brasil subindo mais alto no pódio para receber suas medalhas de ouro.

Agora vendo uma entrevista do Oscar e Marcel, que foram os grandes protagonistas daquela vitória,( Oscar fez 46 pontos e Marcel 31 dos 120 pontos que o Brasil marcou), o Oscar falou que eles entraram em quadra como quem vai pro matadouro. Só não queriam que os Estados Unidos abrissem muita vantagem como fizeram com seus outros adversários. Ele lembrou que o técnico Ary Vidal, não fez preleção e disse apenas: vão lá e joguem. E como jogaram os meninos do Brasil! (Gerson, Guerrinha, Israel, Pipoca, Marcel e Oscar). Mesmo jogando muito a nossa seleção virou o 1º tempo com 14 pontos atrás e já nos primeiros minutos do 2º tempo, os americanos abriram 24 pontos de vantagem. Então, eles se lembraram do que Ary Vidal falou no intervalo: chutem de 3 pontos, essa regra foi feita prá vocês Marcel e Oscar, acreditem. Aí começou a cair as bolas de 3 pontos do Oscar e Marcel e o Brasil virou espetacularmente e conquistou o ouro que ninguém acreditava e esperava.

 A imprensa americana reagiu muito mal ao 2º lugar. Um grande jornal americano colocou na manchete esportiva: “Prata?! Joguem Isso no Lixo”.

 Espero que continuemos passando por nossos adversários e que a nossa imprensa, não se comporte como a americana e os nossos torcedores se conscientizem, que nesse torneio as seleções se equivalem. Os resultados apertados e nas prorrogações de Alemanha, França, Argentina e Bélgica, comprovam essa assertiva. Não há favoritos e muitas emoções nos aguardam.

Para encerrar gostaria que o Felipão se mirasse no exemplo de Ary Vidal e sua preleção para os nossos jovens craques, os melhores que conseguimos reunir, fosse a mesma do técnico do basquete: “Vão lá e joguem”

Tenho convicção, que se for abstraído os outros fatores, extra-futebol, que está pressionando nossos atletas, nosso futebol vai fluir e teremos mais tranqüilidade para construir resultados positivos. Podemos até não ganhar, mas espero que não nos falte disposição para tal.

 Lembrando, mais uma vez, o filósofo do futebol, Nenen Prancha, é bom que todos tenham clareza, que mesmo um evento de magnitude mundial como a copa e a glória de conquistá-la  “tudo é passageiro, menos o motorista e o cobrador”.

PS 1 – Depois que o Brasil derrotou os Estados Unidos no Pan de Indianápolis, eles resolveram participar dos jogos Olímpicos com seus jogadores profissionais. Foi ali que nasceu o “Dream Time” com os melhores do basquete americano.
PS 2 – 4ª e 5ª feira #Não Vai Ter Copa. 6ª feira ela continua

*Marcos Inácio Fernandes, é professor aposentado da UFAC e militante do PT.

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