quinta-feira, 12 de junho de 2014

AS COPAS DA MINHA VIDA






As Copas na Minha Vida.
Marcos Inácio Fernandes

Da tragédia de 50, no Maracanã, não dou notícia. Tinha apenas 2 anos e só muito tempo depois fui compreender as dimensões daquela catástrofe. A Copa de 54, na Suécia, do que me lembro e ainda está bem viva na memória, foi do desespero de “mestre Amaro” em ajustar a sintonia de seu rádio para ouvir as transmissões dos jogos do Brasil. Seu Amaro era um senhor negro, que trabalhava com meu pai no rancho da Base Aérea de Parnamirim. Tinha uma prole numerosa e seus filhos mais novos tocavam o terror em Parnamirim. O pessoal apelidou esses meninos de “os cães de mestre Amaro”. Também nessa copa não me dei conta do que estava acontecendo.

Agora a copa de 58, quando ganhamos o 1º título mundial, essa,  acompanhei pelo rádio, pelos bares da cidade nas transmissões empolgantes de Edson Leite e Pedro Luiz, da rádio Bandeirantes de São Paulo. O que mais me chamou atenção naquela copa, foi a comemoração espontânea dos Parnamirinenses, que saíram às ruas festejando num carnaval fora de época. Acho que essa copa é a responsável por esses eventos, que se espalharam pelo país afora, para se comemorar o carnaval fora do seu calendário tradicional.

A copa de 62, também acompanhei pelo rádio, no bar do Cícero (que o pessoal apelidava de “Ciço péia”). O que ficou mais marcante nessa copa, foi  o incoformismo de cabo Marques (já falecido), que era Vascaino  doente, e não aceitava a substituição de Beline, o capitão de 58 e do Vasco, por Mauro que era atleta do Santos. Mas ele vibrou com o Brasil quando Mauro levantou a taça do bi – campeonato.

Na copa de 66 passamos vexame. Levamos quase 3 times e não passamos para a segunda fase. O que me lembro bem é que tinha um senhor funcionário da Base, que dizia: que Pelé que nada, agora é Euzébio! (O craque de Portugal, que detonou com o Brasil). Colocaram o apelido dele de “Euzébio” e pegou.

Em 70, assisti a copa de televizinho. Em televisão  preto e branco, que o Sargento Oliveira, que tocava sax na banda da Aeronáutica havia comprado. A casa dele ficava cheia de televizinhos e pela 1ª vez, tivemos a possibilidade de acompanhar através da magia da junção do som a imagem, aquele fabuloso  escrete dando um show de bola nos gramados do México.

As copas subseqüentes, vimos todas televisionadas em casa de amigos.  A de 90, nos Estados Unidos, estava na SBPC, que foi em Vitória no Espírito Santo e assisti a final de Brasil e Itália na casa de um aluno meu, Tarcísio, cuja família morava em Vitória. Também teve carnaval de rua e muita comemoração.

Na que o Brasil foi penta, lembro bem que assisti um dos jogos sozinho em apartamento de Hotel em Brasília. Foi aquela partida apertada em que Ronaldinho Gaúcho, fez um gol de falta de muito fora da área na Inglaterra e garantiu a vitória brasileira. Torci sozinho e de madrugada num quarto de hotel.

Agora vou torcer pelo hexa aqui no Brasil e quero está acompanhado numa torcida otimista na casa de algum amigo. Quero assistir coletivamente num canal que não seja da Globo.

PS - Começa hoje e vou assistir na casa da amiga Jaycilene, que tem bom astral e bons fluidos positivos. Meu placar é 4 a zero pro Brasil, boto  logo é arregaçando e esperando que o Brasil faça o mesmo.

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