As Copas na Minha Vida.
Marcos Inácio Fernandes
Da tragédia de 50, no Maracanã,
não dou notícia. Tinha apenas 2 anos e só muito tempo depois fui compreender as
dimensões daquela catástrofe. A Copa de 54, na Suécia, do que me lembro e ainda
está bem viva na memória, foi do desespero de “mestre Amaro” em ajustar a
sintonia de seu rádio para ouvir as transmissões dos jogos do Brasil. Seu Amaro
era um senhor negro, que trabalhava com meu pai no rancho da Base Aérea de
Parnamirim. Tinha uma prole numerosa e seus filhos mais novos tocavam o terror
em Parnamirim. O pessoal apelidou esses meninos de “os cães de mestre Amaro”.
Também nessa copa não me dei conta do que estava acontecendo.
Agora a copa de 58, quando
ganhamos o 1º título mundial, essa, acompanhei pelo rádio, pelos bares da cidade
nas transmissões empolgantes de Edson Leite e Pedro Luiz, da rádio Bandeirantes
de São Paulo. O que mais me chamou atenção naquela copa, foi a comemoração
espontânea dos Parnamirinenses, que saíram às ruas festejando num carnaval fora
de época. Acho que essa copa é a responsável por esses eventos, que se
espalharam pelo país afora, para se comemorar o carnaval fora do seu calendário
tradicional.
A copa de 62, também acompanhei
pelo rádio, no bar do Cícero (que o pessoal apelidava de “Ciço péia”). O que
ficou mais marcante nessa copa, foi o
incoformismo de cabo Marques (já falecido), que era Vascaino doente, e não aceitava a substituição de
Beline, o capitão de 58 e do Vasco, por Mauro que era atleta do Santos. Mas ele
vibrou com o Brasil quando Mauro levantou a taça do bi – campeonato.
Na copa de 66 passamos vexame.
Levamos quase 3 times e não passamos para a segunda fase. O que me lembro bem é
que tinha um senhor funcionário da Base, que dizia: que Pelé que nada, agora é
Euzébio! (O craque de Portugal, que detonou com o Brasil). Colocaram o apelido
dele de “Euzébio” e pegou.
Em 70, assisti a copa de
televizinho. Em televisão preto e
branco, que o Sargento Oliveira, que tocava sax na banda da Aeronáutica havia
comprado. A casa dele ficava cheia de televizinhos e pela 1ª vez, tivemos a
possibilidade de acompanhar através da magia da junção do som a imagem, aquele
fabuloso escrete dando um show de bola
nos gramados do México.
As copas subseqüentes, vimos
todas televisionadas em casa de amigos. A de 90, nos Estados Unidos, estava na SBPC,
que foi em Vitória no Espírito Santo e assisti a final de Brasil e Itália na
casa de um aluno meu, Tarcísio, cuja família morava em Vitória. Também teve
carnaval de rua e muita comemoração.
Na que o Brasil foi penta, lembro
bem que assisti um dos jogos sozinho em apartamento de Hotel em Brasília. Foi
aquela partida apertada em que Ronaldinho Gaúcho, fez um gol de falta de muito
fora da área na Inglaterra e garantiu a vitória brasileira. Torci sozinho e de
madrugada num quarto de hotel.
Agora vou torcer pelo hexa aqui
no Brasil e quero está acompanhado numa torcida otimista na casa de algum
amigo. Quero assistir coletivamente num canal que não seja da Globo.
PS - Começa hoje e vou assistir na casa da amiga Jaycilene, que tem bom astral e bons fluidos positivos. Meu placar é 4 a zero pro Brasil, boto logo é arregaçando e esperando que o Brasil faça o mesmo.
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