Marina, em plena democracia, vai para a dupla militância no PSB. Na ditadura exerceu a dupla militância no Partido Revolucionário Comunista - PRC dentro do PT. (MIF).
- Neste exato momento, Eduardo Campos, presidente do PSB, e Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, selam sua aliança rumo a 2014. O evento vem sendo transmitido ao vivo pela TV João Mangabeira (acompanhe aqui).
Com a palavra, Marina Silva:
"Eduardo Campos está com uma responsabilidade histórica diante de todos nós", diz a ex-senadora, que afirma ter feito a sua parte no tocante às assinaturas da Rede. "A derrota ou a vitória só se medem diante da história", afirma. Ela também agradeceu seus apoiadores e o ministro Gilmar Mendes, que lhe deu o único voto na derrota por 6 a 1 no Tribunal Superior Eleitoral. "Somos o único partido clandestino criado em plena democracia". Cobrada sobre um plano B, ela afirmou que encontrou um plano C. "Meu plano C é o Eduardo Campos". Ela afirma que o governador pernambucano também corre o risco de ser "cassado", mas de modo diferente ao dela – a Rede não foi validada por não ter obtido o mínimo de assinaturas exigido pelo TSE. Abrindo mão de ser candidata à presidência da República, Marina afirma que veio "adensar uma candidatura que já está posta", a do governador Eduardo Campos.
Com a palavra, Eduardo Campos:
"De ontem para hoje tive uma das maiores lições da minha vida, em conversas muito tranquilas e muito profundas. Discutimos a esperança e o sonho de transformar este País", afirmou. "O Brasil espera de nós algo a mais, que vá além do olhar eleitoral". Campos ressaltou o gesto de Marina Silva. "Daqui a dez anos, vinte anos, esse dia será lembrado", afirmou. "Quem entendeu o que aconteceu com as manifestações de junho, não tem nenhuma dificuldade em entender o que acontece aqui hoje". Ele também falou sobre a polarização PT-PSDB. "Estamos quebrando uma falsa polarização na política brasileira", diz ele. "Em 2010, o debate foi oco". Campos afirma que a aliança faz a Rede se agigantar. "O povo vai se aproximar da política e fará a mudança que muitos duvidam que possa ser feita". "Nós vamos semear a nova política. Vamos cuidar da qualidade de vida, do desafio econômico, da produtividade. Que nós possamos, nessa convivência, termos a marca da solidariedade". Abaixo, noticiário da Reuters: BRASÍLIA, 5 Out (Reuters) - A ex-senadora Marina Silva se filiou neste sábado ao PSB e disse em discurso que a candidatura do presidente do partido, Eduardo Campos, à Presidência da República é "legítima", e que ele corre o risco de ser "cassado", assim como, segundo ela, aconteceu com a Rede Sustentabilidade, legenda que ela tentava criar para disputar as eleições de 2014. "O PSB já tem candidato (a presidente), está posto e por que não apresentar o nosso programa a esse candidato?", disse a ex-senadora.
Marina disse que a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de rejeitar o pedido de registro da Rede "cassou" o direito da nova legenda disputar as eleições e disse que a Rede é "o primeiro partido clandestino criado em plena democracia". A ex-senadora afirmou que a candidatura de Campos também corre o risco de ser cassado por aqueles que tentam minar as pretensões eleitorais do socialista, que também é governador de Pernambuco. Marina ocupa a segunda colocação nas pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais de 2014, enquanto Campos aparece na quarta posição na preferência do eleitorado. Recentemente o PSB anunciou sua saída do governo da presidente Dilma Rousseff, abrindo caminho para uma candidatura própria do partido à Presidência da República. Dilma lidera a corrida eleitoral do ano que vem à frente de Marina. O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), está na terceira posição, de acordo com as pesquisas. A aliança entre Marina e Campos também coloca lado a lado na eleição do ano que vem duas figuras políticas com histórico de ligação com o PT. Marina foi senadora pelo partido e ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos também foi ministro de Lula e o PSB apoiou o PT em cinco das seis eleições presidenciais disputadas desde a redemocratização do país. Somente em 2002 os socialistas não apoiaram o PT no primeiro turno, mas se juntaram aos petistas no segundo.
(Reportagem Anthony Boadle e Eduardo Simões)
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