domingo, 6 de setembro de 2009

O VENTO E O LEÃO


Do blog VI O MUNDO, do luis Carlos Azenha.

O vento e o leão

Atualizado e Publicado em 06 de setembro de 2009 às 00:07


O Vento e o Leão por Wander Roberto Steca


“Aquele que luta com monstros deve acautelar-se para não tornar-se um monstro. Quando se olha para o abismo, o abismo olha de volta para você”. A frase de Friedrich Nietzsche demonstra bem o dilema da oposição, que vive entre o desejo e a realidade. O desejo de tornar-se monstro e a realidade, o abismo, o próprio monstro, que ainda não olhou para a oposição. A oposição necessita de um grande nome, e por mais que olhe para os lados, não vê nenhum. Imagina que possui alguém talhado para o desafio, mas pressente que não vai ser o suficiente. Recorda assustada o passado, lembra-se do pesadelo e repete bem alto para si mesma e para aqueles que estão a sua volta: “Ninguém pode hoje em dia transferir votos para o seu candidato”. A oposição relembra as moças com uma bacia de doces, que os oferecia aos eleitores, pedindo, “vote no Brigadeiro, ele é bonito e é solteiro”. Brigadeiro Eduardo Gomes, sobrevivente da revolta dos 18 do forte de Copacabana de 1922, onde enfrentou as tropas de Epitácio Pessoa. Legenda de heroísmo das Forças Armadas, amado com justiça por todos os brasileiros, participou de duas eleições Presidenciais, sendo a primeira em 1945. Afastado do Getulismo concorreu pela UDN perdendo para o também militar Gaspar Dutra que foi apoiado por Getúlio Vargas, monstro e abismo de então. Concorreu em 1950 contra o próprio Getúlio e perdeu novamente. “Não existem mais “brigadistas”, “getulistas”, “lacerdistas”, “janguistas”, “janistas”, brizolistas”, não existem mais ‘paixões nacionais’. Aqui reside o primeiro erro da oposição, eles não perceberam que Lula era o maior político do País há 30 anos, alguém que dividiu o palco por um tempo com Leonel Brizola, quando o importante não era quem poderia ser o presidente, o importante mesmo, era quem não poderia ser Presidente. Reunia-se então todo o staff midiático, todo o setor produtivo e econômico, e todo o Estado para conter as pretensões de Brizola e, depois as de Lula, em alcançar a vitória em uma eleição presidencial. O vencedor invariavelmente era um boneco escolhido a dedo A política se resumia na contenção das pretensões desses dois, depois de Brizola, Lula ficou só. Um segundo erro da oposição foi na avaliação da capacidade de administrar de Lula. Diziam eles: “Lula nunca administrou nada, como poderá administrar o Pais?” Administrou sim, a CUT, onde as decisões podiam ser realmente sentidas literalmente no bolso. Decisões que afetavam o bolso do trabalhador, ou o bolso do empregador, a busca de um equilíbrio constante tornou Lula um grande conciliador. È muito fácil dar um aumento salarial quando toda a sociedade irá arcar com as conseqüências. No caso de Lula, a decisão precisava ser justa para ambos os lados. Não há no país um único setor da sociedade que não tenha se beneficiado da administração petista. Ganhou o mercado financeiro, o setor produtivo, a agricultura, o setor exportador, os aposentados, os assalariados, os comerciantes, os sindicalistas, os movimentos sociais. Há um erro na avaliação da oposição na capacidade de Lula em administrar o país e, administrar a política do país. Talvez percebam tarde o grande ‘animal’ político que é Lula, sua esperteza sua inteligência por vezes assusta. Recentemente em Londrina, ao lançar o Plano Safra 2009/2010, Lula foi antes a Congoinhas para a entrega simbólica do consumidor de nº 2 milhões do programa “Luz para todos”, onde acompanhado de uma multidão de agricultores e moradores emocionados, recebeu e vestiu um boné do MST. De volta a Londrina, no parque de Exposições Ney Braga, apresentou um pacote agrícola no valor Recorde de R$ 107,5 bilhões de Reais. Não é só esperteza, é inteligência. O que ele fez pode ser imaginado por muitos, mas quem mais pode fazer tudo isso parecer tão natural? Nessa noite de 6 de setembro, em seu discurso para a comemoração do 7 de Setembro, o abismo começa a olhar de volta a oposição. Um dia tinha que acontecer. Mas de um modo constante não é a forma que Lula age. Ele não liga para a forma insidiosa que a mídia e a oposição apresentam as falhas ou as pretensas falhas de seu governo. Parece ter assistido por demais o filme “O Vento e o Leão”. Esse filme, realizado em 1975 com direção de John Milius, tendo no elenco Sean Conory no papel de Mulay Achmed Mohamed El Raisuli, Candice Bergen no papel de Éden Padecaris, Brian Keith como o Presidente Theodore Roosevelt e John Huston como secretário de estado norte americano, conta a história verídica passada no início do século XX, de um impetuoso sheik árabe (Connery) que rapta uma bela viúva americana (Bergen) e os seus filhos. O incidente desencadeia um conflito de vontades entre dois protagonistas, quando o Presidente Teddy Roosevelt (Keith) e o seu astuto Secretário de Estado (Huston) iniciam um perigoso jogo de xadrez. Mas o que conta realmente no filme, é a carta que El Raisuli, ao final envia a Roosevelt. Uma carta que nos reflete ao jogo atual da oposição e mídia com o Presidente Lula. Diz Raisuli: “Eu sou como o Leão que sobe ao monte e rugi com força e altivez. Todos me ouvem e temem, mas você é como o vento, passa por mim e de mim não toma conhecimento, vai para onde quer e deseja”. Lula é como Vento

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