Tive o privilégio de conhecer pessoalmente João do Vale. Quando estávamos concluindo o curso de Sociologia na Fundação José Augusto, Junto com Pedro Vicente e outros colegas, trouxemos João para cantar em Natal. Ele fez 2 shows. Um no Circo da Cultura e outro no Teatro Alberto Maranhão. Tivemos um baita prejuizo com a empreitada, mas ganhamos a amizade do compositor de Carcará. Tempos depois já em Rio Branco, Jaime Ariston e Pedro Vicente,diretores do SESC local, o trouxeram para inaugurar o Teatro de Arena do SESC. João voltou outra vez à Rio Branco, através do Projeto Brasileirinho, do SESC Nacional.Sua apresentação foi no cine Acre do Jimy Barbosa.A música que apresentamos aqui é "MInha História", que fala da tragédia que viveu e ainda vive a educação no Brasil. Mas o Pré Sal vem aí. (MIF)
João Batista do Vale nasceu em Pedreiras MA em 11 de Outubro de 1934.
Desde pequeno gostava muito de música, mas logo teve de trabalhar, para
ajudar a família. Aos 13 anos foi para São Luís MA, onde participou de
um grupo de bumba-meu-boi, o Linda Noite, como "amo" (pessoa que faz os
versos). Dois anos depois, começou sua viagem para o Sul, sempre em
boléias de caminhões: em Fortaleza CE, foi ajudante de caminhão; em
Teófilo Otoni MG, trabalhou no garimpo; e no Rio de Janeiro RJ, onde
chegou em dezembro de 1950, empregou- se como ajudante de pedreiro numa
obra no bairro de Ipanema. Passou a freqüentar programas de rádio, para
conhecer os artistas e apresentar suas composições, em maioria baiões.
Depois de dois meses de tentativas, teve uma música de sua autoria
gravada por Zé Gonzaga, Cesário Pinto, que fez sucesso no Nordeste. Em
1953, Marlene lançou em disco Estrela miúda, que também teve êxito;
outros cantores, como Luís Vieira e Dolores Duran, gravaram então
músicas de sua autoria. Em 1964 estreou como cantor no restaurante
Zicartola, onde nasceu a idéia do show Opinião, dirigido por Oduvaldo
Viana Filho, Paulo Pontes e Armando Costa, que foi apresentado no teatro
do mesmo nome, no Rio de Janeiro. Dele participou, ao lado de Zé Kéti e
Nara Leão, tornando-se conhecido principalmente pelo sucesso de sua
música Carcará (com José Cândido), a mais marcante do espetáculo, que
lançou Maria Bethânia como cantora. Como compositor, em 1969 fez a
trilha sonora de Meu nome é Lampião (Mozael Silveira). Depois de se
afastar do meio musical por quase dez anos, lançou em 1973 Se eu tivesse
o meu mundo (com Paulinho Guimarães) e em 1975 participou da remontagem
do show Opinião, no Rio de Janeiro. Tem dezenas de músicas gravadas e
algumas delas deram popularidade a muitos cantores: Peba na pimenta (com
João Batista e Adelino Rivera), gravada por Ari Toledo, e Pisa na fulo
(com Ernesto Pires e Silveira Júnior), baião de 1957, gravado por ele
mesmo. Em 1982 gravou seu segundo disco, ao lado de Chico Buarque, que,
no ano anterior, havia produzido o LP João do Vale convida, com
participações de Nara Leão, Tom Jobim, Gonzaguinha e Zé Ramalho, entre
outros. Em 1994, Chico Buarque voltou a reverenciar o amigo, reunindo
artistas para gravar o disco João Batista do Vale, prêmio Sharp de
melhor disco regional. Faleceu em São Luís MA no dia 06 de Dezembro de
1996, sendo sepultado em sua cidade natal, Pedreiras.
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
Art Editora e PubliFolha
Biografia: Enciclopédia da Música Brasileira
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