quinta-feira, 14 de março de 2013

DIA DA POESIA

Alta noite, lua quieta,
Muros frios,
Praia rasa. 
Andar...
Andar... que um poeta
Não necessita de casa.
Acaba-se a última porta.
O resto é o chão do abandono.
Um poeta, na noite morta, 
Não necessita de sono.
Andar... perder o seu passo
Na noite, também perdida. 
Um poeta, à mercê do espaço,
Nem necessita de vida.
Andar... enquanto consente
Deus que seja à noite andada.
Porque o poeta, indiferente,
Anda por andar... somente. 

Não necessita de nada.

 (Canção de Alta Noite - Cecília Meireles)



Nenhum comentário: