Esse menino da rua do Bagaço é o professor Anchieta, do qual recebi convite para o lançamento do seu livro: "Menino da Rua do Bagaço". O professor Anchieta é um poeta, cabra da peste, do nordeste e uma extraordinária figura humana. Compareci ao lançamento do livro na Livraria do Paim, pois não podia recusar um convite em versos que dizia assim:
"Será imenso meu contentamento,
Se atender ao convite que lhe faço;
- Eu espero você no lançamento
Do "Menino da Rua do Bagaço".
- Um menino que traz sua alma cheia
Dos sorrisos e prantos que há em mim...
Dia dois de dezembro, as oito e meia,
Ali na livraria do Paim!
Vá levar-me um abraço, se o mereço,
Pois hei de me sentir lisonjeado...
Antecipadamente lhe agradeço:
Anchieta Batista - um seu criado."
Não dava para recusar um convite poético tão bonito. Na dedicatória do livro, o Anchieta escreveu: "Marcão e Eró, obrigado pela honra de vocês me prestigiarem. Tenham-me como amigo." Rio Branco, 2/12/09. Anchieta.
Quem é Anchieta? Ele se apresenta assim:
"Sou passado e sou presente,
Precavido, inconsequente,
Sou o ódio e sou o amor,
Sou medo e sou destemor,
Sou machado e sou o lenho...
Não se de onde é que venho,
Não sei prá onde é que vou...
... E assim perdido na estrada,
Numa confusão danada,
Não sei que diabo é quem sou!!!"
(Última estrofe do poema "Incongruências" p.19)
Um poema do Anchieta que retrata a corrupção, um tema sempre recorrente no nosso país. Agora é o Mensalão dos Democratas de Brasília - A crise do Panetone. Eis os versos:
"Os Mesmos"
"Diante dessa gente desonesta,
O sujeito que tenta ser honrado,
À miséria se torna condenado
E por justo que seja, nunca presta!
O dinheiro do povo faz a festa,
Com uísque escocês e caviar,
Na Suiça uma conta prá guardar
O produto de tanta corrupção...
No Brasil bem melhor é ser ladrão,
Que a justiça não vai se incomodar!
Mas você que vagueia maltrapilho,
Suplicando uma ajuda caridosa,
Nunca tente afanar uma penosa
Para encher a barriga do seu filho!
Neste caso a polícia mostra brilho
E você vai gemer de tanta peia!
Mas se é crime mexer em coisa alheia,
Como é que uma corja de corrutos
Passa a mão no dinheiro dos tributos
E eu não vejo um safado na cadeia?"
Um comentário:
Moro na cidade do poeta Anchieta Aparecida na Paraíba e gostaria muito de adquirir esse livro. Meu e-mail é laercinhopt@hotmail.com
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