quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

MENINO DA RUA DO BAGAÇO


Esse menino da rua do Bagaço é o professor Anchieta, do qual recebi convite para o lançamento do seu livro: "Menino da Rua do Bagaço". O professor Anchieta é um poeta, cabra da peste, do nordeste e uma extraordinária figura humana. Compareci ao lançamento do livro na Livraria do Paim, pois não podia recusar um convite em versos que dizia assim:


"Será imenso meu contentamento,

Se atender ao convite que lhe faço;

- Eu espero você no lançamento

Do "Menino da Rua do Bagaço".


- Um menino que traz sua alma cheia

Dos sorrisos e prantos que há em mim...

Dia dois de dezembro, as oito e meia,

Ali na livraria do Paim!


Vá levar-me um abraço, se o mereço,

Pois hei de me sentir lisonjeado...

Antecipadamente lhe agradeço:

Anchieta Batista - um seu criado."


Não dava para recusar um convite poético tão bonito. Na dedicatória do livro, o Anchieta escreveu: "Marcão e Eró, obrigado pela honra de vocês me prestigiarem. Tenham-me como amigo." Rio Branco, 2/12/09. Anchieta.


Quem é Anchieta? Ele se apresenta assim:


"Sou passado e sou presente,

Precavido, inconsequente,

Sou o ódio e sou o amor,

Sou medo e sou destemor,

Sou machado e sou o lenho...

Não se de onde é que venho,

Não sei prá onde é que vou...

... E assim perdido na estrada,

Numa confusão danada,

Não sei que diabo é quem sou!!!"

(Última estrofe do poema "Incongruências" p.19)


Um poema do Anchieta que retrata a corrupção, um tema sempre recorrente no nosso país. Agora é o Mensalão dos Democratas de Brasília - A crise do Panetone. Eis os versos:


"Os Mesmos"


"Diante dessa gente desonesta,

O sujeito que tenta ser honrado,

À miséria se torna condenado

E por justo que seja, nunca presta!

O dinheiro do povo faz a festa,

Com uísque escocês e caviar,

Na Suiça uma conta prá guardar

O produto de tanta corrupção...

No Brasil bem melhor é ser ladrão,

Que a justiça não vai se incomodar!


Mas você que vagueia maltrapilho,

Suplicando uma ajuda caridosa,

Nunca tente afanar uma penosa

Para encher a barriga do seu filho!

Neste caso a polícia mostra brilho

E você vai gemer de tanta peia!

Mas se é crime mexer em coisa alheia,

Como é que uma corja de corrutos

Passa a mão no dinheiro dos tributos

E eu não vejo um safado na cadeia?"

Um comentário:

Núcleo de Audiovisual João Carlos Beltrão disse...

Moro na cidade do poeta Anchieta Aparecida na Paraíba e gostaria muito de adquirir esse livro. Meu e-mail é laercinhopt@hotmail.com