sábado, 20 de dezembro de 2008

COISAS QUE NÃO FAREI NO PRÓXIMO ANO

Ulisses Tavares escreveu na Caros Amigos, agora de dezembro, o que não fará em 2009. Eu o acompanho nas suas posições. Confiram:
"Pensando no ano novo, a maioria faz planos. Meu único plano é estar vivo. E assim mesmo é apenas uma pretensão, óbvio. Depois dos 50 anos, a macabra foice começa a nos retirar a alma aos poucos por entre os músculos, os ossos e orgãos.
Mas sei, ao menos, o que, certamente, não acontecerá comigo ano que vem.
Não farei uma tatuagem. Até porque não distingo uma tribal de uma pinta malígna. E se eu tatuar o nome de uma viagem inesquecível, a Katmandu, com as rugas vai encolher e virar Ku.
Piercing, nem pensar. Em jovem, é interessante. Num idoso, parecem miniganchos de açougue, daqueles que se penduram pelancas.
Virar gay, fora de cogitação. Passivo e cheio de de amor prá dar, então, seria uma desgraça. Quem iria querer comer uma bicha velha, feia e pobre?
Me converter para alguma religião, um pouco tarde demais. Desconfio da seriedade de qualquer igreja que me aceite como fiel. Eu que já fui ateu, depois Zeus, depois Deus e agora sou só Eu.
Trocar de mulher também não vou. Precisaria ter alguma para fazer isso. E, se conseguir uma que me aguente, não largo mais. Se, de quebra, rir de minhas piadinhas infames, até caso.
Plástica, nem de graça feita pelo SUS. Cheguei ao ponto em que só ressuscitar resolve. Ficar rico, improvável. Na minha idade, Onassis já tinha o maior iate do mundo. E eu, apenas boio sem bóia nas aguas do viver.
Ter carrão, não me atrai. Além do mais, com a lei seca, que graça tem encher a cara sem poder, depois, se imaginar piloto de fórmula um pelas ruas.
Envelhecer mais ainda não irei. Sou programado genéticamente, e poeticamente, para ser um eterno adolescente descobrindo o mundo e a si mesmo. Sem nunca entender nada.
Escrever uma obra impactante, original e de alto valor literário? Duvido muito. Não sou páreo para o talento de Paulo Coelho, Bruna Surfistinha e Zíbia Gasparetto."

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