sexta-feira, 14 de agosto de 2009

MARINA



MARINA (Porque não lhe peço pra ficar)!

Alberto Fernandes Rodrigues*
Dado a visível dificuldade de tanta gente em poder falar (livremente) o que pensa sobre o furacão Marina. Vou dar aqui o meu humilde pitaco! Apesar de ter sido procurado para assinar a tal carta “Fica Marina” o que muito me orgulhou, pois, não sabia que era considerado “histórico” do PT - eu, a exemplo do Toninho Alves, também não assinei.
Não sei as razões que o levaram a não assinar, mas; vou dizer aqui o porquê da minha decisão.
(A)-Em primeiro lugar, conheço suficientemente a Marina para con-fiar plenamente em seus propósitos, para saber o quanto lhe custou em desprendimento (e sofrimento) pessoal para chegar aonde chegou e, o quanto é capaz de “pagar” para continuar lutando pelo que acredita;
(B) -Em segundo lugar, não me senti confortável lhe fazer um pedido com apelo pessoal - ficar no PT - quando a questão é política e;
(C) - Não encontrei argumentos para fazer tal pedido a companheira Marina depois do desprestigio - pra não dizer coisa pior -, a que foi submetida quando a frente do Ministério do Meio Ambiente, não teve o apoio do nosso governo e nem do partido em questões cruciais como no caso dos transgênicos e muitos outros.
Não tenho conhecimento de nenhum caso de intransigência da então ministra em relação aos projetos do PAC. O que sempre houve de sua parte foi o cuidado de fazer as obras de maneira racional e responsável preservando da melhor forma possível o interesse maior - o meio ambiente e, por conseguinte a vida de todos nós! Exemplo disso foi à redução em oito vezes o tamanho da área a ser alagada pelo reservatório das usinas do Rio Madeira. Isso foi feito sem reduzir nenhum kilowat de potência.
Porém, ao invés de se aterem às questões racionais do que estava posto à discussão... Optou-se pela ridicularização com a questão dos bagres.
Mas; deixemos o varejo e voltemos ao atacado. Se tivesse havido menos empáfia na escolha do nome do candidato do PT à sucessão do presidente Lula - aliás, se tivesse havido pelo menos discussão sobre essa decisão. As forças internas do PT que possuem diferentes concepções de estilo de governo, certamente colocariam suas propostas para apreciação interna através de outros nomes e, entre estes nomes com certeza absoluta estaria naturalmente posta à opção Marina. E, em caso de eventual derrota interna, ela mesma acataria a decisão da maioria como sempre acatou nas incontáveis derrotas que suas posições tiveram nas disputas internas do partido em suas origens no Acre.
Porém, quando as grandes decisões deixaram de serem compartilhadas no interior do PT, a válvula de sobre pressão foi obstruída e, é natural que mais cedo ou mais tarde a força por novos sonhos, projetos idéias e utopias... Um dia rompessem os limites do enquadramento partidário imposto, em busca de outros espaços possíveis de realização. É o que está acontecendo com o fator Marina - que em minha opinião não será o único por não ser uma decisão pessoal, mas um fato social e político.
Em que planetas estavam habitando os medalhões do PT que não enxergaram antes o diamante lapidado em suas fileiras, pronta pra brilhar em uma eleição presidencial? Não enxergaram porque não quiseram enxergar, porque optaram pela comodidade do poder via conciliação! Agora. O mínimo que podem fazer é respeitar a decisão daqueles que pensam diferentes, seguindo o seu universal direito de sonhar.
O que penso da candidatura Marina à presidência? Penso que pode ter desdobramentos imprevisíveis, tão grande que é incapaz de ser previsto em sua plenitude por quem quer que seja. Conhecemos muitas das suas variáveis. Entre elas, está a certeza de que a sua candidatura ira juntar de um só lado o grande capital financeiro, o agro negócio e a Fiesp, por razões óbvias (e burra, eu diria)! Por outro lado; podem juntar de um só lado aqueles suficientemente esclarecidos para não votarem no PSDB, os que não votarão na candidatura do PT por simples antipatia ou desilusão com a possibilidade de avanços mínimos no campo socialista e, principalmente uma legião de eleitores ansiosos por alguém confiável, de palavra, passado limpo, capaz de abrir mão de vantagens pessoais (como a de ser ministra ou senadora) em troca de suas convicções.
Por fim, não me venham que essa história de que ninguém será presidente (a) no Brasil se não tiver a anuência da Rede Globo. Hoje existe a internet que, no frigir dos ovos foi quem massificou a candidatura Obama nos Estados Unidos.
Prever o resultado de tal candidatura seria medianamente fácil em se tratando de uma pessoa comum. Mas, tarefa a meu ver impossível em se tratando de Marina, que; iniciou a disputa pelo primeiro mandato de senadora com 3% nas intenções de votos contra mais de 60% do então “monstro sagrado” Nabor Teles da Rocha Junior. Alguém lembra do resultado? Só duvida da capacidade de vitória da Marina quem não assistiu, por diversas vezes, a sua postura determinada frente aos movimentos sociais e sindicais do Acre, contra tudo e contra todos,
MARINA (Porque não lhe peço pra ficar)!
Alberto Fernandes Rodrigues*
Dado a visível dificuldade de tanta gente em poder falar (livremente) o que pensa sobre o furacão Marina. Vou dar aqui o meu humilde pitaco! Apesar de ter sido procurado para assinar a tal carta “Fica Marina” o que muito me orgulhou, pois, não sabia que era considerado “histórico” do PT - eu, a exemplo do Toninho Alves, também não assinei.
Não sei as razões que o levaram a não assinar, mas; vou dizer aqui o porquê da minha decisão.
(A)-Em primeiro lugar, conheço suficientemente a Marina para con-fiar plenamente em seus propósitos, para saber o quanto lhe custou em desprendimento (e sofrimento) pessoal para chegar aonde chegou e, o quanto é capaz de “pagar” para continuar lutando pelo que acredita;
(B) -Em segundo lugar, não me senti confortável lhe fazer um pedido com apelo pessoal - ficar no PT - quando a questão é política e;
(C) - Não encontrei argumentos para fazer tal pedido a companheira Marina depois do desprestigio - pra não dizer coisa pior -, a que foi submetida quando a frente do Ministério do Meio Ambiente, não teve o apoio do nosso governo e nem do partido em questões cruciais como no caso dos transgênicos e muitos outros.
Não tenho conhecimento de nenhum caso de intransigência da então ministra em relação aos projetos do PAC. O que sempre houve de sua parte foi o cuidado de fazer as obras de maneira racional e responsável preservando da melhor forma possível o interesse maior - o meio ambiente e, por conseguinte a vida de todos nós! Exemplo disso foi à redução em oito vezes o tamanho da área a ser alagada pelo reservatório das usinas do Rio Madeira. Isso foi feito sem reduzir nenhum kilowat de potência.
Porém, ao invés de se aterem às questões racionais do que estava posto à discussão... Optou-se pela ridicularização com a questão dos bagres.
Mas; deixemos o varejo e voltemos ao atacado. Se tivesse havido menos empáfia na escolha do nome do candidato do PT à sucessão do presidente Lula - aliás, se tivesse havido pelo menos discussão sobre essa decisão. As forças internas do PT que possuem diferentes concepções de estilo de governo, certamente colocariam suas propostas para apreciação interna através de outros nomes e, entre estes nomes com certeza absoluta estaria naturalmente posta à opção Marina. E, em caso de eventual derrota interna, ela mesma acataria a decisão da maioria como sempre acatou nas incontáveis derrotas que suas posições tiveram nas disputas internas do partido em suas origens no Acre.
Porém, quando as grandes decisões deixaram de serem compartilhadas no interior do PT, a válvula de sobre pressão foi obstruída e, é natural que mais cedo ou mais tarde a força por novos sonhos, projetos idéias e utopias... Um dia rompessem os limites do enquadramento partidário imposto, em busca de outros espaços possíveis de realização. É o que está acontecendo com o fator Marina - que em minha opinião não será o único por não ser uma decisão pessoal, mas um fato social e político.
Em que planetas estavam habitando os medalhões do PT que não enxergaram antes o diamante lapidado em suas fileiras, pronta pra brilhar em uma eleição presidencial? Não enxergaram porque não quiseram enxergar, porque optaram pela comodidade do poder via conciliação! Agora. O mínimo que podem fazer é respeitar a decisão daqueles que pensam diferentes, seguindo o seu universal direito de sonhar.
O que penso da candidatura Marina à presidência? Penso que pode ter desdobramentos imprevisíveis, tão grande que é incapaz de ser previsto em sua plenitude por quem quer que seja. Conhecemos muitas das suas variáveis. Entre elas, está a certeza de que a sua candidatura ira juntar de um só lado o grande capital financeiro, o agro negócio e a Fiesp, por razões óbvias (e burra, eu diria)! Por outro lado; podem juntar de um só lado aqueles suficientemente esclarecidos para não votarem no PSDB, os que não votarão na candidatura do PT por simples antipatia ou desilusão com a possibilidade de avanços mínimos no campo socialista e, principalmente uma legião de eleitores ansiosos por alguém confiável, de palavra, passado limpo, capaz de abrir mão de vantagens pessoais (como a de ser ministra ou senadora) em troca de suas convicções.
Por fim, não me venham que essa história de que ninguém será presidente (a) no Brasil se não tiver a anuência da Rede Globo. Hoje existe a internet que, no frigir dos ovos foi quem massificou a candidatura Obama nos Estados Unidos.
Prever o resultado de tal candidatura seria medianamente fácil em se tratando de uma pessoa comum. Mas, tarefa a meu ver impossível em se tratando de Marina, que; iniciou a disputa pelo primeiro mandato de senadora com 3% nas intenções de votos contra mais de 60% do então “monstro sagrado” Nabor Teles da Rocha Junior. Alguém lembra do resultado? Só duvida da capacidade de vitória da Marina quem não assistiu, por diversas vezes, a sua postura determinada frente aos movimentos sociais e sindicais do Acre, contra tudo e contra todos, mesmo quando éramos derrotados e tudo parecia desabar sobre nossas cabeças aparentando impossível alguma mudança por menor que fosse.
De minha parte, não sei se no seu lugar ainda teria coragem, paciência ou disposição de começar tudo de novo. Mas; de uma coisa eu tenho certeza; não tenho o direito de atrapalhar quem tem disposição para tal.
Marina, o seu exemplo de vida tem a minha admiração. Lembrando daquele seu episódio com o Dom Moacir: se um dia você precisar de ajuda para realizar uma grande tarefa, não tiver alguém importante para fazê-la e, se servir qualquer um... Pode contar comigo! Abraços Fraternos,
* Alberto Fernandes Rodrigues é militante do PT faz muito tempo, fundador do sindicato dos Urbanitários, fundador da CUT-Acre e técnico da Eletronorte desde julho/80.

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