segunda-feira, 19 de maio de 2008
domingo, 18 de maio de 2008
IDENTIFICANDO-ME
Cacetada no meio do pau da venta
Sou vingança de nega ciumenta
Dose dupla de fel e estricnina
Cabeçada no fundo da piscina
Dentadura fatal do tubarão
Sou grangrena depois da infecção
Sou a presa de um bicho peçonhento
Sou a bomba no colo do sargento
Explodindo o infeliz do capitão."
(Braulio Tavares)
"Sou talvez a visão que alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo prá me ver,
E que nunca na vida me encontrou!"
(Florbela Espanca)
"Eu sou assim
Quem quiser gostar de mim
Eu sou assim
Meu mundo é hoje
Não existe amanhã prá mim
Eu sou assim, assim morrerei um dia
Não levarei arrependimento
Nem o peso da hipocrisia..."
(Wilson Batista)
"Eu sou eu e minhas circunstâncias."
(Ortega y Gasset)
GAVETA DE SAPATEIRO
sábado, 17 de maio de 2008
A ENCICLOPÉDIA DO FUTEBOL
A POESIA DA SEMANA
FRASES SOLTAS QUE DEVERIAM SER PRESAS
2 - "O superfluo é uma coisa muito necessária." (Voltaire)
3 - "Viva todos os dias como se fosse o último, Um dia você acerta." (Luís F. Veríssimo)
4 - "Quando é que vão ensinar a justiça a ler em braile?" (Eno Teodoro Wanke)
5 - "Uma ex-mulher é para sempre." (João Fernando Camargo)
6 - Masturbação é fazer amor com quem você mais ama." (Woody Allen).
7 - "Se um dia a vida lhe der as costas... passe a mão na bunda dela." (Anônimo).
Frases pinçadas do livro: Ironia: frases soltas que deveriam ser presas / José francisco de Lara. Curitiba: Cócegas Editora,2005
sexta-feira, 16 de maio de 2008
O CHORO DAS SEXTAS-FEIRAS
quinta-feira, 15 de maio de 2008
PRODUZIR DECISÕES
Os" imortais da ABER" (3-10-2007)
Marcão entre Maria José (CE) e Maria Helena (MS) (3-10-2007)
quarta-feira, 14 de maio de 2008
MERDA TAMBÉM É CULTURA
Eri Galvão (aconchegado numa das minhas redes)
Como indicação geográfica 1: "Onde fica essa MERDA?
Como indicação geográfica 2: "Vá a MERDA!
Como indicação geográfica 3: "Vou embora dessa MERDA.
Como substantivo qualificativo: "Você é um MERDA!
Como auxiliar quantitativo: "Trabalho prá caramba e não ganho MERDA nenhuma!
Como indicador de especialização profissional: "Ele só faz MERDA."
Como indicativo de MBA: "Ele faz muita MERDA."
Como sinônimo de covarde: "Seu MERDA!"
Como quetionamento dirigido: "Fez MERDA, né?"
Como indicador visual: "Não se enxerga MERDA nenhuma!"
Como elemento de indicação do caminho a ser percorrido: "Por que você não vai a MERDA"
Como especulação de conhecimento e surpresa: "Que MERDA é essa?"
Como constatação da situação financeira de um indivíduo: "Ele está na MERDA..."
Como indicador de ressentimento natalino: "Não ganhei MERDA nenhuma de presente."
Como indicador de admiração: "Puta MERDA!"
Como indicador de rejeição: "Puta MERDA!
Como indicador de espécie: "O que esse MERDA pensa que é?"
Como indicador de desordem; "Tá tudo uma MERDA!
Como constatação científica dos resultados da alquimia: "tudo o que ele toca vira MERDA!"
Como resultado aplicativo: "Deu MERDA."
Como indicador de performance esportiva: "O Botafogo (não está jogando MERDA nenhuma!!)
Como contatação negativa: "Que MERDA!!"
Como classificação literária: "Eita textinho de MERDA!!!"
Como situação de orgulho/"metidez": "Ele se acha,mas não tem MERDA nenhuma!"
Como indicativo de ocupação: "Prá você ter lido até aqui, é sinal que não está fazendo MERDA nenhuma."
OLHA OS 'DEMOCRATAS' AÍ,GENTE!!!
OLHA O TUCANATO AÍ, GENTE!! (DEU NO JORNAL)
E MARINA JOGOU A TOALHA
terça-feira, 13 de maio de 2008
LÁ SE FOI MAIS 'UM DOS NOSSOS' DA EXTENSÃO
Marcão, Mário Amorim, Romualdo e Nivaldo.
Romualdo sentado ao centro.
sexta-feira, 9 de maio de 2008
As Mães de Minha Vida
Eró, mãe dos nossos filhos, Ana e Abelardo
D. Ritinha (mãe suplente da gente)
POSTAGEM PARA BEM LONGE
Um ano se passou e a gente lembra uma definição de saudade de um caboclo de Patos, chamado João Costa, seu conterrâneo da Paraíba, que diz assim: “saudade é a sobra de uma coisa que nunca sobrou”. Pois é, Cartaxo, você nunca sobrou, e faz muita falta, saiba disso. Saiba também o que andou acontecendo por aqui nesse período da sua ausência, prematura e definitiva, através dessas “mal traçadas linhas”, ou melhor, mal digitadas linhas. Tá pensando o que? Estou “digitalizado”, “conectado”, “blogado”, “okurtado”, “linkado” e navegando de braçada pela internet. Veja você! Eu que não fazia um “O” com uma quenga no computador, agora já passo um “émeio” e recebo outro e, tenho até blog, com o título Eu quero é sossego e com uma chamada do Jorge Amado, que diz: “O paraíso desse ser assim: descansar numa rede, por toda a eternidade”. É verdade? Como eu desconfio que não vou lhe ver tão cedo, e tenho a certeza que não vou pro céu, eis as notícias do lado de cá.
Primeiro os informes políticos, já que estou ainda tratando com um dirigente partidário. A última notícia mais importante é que o Brasil foi avaliado como INVESTIMENT GRADE, pela empresa de avaliação de risco Standard & Poor´s. Como você não tem exercitado seu inglês, vou traduzir o que é isso. Trata-se do grau de investimento que atesta que o país não é mais uma “republiqueta de bananas”, que somos um país sério e respeitado lá fora. Aquela frase do De Gaulle, que dizia que “o Brasil não é uma país sério”, caducou. O Plano de Aceleração do Crescimento PAC, enfim, decolou e, aqui no Acre, estamos bem aquinhoados. Lula só subindo nas pesquisas de avaliação pessoal e de governo. Tá “subindo mais do que flatulência de aviador”!
Por aqui na aldeia, o PT saiu da Silvestre Coelho e foi para um prédio maior, perto da quadra do José Augusto e, seus novos dirigentes são Léo de Brito, no diretório regional e Rose Scalabrin, no municipal.
A prefeitura tá botando “mais curto do que coice de preá” nos bairros. Recentemente, ganhou um prêmio de gestão pública do SEBRAE Nacional e, até o final do mês, vai inaugurar o Restaurante Popular, na Baixada, com o almoço a 1 real.
O Mazinho saiu do PT. Petecão saiu da Frente Popular, mas não entregou os cargos e, será candidato a Prefeito de Rio Branco (aquela grande cabeça não resiste a um simples eletroencefalograma). Mosés Diniz lhe substituiu na liderança do governo e, do seu suplente, ninguém dá notícia.
O nosso governo continua pagando em dia. O Binho já entregou a indústria de camisinha de Xapuri e concluiu a duplicação da Avenida Ceará. Tá uma beleza! Ele vai tocando o governo com simplicidade e seriedade. O Pacto Agrário, do qual você participou ativamente da sua formulação, está sendo cumprido à risca.
Agora não vá se encher de vaidade, com as notícias que vou lhe dá. Homenagearam-lhe na Assembléia, dando seu nome ao Plenário da Casa do Povo e, têm até uma lei batizada de lei Cartaxo, que beneficia seus colegas de profissão, os agrônomos. Produziram um encarte de boa qualidade gráfica com os seus pronunciamentos, durante seu curto período na Assembléia e, a Prefeitura vai batizar a CEASA com o seu nome. E por ai vai...
Como diz a sabedoria popular: “quer ser bom e, importante – morra! Você está tão importante que está postado no meu blog, com aquela foto da gente rindo juntos, que tiramos no seu aniversário, lembra-se? Acrescentamos à foto, a frase do Mário Lago: “fazer o céu, com pouco a gente faz, basta uma estrela, uma estrela, e nada mais”. Sua foto está emoldurada e pregada no meu escritório, mantendo viva a lembrança agradável do nosso convívio.
Agora, as notícias dos nossos chegados. Sua mulher Cleísa já engordou umas 300 gramas, porém continua mais fina do que “assobio de saguin”. Ela de carne, só tem a língua, mas pense numa mulher forte e doce! Uma semana sim e outra também ela vai ao salão da Eró fazer um penteado “voando para o Rio” e, não é fiado, não! A Fátima Rosimeire está sob os cabrestos do Nilton Cosson, trabalhado na SEAPROF. Não pode ouvir “a todo mundo eu dou psiu...” que cai no choro. O Nilton só vive com uma dor nos quartos e na espinha do meio, mas vai agüentando o tranco. Ele continua a receber a visita do seu “afilhado” Romualdo das Codornas. (ô herança!). A Bete continua o raio da silibrina pra trabalhar. Não sei quem me disse, que não sei quando, não sei onde, ela fez até uma plástica. Parece que prestou! O herdeiro da Andréia, o Cauã já está paquerando a Ana Rita da Iara. E, afinal, a Paty engravidou (Coitada daquela magrela!). Sim, o Gabriel, da Andréia, vai ser candidato a vereador, concretizando uma conversa contigo sobre essa possibilidade. O subcomandante Sibá, quebrou o cotovelo numa pelada de futebol. Já começou a recomendar o kit campanha (gelol, vic vaporub, querosene e um isqueiro bic) para turbinar a militância na Campanha do Angelim (a forma de usar o kit é um segredo de Estado).
Comunico-lhe, por fim, que já sou sexagenário, mas com tudo funcionando! Já furo fila de banco, vou tirar carteira de passe livre para entrar nos ônibus de graça e usufruir de todas as regalias da terceira idade. Ia esquecendo, agora sou “imortal” da Academia Brasileira de Extensão Rural, representando o nosso querido Estado do Acre. A nossa extensão tem agora 33 imortais e 1 morto rotativo.
A exemplo de Mário Lago, quero estabelecer “um acordo de co-existência pacífica com o tempo: nem ele me persegue, nem eu fujo dele, um dia a gente se encontra.” Espero que não seja tão cedo!
Eró, João e Lena, Mariuscha e Dedé, Leudo, Iara, Patrícia, Beth, Andréia e Meire (as tuas meninas), e seu sogrinho Marcelino, (de namorada nova) e mais uma penca de gente mandam lembranças.
Com saudades,
Marcão
Ps. Quase que essa postagem ia em mãos, pelo Franklin, mais cheguei atrasado. Dá um braço nele, no Frazão e no Charleton Heston.
PAIXÃO E EXTENSÃO
Nelson Rodrigues (1912 – 1980)
A Extensão é isso. Uma paixão desenfreada, arrebatadora, prazerosa. Igualmente ao que se diz do Acre, a Extensão é um vício. Depois que você é contaminado ele não lhe larga mais, em que
pese todas as dificuldades desse ofício de educar e de trabalhar com os produtores familiares mais humildes e descapitalizados. Agora, no dia 6 de dezembro, estaremos comemorando 60 anos de Extensão Rural no Brasil. Faremos uma festa no Estado que lhe serviu de berço, Minas Gerais, porque temos o que festejar e o que comemorar. Vamos celebrar, por exemplo, o fato de sermos uma Instituição Republicana, que sempre respeitou a coisa pública, que nunca se envolveu em corrupção, malversação de recursos públicos e outras falcatruas administrativas. E olhe que são quase 6 décadas de atuação em todos os Estados e em milhares de municípios. Iremos também comemorar a nossa RESISTÊNCIA (institucional e física). Resistimos ao “milagre econômico” do Delfim (68-73); a 2 choques do petróleo (1973/79); 2 acordos com o FMI (83 e 98); 1 moratória sobre o pagamento da dívida (87); 3 crises cambiais; 3 reformas monetárias; 7 planos econômicos; 11 ministros da Fazenda (de Sarney a FHC) e os incontáveis (des)governos estaduais. Resistimos, sobretudo, ao cataclismo NEOLIBERAL de desmonte do Estado e o sucateamento dos serviços públicos, inclusive, da Extensão Rural. Resistimos e sobrevivemos. Ainda temos seqüelas da crise aguda que atravessamos a partir da extinção da EMBRATER, em 1988/1990. É bom lembrar que a EMBRATER foi extinta duas vezes. A primeira vez, por Decreto Presidencial do Sarney e, depois, por Medida Provisória do Collor.
No primeiro caso, fizemos a MARCHA SOBRE BRASÍLIA e lançamos a Campanha SOS EXTENSÃO e o Congresso Nacional nos ressuscitou. Mas com Collor não teve jeito, o Sistema desmoronou sem “choro, sem vela e sem fita amarela” Agonizou, mas, não morreu, a exemplo de um samba antológico do Nelson Sargento (Agoniza Mas Não Morre).. Hoje, passados 3 lustros da canetada do caçador de marajás, estamos ativos e operantes, nos reencontrando com a nossa história e buscando um jeito novo de caminhar nos varadouros e meandros de uma nova Política Nacional de ATER. O PNATER, que foi elaborado de forma participativa, envolvendo a sociedade organizada com agentes governamentais e não governamentais, entidades de classe, comunidade acadêmica e inúmeros técnicos e extensionistas, nos coloca novos e enormes desafios, tanto no campo conceitual, operacional, institucional e político. Estamos estudando e aprendendo novos conceitos, tais como: sustentabilidade, agroecologia, territorialidade, empoderamento, governança, empreendedorismo e no caso do Acre o conceito de FLORESTANIA.
Aqui no Acre estamos vivenciando uma transição do nosso serviço – da EXTENSÃO RURAL para a EXTENSÃO AGROFLORESTAL – temos a presunção e a pretensão de nos tornarmos “UM SERVIÇO EDUCATIVO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL”. E a sustentabilidade para nós é sinônimo de FLORESTANIA, que incorpora as dimensões política, cultural, econômica, social, ambiental e ética. Florestania como a promoção do homem todo (na sua integralidade física e espiritual) e de todos os homens, que convivem nesse espaço de sociabilidade em interação com a natureza, que deve ser preservada e cuidada, para que as gerações futuras, também possam desfrutar desse patrimônio.
A missão parece impossível? Para missionários com uma visão religiosa tradicional, que se conforma e se contenta com a perspectiva de uma vida melhor no outro mundo, pode ser. Para nós extensionistas, educadores, agentes políticos de transformação, temos a sensatez de querermos o IMPOSSÍVEL, porque quando você faz de início o necessário e em seguida o possível, em breve, estará fazendo o impossível como nos ensina São Francisco de Assis, (podia ser o padroeiro da Extensão).
Aqui no Acre já começamos a fazer o IMPOSSÍVEL ou o que parecia ser impossível. Exemplos: desde 1999, pagamos mais de 34 milhões de dívidas; regularizamos 3 meses de salários atrasados e estamos pagando, religiosamente, dentro do mês e 13º salário, dentro do ano; implantamos o Plano de Carreira dos Servidores; construímos o Núcleo de Extensão Florestal e estamos concluindo a reforma da nossa sede central; saímos de 55 técnicos em campo, em 1998, para 183, em 2005; fizemos investimentos de mais de 3 milhões com compras de veículos, computadores, instalações físicas, etc.; instalamos 2 Unidades de Gestão Ambiental Integrada-UGAIs; disponibilizamos mais de 100 milhões de reais de crédito rural, em 7 anos, para os produtores familiares e elaboramos e publicamos a nossa proposta de Extensão Agroflorestal, que está balizando as nossas ações.
E os “milagres” já começam a ser vislumbrados! Tem até extensionista veteranos, que estavam lotados no “central”, retornando para o interior e o trabalho de campo!! Isso só tem sido possível, por uma questão muito simples – COMPROMISSO POLÍTICO DO NOSSO GOVERNO ESTADUAL E FEDERAL. O Governador Jorge Viana, tirou o nosso serviço da sarjeta e colocou no primeiro plano das políticas públicas. Hoje nós somos uma SECRETARIA DE ESTADO, caso único e inédito no Brasil. A SEATER, ademais, comanda 2 Empresa importantes a EMATER (que todos já conhecem) e a CAGEACRE (armazenamento, escoamento da produção). No plano nacional, o Presidente Lula, tem demonstrado, concretamente, seu compromisso de construir “UM PAÍS DE TODOS”. A Agricultura Familiar, com o PRONAF, vai disponibilizar 9 bilhões de reais para a safra 2005/2006; o Luz Para Todos; o Fome Zero; o Bolsa Família e tantos outros programas sociais avançam e apontam para um futuro melhor. Não há crise política que obscureça os números da economia e as conquistas do Governo Lula. E nós, extensionistas, somos gratos. Queremos, por fim, compartilhar esse CICLO VIRTUOSO que estamos tendo o privilégio de desfrutar, com os que ajudaram a construir o nosso serviço no Acre e “já subiram”, são eles: Zaqueu Machado, Hélio Pimenta, Cezário Braga, Célio Artur, Lú e Janduí, Mota, Seu Assis, Casquinha, Aurélio, Adauto Cruz, Mocinha (que varria nossos pés quando a gente não “arretirava” pra ela varrer), Álvaro Rocha, Maria Roseli e Pedrinho Oliveira,Cartaxo,Frazão e o Franklin. Eu não sou muito crente não, mas tenho certeza que a energia que vocês gastaram na Extensão do Acre, continua a circular por aqui e nos proporciona bons fluidos e muita disposição para seguir na caminhada com vontade, com ternura, com o apego e a sofreguidão que só a paixão proporciona.
(Texto publicado no Jornal A Gazeta de Rio Branco - AC, em 01/12/2005)
Minha Memória da Extensão
I CONFASER- 1987 (Curitiba - PR)
Um reencontro com a combativa companheira Rejane (Emater-RS) no 8º CONFASER em 2003 - Caldas Novas - GO
quinta-feira, 8 de maio de 2008
CRIATIVIDADE E GRUPOS CRIATIVOS
Este é o título do livro de Domenico De Masi, que estou lendo nessa rede que abre o Blog. É uma leitura agradável,instigante e fértil em informações,que refaz, ao longo de 18 capítulos, o percurso da história da humanidade. O desejo do autor é que seu texto sirva para tornar os leitores mais felizes, mais conscientes de que avida merece ser vivida, liberada e valorizada. Recomendo e pinço alguns trechos que achei interessante.
- "Os grandes inimigos de todos os tempos: o cansaço e a solidão, a ignorância e a feiura, a tradição e o autoritarismo, a miséria, a dor e a morte."(p.17)
- "Segundo Jorge Luís Borges, todas as histórias narradas pelo homem podem ser reduzidas a quatro: a história de uma viagem, a história de uma cidade sitiada, a história de uma pesquisa e a história de um sacrifício de um Deus."(p.18)
- "Hoje o homem pode finalmente usufruir, pela primeira vez na história, a sorte de ser saudável, culto, longevo, nômade e, ao mesmo tempo, sedentário, sereno, contemplativo e solidário." (p.20)
- "Não foi Deus que fez o homem e a terra à sua imagem e semelhança, mas sim o homem que fez à sua própria semelhança Deus e o paraíso, odiabo e o inferno." (p.59)
- "A religião é aquele pacto do ser humano com uma divindade superior e abstrata, capaz de lhe assegurar, de diversas formas, o bem mais supremo, a eternidade de existência. Sob esse aspecto, a divindade é uma das criações mais ousadas da mente humana." (p.60)
- "No Elucidarium de Onório de Autun, especifica-se que "os eleitos terão sete glórias especiais de corpo e sete de almas. Do corpo: a beleza, a rapidez, a força, liberdade, a alegria, a saúde e a imortalidade. Da alma: a sabedoria, a amizade, a concórdia, a potência, a honra, a segurança e a beatitude."(p.67)
O Enderêço da Felicidade
FRASES DA SEMANA (Falando de Saudade)
2 - "A saudade é o revés de um parto/A saudade é arrumar o quarto/Do filho que já morreu." (Chico Buarque, na música " Pedaço de Mim")
3 - "A saudade é a nossa alma dizendopara onde ela quer voltar." (Rubem Alves).
4 -"Tenho saudade de tudo que ainda não vi." - Renato Russo (1960-1996).
5 -"Também temos saudade do que não existiu e dói bastante." - Carlos Drummond de Andrade - (1902-1987).
6 - "vivamos de tal forma que, quando morrermos, até o agente funerário sinta saudades." - Mark Twain (1835-1910).
7 - "Eu sou aquilo que perdi." - Fernando Pessoa (1888-1935).
MAIS UM DOS NOSSOS
Descanse em paz,amigo e irmão.
Franklin, Lula, Ero,Marcos e Bete (praia de Cajueiro- RN)
terça-feira, 6 de maio de 2008
É Cantando Que A Gente Se Entende
Nós fazemos o "É Cantando... porque:
"É preciso trabalhar todos os dias pela alegria geral
É preciso aprender esta lição todos os dias
E sair pelas ruas cantando e repartindo,
A mão cristalina, a fronte fraternal."
( Thiago de Melo - Faz Escuro Mas Eu Canto )
sábado, 3 de maio de 2008
A POESIA DA SEMANA
A humanidade parece uma lebre encadeada
Pelo farol de um automóvel apocalíptico.
De um lado, sombra, do outro lado,sombra
E no meio da estrada, inexorável, o mortal foco de luz.
Nada que guie, esclareça ilumine.
Apenas um clarão paralisador, que só dura
Até que as rodas esmaguem a razão deslumbrada.
MEUS TEXTOS
(Reminiscências de um Sexagenário)
“O passado não reconhece o seu lugar. Está sempre presente.”
Estou vivendo, desde o último 29 de março do corrente ano, os primeiros dias do resto de minha vida. Com 60 anos, 30 dos quais no Acre, já começo a conviver e me habituar com as “injúrias do tempo”, mas, ainda não consigo me habituar com as injustiças dos homens, como nos fala o pensador Chamfort.
Deixando as injúrias e as injustiças de lado,o que eu quero deixar registrado são as boas lembranças, os momentos felizes, as coisas prazerosas e as gratas recordações que continuam nítidas na memória e pulsantes no coração. Confesso,sem remorso, que vivi bons momentos, que continuam nítidos na minha lembrança e que passo a relatar
Lembro-me do meu pai,um homem bom, comigo no colo me ensinando o “ ABC Grande” da escola da vida,com muita paciência e carinho. Os primeiros ensinamentos foram embaixo das mangueiras do quintal da nossa casa em Parnamirim. Esta cidade conhecida como “Trampolim da Vitória” sedia,desde a segunda guerra, a Base Aérea de Natal. A minha infância foi marcada por essa proximidade com a Base. Cresci vendo treinamento militar e acrobacias aéreas. Vi a Esquadrilha da Fumaça se apresentar muitas vezes,tanto com os aviões T-6, com os jatos e muito depois com os Tucanos.
Cultivei, por muito tempo, o sonho de voar e adorava quando viajávamos para a ilha de Fernando de Noronha, onde meu pai também serviu como taifeiro e meu avô trabalhava como “Diarista de Obra .” Os vôos aconteceram no bons e velhos “Douglas C-47”,com seus bancos de alumínio,com os “papas amarelos”(colete salva vidas) e chumaços de algodão nos ouvidos. A minha primeira viagem foi ainda no colo da minha mãe,em 1948, depois retornamos em 1952, 1954 e a última foi em 1959, quando os americanos estavam na ilha construindo uma base de teleguiado Agora, mais recentemente em 2005,fui a Noronha com minha mulher Eró e minha mãe,d. Lia, fazendo um turismo sentimental. Tomei banho de mar nas praias do Sueste, Atalaia, do Leão e do Sancho,esta última, uma das mais bonitas do Brasil.
E por falar em praia , lembro-me com muita nitidez,do meu primeiro pic-nic na praia de Ponta Negra em Natal, onde tínhamos por obrigação subir no morro do Careca (hoje interditado) e descer rolando até a água. Era uma maravilha! Isso aconteceu em 56 ou 57 e foi organizado pela escola particular de D. Maria de seu João Branco. Na escola tinha palmatória, sabatina de aritmética e tudo.O pic-nic me marcou por duas coisas: a primeira , foi que na barraca que nós ficamos tinha um senhor com um violão cantando “Risque” o lindo samba-canção do Ary Barroso. Acho que foi daí que comecei a gostar da nossa música popular. A segunda, foi que me perdi na hora do regresso e, só não entrei na palmatória, porque a professora quando me achou ficou mais aliviada do que eu.
Praia de Ponta Negra - Natal-RN
A Magia do Cinema
Também vi muitos filmes na infância e na adolescência. Tínhamos, gratuitamente, três sessões de cinema por semana no cine da Base. Assisti muitos westerns,musicais,dramas de guerra,comédias do Gordo e o Magro,Carlitos, os 3 Patetas,Cantinflas, e Jerry Lewis; além dos Seriados, sendo o de Flash Gordon, o mais memorável deles. Conheci na tela,Cinemascop, os índios americanos e seus principais caciques (Gerônimo,Cochise,Cavalo Doido e Touro Sentado ) antes mesmo de me dá conta que no Brasil também havia índios.Eu torcia pelos índios, que sempre perdiam no cinema e perderam na vida real. Apenas uma vitória esmagadora dos “peles vermelhas” contra os “cara pálidas”, a de Little Bighorn, onde até o general Custer morreu.
O primeiro filme que assisti em Natal, “pagando do bolso”, foi La Violetera, no Cine Nordeste. Além do cine Nordeste, Natal dispunha de mais cinco salas de cinema (O Rio Grande e o Rex, no centro da cidade, o São Luiz e o São Pedro, no Alecrim e o cine Panorama, nas Rocas) Hoje a Base Aérea não dispõe mais de cinema e em Natal, todos os cines fecharam só restando as salas do Shopping Midway e Praia Shopping É a decadência das grandes salas a partir da invasão da TV , do vídeo.e do DVD, de que nos fala O Cine Paradiso.
Em todas essas salas vi desfilar todos os heróis e vilões do cinema,além das “Divas” da Sétima Arte. Entre as atrizes, meu referencial de beleza exuberante foi Ava Gardener e de beleza singela foi Anouk Aimée. Já os heróis eu fico com Anthony Quin, Charleton Heston e Kirk Douglas que interpretaram épicos inesquecíveis (Ben Hur, Spartacus, Os Canhões de Navarone, Barrabás, etc.) Alguns filmes me emocionaram profundamente.Vou citar dois: Noites de Cabíria de Feline com Giulieta Masina e O Homem que não vendeu sua alma, que trata do filósofo Thomás Morus da Utopia no seu confronto com o poder do monarca inglês Henrique VIII.. Até hoje sou um cinéfilo compulsivo, agora sem enfrentar filas, com idade suficiente para assistir os “filmes impróprios”para menores de 18 anos. (Na infância eu ansiava chegar aos 18 anos só para não perder esses filmes). Agora no “aconchego do lar”, usufruindo dessas duas grandes invenções da humanidade – a rede e o controle remoto - que nos permite não perder nenhuma legenda e repetir as cenas que nos emociona, continuo a ver e rever filmes antigos e fico abismado com a evolução dos costumes, quando comparo as cenas picantes de amor e sexo dos filmes atuais com o singelo “peito de fora” de Brigite Bardot em Deus Criou a Mulher.
Atriz Ava Gardener
Dos Prazeres da Música e do Futebol.
Eu sempre fui desafinado “até prá dar bom dia” como diz meu irmão Rogério, mas sempre gostei de música,especialmente, a popular. Como já disse, cresci ouvindo rádio, os programas de auditório “Turbilhão de Novidades” do Fernando Garcia da rádio Poti de Natal, onde cantavam Glorinha de Oliveira, Dalvina Lopes, Giliarde Cordeiro, etc.Mas nunca fui no auditório da rádio Poti e essa foi uma grande frustração da minha infância. Já em Parnamirim, assisti muitas vezes o “Variedades Alvi-Rubras”, que seu Neves apresentava no Potiguar onde desfilavam a “prata da casa” seu João Coró ao violão cantando de Ataulfo Alves Errei, Erramos; Zé Pontes e Irismar Pontes, cantando Amendoim Torradinho; Valnir Lucena, Chuíte, seu Jorge Carneiro cantando “A jangada Voltou Só” de Caymmi e tantos outros.
Entre os artistas famosos, tive o privilégio de assistir o Trio Irakitan com a sua formação original- Edinho(violão),Gilvan(afoxé) e Joãozinho(tantan). Esse trio com o seu LP “Os Boleros Que Gostamos de Cantar”foi o responsável pelo aprendizado de dança da minha geração lá em Parnamirim nas vesperais do Potiguar com “o dois prá lá, dois prá cá” de que nos fala João Bosco e Aldir Blanc. Vi também o Rei do Baião, Luiz Gonzaga, Cauby Peixoto, Ângela Maria e Silvio Caldas. Esses dois últimos num show na “Quintandinha” da praça Gentil Ferreira do Alecrim em Natal. Do “Caboclinho querido”, Silvio Caldas, ganhei um autógrafo, que ainda conservo comigo.
No Ginásio Djalma Maranhão, da praça Pedro Velho em Natal assisti Nara Leão e Jair Rodrigues,logo após o sucesso deles com A Banda e Disparada e vi uma exibição dos Harlem Globetrotters, time de Basquete dos negros americanos. No Teatro Alberto Maranhão vi um show inesquecível de Elis Regina com o Quinteto de Luiz Loy e uma apresentação de João do Vale,que foi um fiasco de público e um prejuízo para nós do Centro Acadêmico de Sociologia, que havíamos trazido o grande compositor de Carcará.. Mas o prejuízo foi recompensado pela amizade que fizemos com o João e, mais tarde, já no Acre, iríamos revê-lo num Show no SESC e no Projeto Brasileirinho, que o Eri Galvão coordenava.
Nas feiras e no Mercado velho de Parnamirim, presenciei muitas cantorias de viola com os repentistas Patativa e Chico Traíra, os maiores cantadores do Rio Grande do Norte, que se equivaliam aos “irmãos Batista”(Lourival,Dimas e Otácilio) de Pernambuco, e Ivanildo Vila Nova e Oliveira de Panelas de Campina Grande na Paraíba. E já que estamos falando de “reminiscências e cantadores” vai um Mote: “Passa tudo na vida, tudo passa, \ Mas nem tudo que passa,a gente esquece.” que Dimas Batista glosou assim:
“Os carinhos de mãe estremecida
Os brinquedos dos tempos de criança,
O sorriso fugaz de uma esperança,
A primeira ilusão de nossa vida;
O adeus que se dá por despedida,
O desprezo que a gente não merece;
O delírio da lágrima que desce
Nos momentos de angústia e de desgraça...
Passa tudo na vida, tudo passa
Mas nem tudo que passa, a gente esquece.
Eu não esqueci. As coisas boas e agradáveis estou registrando agora enquanto a memória não me trai, já as desagradáveis, as quais, também me lembro com muita nitidez, não precisam ser compartilhadas. Caso não consiga esquecê-las (e o esforço que faço para isso tem sido embalde, até agora ) as levarei comigo quando partir definitivamente, que espero que não seja tão cedo! Como disse Millôr Fernandes:
“É meu conforto:
Da vida só me tiram
Morto.”
Marcos Inácio Fernandes.
marcosinacio@brturbo.com.br