quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

NO BERÇO DA EXTENSÃO RURAL BRASILEIRA

Solenidade de comemoração dos 62 anos da Emater-MG




José Silva e eu

Willi, José Silva e eu (Auditório da Emater-MG em 06-12-2011)

José Paulo com seu Diploma de Avadêmico da Extensão Rural ladeado por mim e Willi.


Com o Presidente Maurílio e o vice Presidente Marcelo Lana da Emater-Mg

Nos dias 5 e 6 do mes em curso, estive em Belo Horizonte para representar a Academia de Extensão Rural - ABER, na solenidade de aniversário dos 63 anos da Emater-MG. Fui recebido pela Diretoria da Empresa no dia 5 e no dia 6 -DIA DO EXTENSIONISTA, participamos da emocionante solenidade no auditório da Emater-Mg, para comemorar o 63º aniversário da Emater-MG, decana do serviço de Extensão Rural no Brasil. Na oportunidade foram homenageados os servidores mais antigos da empresa com 10, 15, 29 ,25 ,39,35 ,49 e 45 anos de casa, agraciaados com medalhas e Diplomas de Honra ao Mérito. Yambém empossamos José Paulo Ribeiro, Extensionista da Emater de Minas, como Membro Honorário da ABER. Tive o privilégio de Diplomar e fazer a saudação ao nosso novo colega da Academia, Eis o texto de saudação ao José Paulo e algumas imagens da solenidade,

Saudação à José Paulo Ribeiro, membro honorário da Academia Brasileira de Extensão Rural - ABER

Saudação aos presentes.

Há um poema de Bertolt Brechet que diz assim

:
“Há homens que lutam um dia e são bons,
há outros que lutam um ano e são melhores,
há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis"

Eu considero que se pode dizer a mesma coisa das instituições. A nossa, por exemplo, é uma delas. IMPRESCINDÍVEL!! Hoje aqui estamos nessas Minas Gerais, terra berço da liberdade e da Extensão Rural brasileira para celebrarmos os 63 anos no campo de luta da luta no campo brasileiro. Durante esse período vivenciamos momentos gloriosos e momentos de crises, mas, resistimos. Resistimos ao “milagre econômico” do Delfim (1968-1973); a 2 choques do petróleo (1973 e 1979); 2 acordos com o FMI (1983 e 1998); 1 moratória sobre o pagamento da dívida externa (1987); 3 crises cambiais; 3 reformas monetárias (cruzeiro, cruzeiro novo e real); 7 planos econômicos (Cruzado I e II, Plano Bresser, Plano Verão, Plano Feijão com Arroz, plano Real); 11 ministros da Fazenda (de Sarney a FHC) e a insensibilidade de inúmeross governos estaduais. Resistimos, sobretudo, ao cataclismo neoliberal de desmonte do Estado e o sucateamento dos serviços públicos, inclusive, o da Extensão Rural. Resistimos e sobrevivemos. Ainda temos seqüelas da crise aguda que atravessamos a partir da extinção da EMBRATER, em 1990. Em toda essa trajetória, com marchas e contra-marchas, nemhuma política pública para o meio rural foi realizada sem o nosso concurso, Éramos os eternos “carregadores de piano”, que fazia o serviço mais pesado de mobilização, apoio logístico, persuação e convencimento junto às comunidades rurais. Sempre trabalhamos com muitos parceiros e quando as políticas eram exitosas, os louros ficavam com os parceiros, entretanto, quando os programas, campanhas e as políticas não davam certo, nós da Extensão, amargávamos, sozinhos, os desgastes do fracasso. Os mais veteranos, aqui presentes, hão de se lembrar da Campanha: “Plante que o João garante”, O João não garantiu e nós da Extensão tivemos que improvisar outro slogan para minimizar o prejuizo dos agricultores: “Plante e coma se não o João vem e toma" A Extensão Rural Pública Oficial, que hoje completa 63 anos, pode se orgulhar de ser uma Instituição Republicana. Uma Instituição, que sempre se pautou pelos princípios ético-humanistas, pelo zêlo com o patrimônio público, pela dedicação ao serviço público e pelo respeito aos usuários e beneficiários dos nossos serviços – os agricultores familiares. Nessa solenidade estamos aqui para saudar e empossar na Academia Brasileira de Extensão Rural - ABER, nosso querido extenxionista JOSÉ PAULO RIBEIRO, cuja trajetória profissional e de vida se confunde com a própria história da Extensão Rural de Minas Gerais. E aqui me permitam um pequeno espaço para falar da nossa entidade. A ABER foi criada em 2007, por uma inspiração visionária, do então Presidente da ASBRAER e da EMATER-MG, José Silva Soares, hoje um dígno representante do povo mineiro no Congresso Nacional. O nosso Estatuto define que: “O quadro social da Academia é de caráter vitalício constituídos por: I - Membros Honorários: pessoas físicas e jurídicas; ex-presidentes da ABCAR e EMBRATER e outras personalidades que, por relevantes serviços prestados a Extensão Rural do Brasil, sejam distinguidas com este título; Parágrafo Único: A indicação de nomes para sócio honorário é feita por, no mínimo, três sócios titulares, devendo sua admissão, no quadro social da ABER ser aprovada em Assembléia Geral. II - Membros Natos: todos os ex-presidentes da ASBRAER e o presidente em exercício, que permaneceram no cargo, pelo menos, 2/3 (dois terços) do mandato; III - Membros eleitos: pessoas físicas que tenham no mínimo 15 anos de relevantes serviços prestados a alguma entidade oficial de Assistência Técnica e Extensão Rural. A ABER terá um membro eleito por cada Estado, escolhido em eleição direta com os votos dos funcionários da respectiva entidade estadual oficial da Assistência Técnica e Extensão Rural, processo eleitoral que será normatizado em Regimento e supervisionado pela ABER. Parágrafo Único – No caso da entidade possuir menos de 15 anos de fundação, os candidatos deverão ser escolhidos entre os membros mais antigos. Hoje, aqui em Minas, no 63º aniversário da EMATER-MG, nós temos a honra e o privilégio de empossar o primeiro membro honorário da ABER, JOSÉ PAULO RIBEIRO, um dos “Baobás” da Extensão Rural brasileira. Prá quem não conhece, o Baobá é uma árvore majestosa, imponente e, segundo botânicos, pode alcançar mais de mil anos. É a “árvore da vida”, originária da África, que os escravos trouxeram para o Brasil e por aqui se propgou por muitos Estados. A Extensão Rural, pública oficial, abriga centenas de “Baobás”. Entre os mais emblemáticos nós elencamos o próprio José Paulo, Glauco Olinger, Osman, Argileu, Bianchine, José Silva, Hur Ben (nosso Presidente), Romeu Padilha, que no seu discurso de posse na EMBRATER, proferiu a frase que ficou antológica: “A Extensão Rural é a cara do governo no campo” e, acrescentou: “Mas é preciso ter vergonha na cara”. E isso nós temos de sobra. Por fim, quero registrar, por uma questão de justiça e para contemplar a questão de gênero da atual Política Nacional de ATER – PNATER, que na nossa Academia tem três Baobás da Extensão, a Maria Helena, do Mato Grosso do Sul, a Maria José, do Ceará, e a Maria Angélica, de Sergipe. Mas no serviço de Extensão, Brasil afora, tem muito mais mulheres que encarnam a grandiosidade e a dignidade dos Baobás. Cito algumas que conheço pessoalmente e posso testemunhar sobre suas qualidades: Edna Rodrigues, Neurides e Vera Gurgel, do Acre: Rejane Flores, do Rio Grande do Sul; Margarethe Chermont, do Pará; Mariela, do Rio de Janeiro; Rita, de Alagoas, Cirlei, aqui de Minas, entre tantas outras valorosas e anônimas companheiras, que dignificam o nosso serviço e são também IMPRESCINDÍVEIS. Para o novo imortal da Acadenia Brasileira de Extenão Rural – ABER, José Paulo Ribeiro, que assume nessa solenidade, a condição de Membro Honorário da Academia, dispensa-sse a leitura de seu curriculo e maiores apresentações, pois tomaria muito tempo. Basta registrar que o José Paulo é um homem vertical de uma integridade, pessoal e profissional. exemplar, cuja vida transcorreu paralela e se cunfunde com a própria vida da Extensão Rural Brasileira.
Na atualidade, José Paulo, do alto dos seus 86 anos, continua a trabalhar os dois expedientes na EMATR – MG, onde começou a sua saga em 1949. Ele insiste na juventude. Dizer mais o que?! Dizer apenas as palavras que José Silva registrou num pergaminho para reverenciar os Acadêmicos da ABER e que expressam o sentimento da Academia e de seu atual Presidente

• Você, JOSÉ PAULO RIBEIRO. que semeia projetos, sonhos e esperanças, e que com a generosidade e sabedoria de quem aprende e ensina, pôde colocar em prática conhecimentos, técnicas, levar e trazer informações dos mais longínquos rincões do Brasil, construindo a Extensão Rural;
• Você que se fez verbo e ação nas comunidades pesqueiras, nas roças e glebas, nos assentamentos rurais, nas áreas de extrativismo, de remanescentes de quilombos, nas aldeias indígenas, nas plantações, cultivos e colheitas, no cerrado, na região amazônica, na caatinga, na Mata Atlântica, nos pampas, pantanais e Gerais;
• Você que desbravou o campo, roçados e pedrarias, e ajudou a transformar produtos em alimentos, culturas em conhecimento, cultivos em desenvolvimento;
• Você que transformou adversidades em possibilidades, limites em potencialidade, dificuldades em coragem;
• Você que é a própria história da Extensão Rural, com reconhecimento pela excelência do seu saber, da sua prática, da grandeza das suas realizações.
É com muito orgulho que a Academia Brasileira da Extensão Rural – ABER – o recebe como membro honorário e parte integrante de seu quadro.

Brasília-DF – 06 de dezembro de 2011 (Dia do Extensionista) Hur Ben Correia da Silva Presidente da ABER

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